5.001
Termo
G. R. E. S. Paraíso do Tuiuti
Dados Históricos e Descrição

Após o Carnaval do ano de 1954 as Escolas de samba Paraíso das Baianas, fundada em 1940 (azul e amarelo-ouro) e Unidos do Tuiuti, fundada 1933 (azul e branco), ambas representantes do Morro do Tuiuti, em São Cristóvão, centro do Rio de Janeiro, fundiram-se e criaram o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Paraíso do Tuiuti em 5 de abril daquele ano. Adotou em sua bandeira as cores azul e amarelo-ouro e, anos mais tarde, como mascote o animal zebra. Constam  como fundadores Augusto Pirulito, Joaquim, Araquém, Murilo Aragão, Zeba, Orlando, José Orelinha, Malciodes Fornalha, Pedro Feneno, Duca, Zequinha, Álvaro, Conceição e Felícia. Neste mesmo ano de 1954, de acordo com dados do livro “Carnaval – Seis Mil Anos de História”, de autoria de Hiram Araújo, a Paraíso das Baianas havia desfilado na Avenida Presidente Vargas, no Tablado, classificando-se em 12º  no Grupo I. A Unidos do Tuiuti, pertencente ao Grupo II, ao lado de 20 outras escolas, desfilou na Praça Onze, classificando-se em 15º lugar. No ano de 1955, já com o nome de Paraíso do Tuiuti, a nova escola desfilou na Avenida Presidente Vargas, no Tablado, com o enredo “Apoteose a Edgar Roquete Pinto” classificando-se em 10º lugar, empatada com a Caprichosos de Pilares. Nos anos posteriores classificou-se nos seguintes lugares dos referidos grupos:

1956: 11º lugar do Grupo I com o enredo “O circo. A grande parada”;

1957: 17º lugar do Grupo I com o enredo “Meus sonhos de criança”;

1958: 3º lugar do Grupo II com o enredo “Homenagem às Forças Armadas”;

1959: 15º lugar do Grupo I com o enredo “Batalha do Tuiuti”;

1960: 11º lugar do Grupo II (sem dados do enredo);

1961: 14º lugar do Grupo II com o enredo Exaltação a Pedro Américo, Castro Alves e Rui Barbosa”;

1962: não existem dados disponíveis sobre o desfile da escola;

1963: 18º lugar do Grupo III com o enredo “Paz, música e alegria”;

1964: 3º lugar do Grupo III com o enredo “Uma formatura nas Agulhas Negras”;

1965: 8º lugar do Grupo II (não existem dados disponíveis sobre o enredo);

1966: 15º lugar do Grupo II com o enredo “Sonho de uma noite de carnaval”;

1967: Não há registro do desfile da escola neste ano;

1968: 1968: 1º lugar do Grupo III com o enredo “São Cristóvão, bairro imperial”;

1969: 3º lugar do Grupo II com o enredo “O mundo da poesia de Olavo Bilac”;

1970: 7º lugar do Grupo II com o enredo “Alencar, patriarca da independência”;

1971: 6º lugar do Grupo II com o enredo “Rio, carnaval e batucada”;

1972: 3º lugar do Grupo II com o enredo “Brasil de ponta a ponta”;

1973: 5º lugar do Grupo II com o enredo “Os imortais da música brasileira”;

1974: 12º lugar do Grupo II com o enredo “Olimpíadas, festa de um povo”;

1975: 7º lugar do Grupo II com o enredo “Obra e vida de Cecília Meirelles”;

1976: 8º lugar do Grupo II com o enredo “Cobra Norato”;

1977: 17º lugar do Grupo II com o enredo “Brasil caboclo”;

1978: 6º lugar do Grupo III com o enredo “Carnaval de ontem e de hoje”:

1979: 6º lugar do Grupo 2-B com o enredo “Orlando Silva”;

1980: 1º lugar do Grupo 2-B com o enredo “É a sorte”;

1981: 9º lugar do Grupo 2-A com o enredo “Exaltação a Vinícius de Moraes”;

1982: 2º lugar do Grupo 2-A com o enredo “Alegria”;

1983: 8º lugar do Grupo 1-B com o enredo “Vamos falar de amor”;

1984: 11º lugar do Grupo1-B com o enredo “1984 – um ano de otimismo”;

1985: 3º lugar do Grupo 2-A com o enredo “Axé raça negra”;

1986: 4º lugar do Grupo 2-A com o enredo “A neta de Chiquita Bacana”;

1987: 1º lugar do Grupo 3 com o enredo “Força viva do samba, pagode”;

1988: 6º lugar do Grupo 2 com enredo “Filho de branco é menino, e filho de negro é moleque”;

1989: 6º lugar do Grupo 2 com enredo “Folclore tradição popular”;

1990: 9º lugar do Grupo 1 com enredo “Eneida, o pierrot está de volta”;

1991: 1991: 11º lugar do Grupo 1 com o enredo “Asa Branca”;

1992: 10º lugar do Grupo 2 com o enredo “Será que vai dar praia?”;

1993: Neste ano não há registro disponível de desfile da escola;

1994: 10º lugar do Grupo 2 com o enredo “Nas asas do tuiuti”;

1995: 5º lugar do Grupo de Acesso B com o enredo “Recicla Brasil, o lixo é um luxo”;

1996: 3º lugar do Grupo de Acesso C com o enredo “A raça em movimento”;

1997: 1º lugar do Grupo de Acesso C com o enredo “Um príncipe negro nas ruas do Rio”;

1998: 4º lugar do Grupo de Acesso B com o enredo “Oui, oui, a França esteve aqui”;

1999: 3º lugar do Grupo de Acesso B com o enredo “Uma delícia glacial no país do carnaval”;

2000: 2º lugar do Grupo de Acesso B com o enredo “Um monarca na fuzarca”. Neste ano, após conquistar o vice-campeonato do Grupo A, a posição alcançada foi considerada uma autêntica “zebra”, animal que a agremiação adotou como símbolo após este ano;

2001: desfilou no Grupo Especial com o samba-enredo “Um mouro no quilombo: isto a história registra”, de autoria de César Som Livre, Kleber Rodrigues, David de Lima e Cláudio Martins);

2002: 4º lugar do Grupo de Acesso A com o enredo “Arlindo: Arlequins e querubins – um carnaval no paraíso”;

2003: 1º lugar no Grupo de Acesso A com o enredo “Tuiuti desfila o Brasil em telas de Portinari”;

2004: 8º lugar do Grupo de Acesso A com o enredo “Olha que coisa mais linda, o poeta está no paraíso”, homenagem ao poeta Vinicius de Moraes;

Por seis vezes a escola esteve para fechar as portas de sua quadra, no Campo de São Cristóvão, número 33.

Entre as personalidades da escola destacam-se Dona China e Dona Ruth (baianas mais antigas), Dona Nelinha (responsável pela Velha-Guarda), Maria Augusta, Sérgio Marimba, Soller Divino, Paulo Menezes, José Carlos Amato, Paulo Barros e Jaime Cezário (carnavalescos), Mestre Thor (Renato Ribeiro Marins – ex -diretor de bateria e atual presidente), Marquinhos Sorriso (Mestre-Sala), Cristiane Caldas (Porta-Bandeira), Ênio Paranhos (nascido em 1931 e considerado o compositor mais antigo da escola), Guilherme Rabello, Jorge Honorato Gomes, Gustavo Adolfo dos Santos e o puxador Ciganerey,  além dos acompanhantes de intérpretes, Neizão, Leandro Di Menor e Eliane Faria, considerada a primeira mulher grávida a puxar um samba-enredo na Marquês da Sapucaí.

No ano de 2005 a escola desfilou com o enredo “Cravo de Ouro – eu também sou da lira e não quero negar”, de Rodrigo Siqueira, em homenagem ao escritor e crítico musical Ricardo Cravo Albin. O samba-enredo vencedor que representou a escola foi de autoria de Ceí, Reza, Pelé, Jurandir e Wanderley e o intérprete oficial para o desfile foi Ciganerey.

Em 2008 desfilou no Grupo de Acesso B, no qual tornou-se campeã desenvolvendo enredo sobre o compositor mangueirense Cartola “Cartola, teu centenário é uma beleza”, sendo promovida para o Grupo de Acesso A em 2009.

Em 2011 a escola foi a campeã do Grupo de Acesso B com o enredo “O mais doce bárbaro – Caetano Veloso”, em homenagem a Caetano Veloso, que desfilou no último carro alegórico que ilustrava o tema, de autoria do carnavalesco Eduardo Gonçalves, sendo promovida para o Grupo de Acesso A no carnaval de 2012.

No ano de 2015 a escola classificou-se em quinto lugar no Grupo de Acesso Série A. No ano posterior, em 2016, foi a campeã do Grupo de Acesso A, passando a desfilar no Grupo Especial no ano seguinte.

Em 2017 a Escola classificou-se em 12º lugar no desfile do Grupo Especial com o samba-enredo “Carnavaleidoscópio Tropifágico”, dos compositores Carlinhos Chirrinha, Rafael Bernini, Luís Caxias, Wellington Onirê e Fernandão.  A escola foi muito prejudicada pelo grave acidente com um dos seus carros, do qual resultaram várias pessoas feridas. Contudo, mesmo classiifcando-se em último lugar no desfile, a LIESA não a rebaixou para o Grupo de Acesso.

No ano de 2018 a Escola classificou-se, surpreendentemente, em segundo lugar no desfile do Grupo Especial do carnaval carioca, tendo como carnavalesco Jack Vasconcelos e desfilando na Marquês de Sapucaí com o samba-enredo “Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?”, dos compositores Cláudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Jurandir e Aníbal, interpretado por Nino do Milênio e Celsinho Mody. A Escola, que seria rebaixada no ano anterior, foi beneficiada pela LIESA por conta de um acidente com carros alegóricos, o que provoucou o não rebaixamento. Ela apresntou um desfile que comoveu o público, tanto pelo enredo, recheado de protestos, como pela elogiada Comissão de Frente.

No ano de 2019, com o carnavalesco Jack Vasconcelos, a Escola apresentou o samba-enredo “O Salvador da Pátria”, dos compositores Claudio Russo, Moacyr Luz, Zezé, Jurandir e Aníbal, intepretado por Celsinho Mody e Grazzi Brasil, classificando-se em 8º lugar no desfile do Grupo Especial.

No ano de 2020 a escola desfilou com o samba-enredo “O Santo e o Rei – Encantarias de Sebastião”, de Moacyr Luz, Cláudio Russo, Aníbal, Píer, Júlio Alves e Alessandro Falcão, interpretado por Celsinho Mody e Nino do Milênio, classificando-se em décimo primeiro lugar no desfile do Grupo Especial, tendo como presidente Renato Ribeiro Marins (Renato Thor); carnavalesco João Vítor Araújo; comissão de carnaval integrada por André Gonçalves, Rodrigo Soares e Júnior Cabeça; diretor de carnaval Júnior Schall; mestre de bateria Ricardinho; rainha de bateria Lívia Andrade; mestre-sala e porta-bandeira Marlon Flores e Danielle Nascimento e comissão de frente organizada por Márcio Moura.

Com a pandemia de COVID-19 o desfile das escolas de samba de 2021 foi cancelado.

Em 2021 foi anunciada a contratação de Paulo Barros como carnavalesco, assim como já havia acontecido em 2003. Antes do cancelamento do carnaval, havia sido definido o enredo “Soltando os bichos”, sobre a proteção dos animais. Após o cancelamento o tema foi mudado para “Ka Ríba Tí Ÿe – Que Nossos Caminhos se Abram”, com histórias da resistência negra. A autoria do samba foi de Cláudio Russo, Moacyr Luz, Júlio Alves, Alessandro Falcão e W. Correia Filho. Como no ano anterior, a escola conseguiu o 11° lugar.

Em 2022, por conta da disseminação da Ômicron, nova variante do vírus de COVID-19, o desfile foi transferido para o mês de abril, durante o feriado de Tiradentes.

Em 2022, Rosa Magalhães e João Vitor Araújo substituíram Paulo Barros na função de carnavalesco. A escola contou o enredo “Mogangueiro da Cara Preta”, sobre a chegada dos búfalos ao Brasil, na Ilha de Marajó. O samba teve a autoria de Cláudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia. A agremiação, primeira a desfilar no segundo dia, conseguiu o oitavo lugar.

Em 2024 tendo como Presidente Renato Thor a Escola apresentou no Sambódromo o samba-enredo “Glória ao Almirante Negro!”, de Cláudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia, como síntese de um enredo que tem como base a história de João Cândido (O Almirante Negro, líder da Revolução da Chibata, do início do século XX). O cantor Pixulé atuou como intérprete em um desfile que também contou como carnavalesco Jack Vasconcelos, o Diretor de Carnaval André Gonçalves, o Mestre de Bateria Marcão, tendo como Rainha de Bateria a modelo Mayara Lima, Mestre-Sala e Porta-Bandeira Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane e a Comissão de Frente criada por Cláudia Mota e Edifranc Alves. A Escola classificou-se em 9º lugar no desfile do Carnaval Carioca, na Marquês de Sapucaí.

No ano de 2025 a Escola classificou-se em 10º lugar do Grupo Especial no desfile da Marquês de Sapucaí.

 

BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.