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Termo
Tambor-de-crioula
Dados Históricos e Descrição

Dança de origem negro-africana, desenvolvida no Maranhão. A dança acontece a partir do momento em que é formada uma roda com um dançador individual no meio. Todos começam a cantar toadas, quase sempre improvisadas na hora, ao som de tambores. O acompanhamento é feito por três tambores. O maior se chama socador, o médio, crivador, e o pequeno, pererenga, ou quireré. Originalmente, esses tambores eram feitos com troncos de árvores escavados com fogo e recobertos numa das extreminades com pele de cabra. A afinação dos tabores é feita através do calor obtido com uma fogueira de gravetos. Na dança, a partir do cantor do grupo e do toque dos tambores, uma dançarina ocupa o centro da roda e, em dado momento, dirige-se a uma outra da roda e lhe dá uma umbigada, chamada, no Maranhão, de punga. A dançarina que leva a punga passa então a ocupar o centro da roda, até que aplique a punga em outra dançarina, que irá então substituí-la, repetindo assim, sucessivamente, o gesto lascivo da umbigada. Segundo o pesquisador Domingos Vieira Filho, “Escanchados nos tambores, com as palmas das mãos os tocadores obtêm combinações rítmicas admiráveis. Daí, dizer-se no Maranhão que o Tambor-de-crioula é afinado a fogo, tocado a murro e dançado a coice”.

Em 1976, foi lançado o volume “Tambor-de-crioula”, integrando a série “Documentário sorono do folclore brasileiro” em um compacto duplo com seis composições interpretadas pelo grupo “Tambor-de-crioula Pindarezinho de Fátima”, de São Luis, capital do Maranhão. Estão presentes as composições “Beirou beira mar”, “Vaqueiro, tu vai ao campo”, “Jandiá peixe do fundo”, “Galo cantou, eu vou embora”, “Adeus, coureiro, adeus” e “Eu vou saindo devagar”.

No início do século XXI o tambor-de-crioula ganhou projeção nacional e internacional, a partir das apresentações de Mestre Felipe, com apresentações em diversos locais do Brasil, entre os quais, num festival no Rio de Janeiro, além de apresentações no exterior e gravação de CDs.