
Com as cores branca e vermelha, o maracatu de baque virado foi fundado no bairro de Água Fria, em Recife, no dia 10 de dezembro de 1998, por Dona Ivanize Maria Tavares (Yalorixá e ex-Rainha do Maracatu Leão de Judah), seus filhos Cristiane Alves e Edinho Tavares (Micinho) e de outros moradores da comunidade de Bomba do Hemetério, entre os quais Nilza Conceição, Baiano e Tânia Maria, juntando-se a esses os mestres Antônio Pereira de Souza (Seu Toinho, ex-mestre do Maracatu Cambinda Estrela da Casa Amarela e ainda do Maracatu Nação Elefante) e Mestre Dão (João Batista).
Segundo o pesquisador Climério de Oliveira Santos, o maracatu lançou um CD com algumas toadas de seu repertório. O disco fora produzido por Alfredo Bello e contou, no encarte, com a apresentação de Ernesto Ignácio Carvalho.
No instrumental de desfile do Maracatu constam gonguê, mineiro, caixa-de-guerra, tarol e alfaias.
Segundo o percussionista Reppolho em seu livro “Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão”:
“Baque Virado: Ritmo afro-brasileiro usado nos maracatus de Nação Nagô chamado de Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação, em Recife. Instituição: nasceu na cidade de Olinda, em 1793, para homenagear os Reis do Congo. Alguns pesquisadores afirmam que esta Instituição fora implantada pelos portugueses. As variações rítmicas tocadas pelo tambor alfaia (bombo) recebem os nomes de Marcação, Malê, Baque-de-Parada Arrastão e Baque-de-Martelo. Vejamos como ocorre normalmente a sequência musical da percussão: o Tarol anuncia levemente um esquema rítmico bem simples, rufando e intercalando pausas. Quase no mesmo instante, o Gonguê assinala a sua rítmica característica, dando entrada às Caixas-de-guerra. Em seguida, ocorre a entrada das Zabumbas, segundo o maestro César Guerra Peixe. No decorrer dos anos o (tambor) Zabumba foi substituído pelo (tambor) Alfaia, acompanhado por Ganzás, Gonguê, e Xequerês, também chamado de Agbê”.
Em 2009, no livro “Maracatu Baque Virado e Baque Solto. Coleção Batuque Book – Volume 1” foram listadas algumas toadas de desfiles anteriores, tais como “Ola o baque lelê Mariano”, “Ô menino vem cá” e “Vou vadiar no carnaval”, de Mestre Toinho.
BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:
SANTOS, Climério de Oliveira, e RESENDE, Tarcísio Soares. Maracatu Baque Virado e Baque Solto. Coleção Batuque Book – Volume 1- Pernambuco. Recife: Edição do Autor, 2009.
REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. 2ª ed. 2013.