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Termo
Programa Viola, minha viola
Dados Históricos e Descrição

Programa de música caipira, presentado pela TV Cultura de São Paulo, voltado para modas de viola, música de raiz, lendas e danças folclóricas. Sua apresentação privilegia os  artistas do universo sertanejo e caipira, buscando as culturas regionais, em especial a musicalidade regional brasileira. A primeira edição do “Viola, minha Viola” foi ao ar no dia 28 de março de 1980, um domingo, às 19:00, com 50 minutos de duração. O apresentador era Moraes Sarmento e a direção de Eduardo Moreira. A TV Cultura prometia: As origens, a formação e as influências desse gênero musical serão apresentadas através de duplas famosas e convidados. A promessa foi cumprida. Participaram do programa de estréia Tonico e Tinoco, as Irmãs Galvão, Liu e Leu e Nonô Basílio. Os programas eram feitos em estúdio e depois passaram a ser transmitidos diretamente do teatro Franco Zampari em São Paulo. Ainda em 1980, passou a ser apresentado pela cantora, pesquisadora e folclorista Inezita Barroso. Por mais de 20 anos, o “Viola, minha viola”, que é gravado em auditório sempre lotado, contou com o acompanhamento musical do Regional de Robertinho do Acordeom, que se tornou consagrado no acompanhamento dos artistas que se apresentavam no programa e da própria Inezita, que, tradicionalmente canta na abertura e no encerramento de cada edição. Com o falecimento de Robertinho, em janeiro de 2006, o programa passou a contar com a liderança musical do violonista e violeiro Joãozinho no Regional que se tornou conhecido como o Regional do Viola.
Um dos mais tradicionais programas da emissora, o “Viola, Minha Viola” mantém, ao longo dos anos um público extremamente fiel, que lhe brinda com uma das maiores audiências da programação da TV Cultura.
Em 2005, o programa completou 25 anos no ar. As comemorações contaram com um programa especial que reuniu a maioria dos artistas que por ele passaram e tiveram nele apoio em suas carreiras. A edição contou também com diversos depoimentos de artistas e jornalistas, falando da importância e significado do mesmo. Nessa ocasião, o “Viola, minha viola” aumentou sua duração para 1 hora e meia aos sábados às 21horas, sendo reprisado, em comnpacto de  1 hora, aos domingos, às 9 horas, horário que se mantém ainda em 2010, quando comemora 30 anos de transmissão ininterrupta. Nesse ano, completando 30 anos de sucesso de audiência, o programa teve edição especial em junho, de caráter histórico, em cuja abertura, sua consagrada apresentadora interpretou “Cabocla Teresa”, de Raul Torres e João Pacífico, acompanhada do já consagrado Regional do programa, liderado pelo violeiro Joãozinho. A escolha da música se deu pelo fato de esta ter sido a música de abertura da primeira edição do programa. Nessa edição festiva, foi apresentada projeção em um telão no fundo do palco, de imagens de artistas em apresentações realizadas ao longo dos 30 anos da existência do programa. Inezita recebeu convidados como As Galvão, acompanhadas do maestro Mário Campanha, que interpretaram “No calor dos teus braços”, de Nicéas Drumont e Cecílio Nena; Pedro Bento e Zé da Estrada, interpretando “Chitãozinho e Xororó, de Athos Campos e Serrinha; Liu e Léu, (estiveram presentes na 1ª edição do programa) “O ipê e o prisioneiro”, de José Fortuna e Paraíso; Léo Canhoto e Robertinho, “Último julgamento”, de Léo Canhoto;  Mococa e Paraíso, (estiveram presentes em várias edições) “O último adeus”, de José Fortuna, Fernandes, Nhá Barbina e Nhô Moraes; Zé Mulato e Cassiano (estrearam a carreira no “Viola, minha viola”, “O homem e a espingarda”, de autoria dos dois; Craveiro e Cravinho, “Adeus, morena adeus”, de Piraci. Ainda se apresentaram  e ainda, cantaram com César e Paulinho (filhos de Craveiro) “Franguinho na panela”, de José Fortuna e Paraíso; Lourenço e Lourival, (estiveram presentes no 10º aniversário do programa) “Menina da aldeia”, de José Fortuna, Jack e Paraíso. Todos participantes do programa, desde seus primeiros anos. Também se apresentaram no evento artistas mais jovens como Almir Sater, com sua viola, cantando “O trem do pantanal”, de Paulo Simões e Geraldo Roca; Gilberto e Gilmar, (começaram a carreira no programa) “Só mais uma vez”, de autoria dos dois; Irmãs Barbosa (apresentaram-se ainda meninas no programa) “Poesia não se vende”, de Zé Mulato; César e Paulinho, (apresentaram-se ainda jovens no programa), “O feijão e a flor”, de Vicente Dias e Benê Brito. O último a se apresentar foi Daniel, que cantou “Disparada”, de Geraldo Vandré e Theo. Em setembro de 2010, o programa fez uma homenagem especial à viola, no qual estiveram presentes violeiros de idades e procedências diferentes, como Fernando Deghi, de formação erudita, Rodrigo Mattos, violeiro desde menino, com carreira firmada no culto ao instrumento,  Indio Cachoeira, violeiro veterano e reconhecido na tradição do instrumento e Arnaldo Freitas, expoente da última geração, já sendo apreciado no meio. No evento, os convidados reverenciaram o instrumento e lembraram lendários violeiros, como Tião Carreiro, Bambico e Gedeão da Viola, entre outros, e suas obras.