4.001
Termo
G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira
Dados Históricos e Descrição

Segundo depoimentos de alguns componentes da Escola, a fundação ocorreu no dia 28 de abril de 1928, mas Sérgio Cabral, jornalista e pesquisador da música popular brasileira, afirma, baseado em documentos, que a data correta seria 28 de abril de 1929. De qualquer forma, a reunião que gerou a fundação da escola se deu na casa de Joana Velho, esposa de Seu Euclides (também presidente), pai de João Cocada. Além desses, estavam também presentes Saturnino Gonçalves (pai de Dona Neuma), Saint Clair (marido de Aurora, filha de Seu Euclides), Marcelino José Claudino (o velho Mansur), Pedro Paquetá, Abelardo Clemente (Abelardo da Bolinha), Ismar, Cartola e Zé Espinguela. A Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira foi fundada a partir da união dos blocos da região: Bloco dos Arengueiros, Bloco da Tia Tomásia, Bloco da Tia Fé, Bloco do Senhor Júlio, Bloco do Mestre Galdino e, ainda, Rancho Príncipe das Florestas. Juvenal Lopes, um dos fundadores da escola, afirmou que o nome Estação Primeira de Mangueira deve-se ao samba de Cartola, intitulado “Chega de demanda”. A expressão Estação Primeira foi adotada por ser a Mangueira, na época, a primeira estação de parada, com samba, após a partida do trem da Central do Brasil. Outros acreditam que o nome da escola é oriundo da quantidade de mangueiras existentes no morro, naquela época. Foi de Cartola a sugestão das cores que, hoje, fazem parte da bandeira da escola. Quando perguntado sobre o porquê das cores, verde e rosa, tendo em vista que não combinavam e que, portanto, a bandeira não ficaria tão bonita, Cartola explicou: “Existe combinação tão bonita quanto a de um caule verde com uma rosa na ponta?” O próprio Cartola, mais tarde, disse que se inspirou, também, em um rancho existente em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Em 20 de janeiro de 1929, Zé Espinguela organizou o primeiro concurso de escolas de samba. As escolas Mangueira, Portela e Estácio – que  ainda não se chamavam assim – foram as concorrentes da disputa realizada no Buraco Quente, (uma das favelas que pertencem ao complexo da Mangueira) no próprio morro da Mangueira. Espinguela, único membro do júri, deu a vitória à Portela, com o samba “Não adianta chorar”, de Heitor dos Prazeres.

Em 1931, a escola desfilou na Praça Onze com o enredo “Jardim da Mangueira”, mas o desfile não é considerado oficial, pois não houve concurso naquele ano.

No primeiro desfile oficial das escolas de samba, em 1932, a Mangueira foi campeã com o samba “A floresta”, de Cartola e Carlos Cachaça. No ano seguinte, com “Uma segunda-feira do Bonfim na Ribeira”, de autoria de Carlos Cachaça e Cartola, a escola voltou a ser campeã.

Em 28 de janeiro de 1934, no desfile extraoficial, realizado no Campo de Santana, centro do Rio de Janeiro, a escola desfilou com o enredo “A República da Orgia” (Cartola e Carlos Cachaça). No desfile do carnaval daquele mesmo ano, voltou a se apresentar, desta vez com o samba-enredo “Homenagem”, novamente de Carlos Cachaça e Cartola, tornando-se tricampeã.  A Mangueira voltou a ser campeã em 1940, com “Prantos, pretos e poetas”, da mesma dupla. Com sambas dos dois parceiros, “Ciência e arte” e “Plano salte”, respectivamente, a Mangueira venceu, em 1949 e 1950, o desfile da Uges (União das Escolas de Samba).

O campeonato de 1954 contou com o samba-enredo “Rio de ontem e hoje”, de Cícero e Pelado. Em 1956, Carlos Cachaça e Cartola, fundadores da Ala dos Compositores, abandonaram a escola, insatisfeitos com a concorrência de Nelson Sargento e Alfredo Português. Nessa época, Hélio Turco entrou para a Ala dos Compositores. Com sambas-enredo de sua autoria, a Mangueira desfilou 12 vezes, sendo campeã cinco vezes: “Carnaval de todos os tempos” (c/ Pelado e Cícero) em 1960; “Recordações do Rio antigo” (c/ Pelado e Cícero) em 1961; “O mundo encantado de Monteiro Lobato” (c/ Darcy da Mangueira, Batista, Jurandir da Mangueira e Dico) em 1967; “Samba, festa de um povo” (c/ Darcy da Mangueira, Batista e Dico) em 1968. No ano de 1984, no desfile que inaugurou o Sambódromo, a escola sagrou-se novamente campeã com o samba-enredo “Yes, nós temos Braguinha”, de autoria de Jurandir da Mangueira, Comprido, Arroz e Jajá. Outro samba de autoria de Hélio Turco foi o do carnaval de 1988:  “Cem anos de liberdade, realidade ou ilusão” (c/ Jurandir da Mangueira e Alvinho), puxado por Jamelão, quando a Mangueira ficou em segundo lugar. A escola venceu ainda em 1973, com “Lendas do Abaeté” (de Jajá, Preto Rico e Manuel); em 1986, com “Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm” (de Ivo, Paulinho e Lula); em 1987, com “Reino das palavras – Carlos Drummond de Andrade” (de Rodi, Verinha e Bira do Ponto), e dividiu o campeonato de 1998 com a Beija-Flor, por ocasião do enredo “Chico Buarque de Mangueira”.  A escola se apresentou para a rainha Elizabeth da Inglaterra, na Embaixada Inglesa, em 1968. Orgulha-se de ser a primeira campeã da história dos desfiles. Foi pioneira na criação de uma ala de compositores, na utilização de carros alegóricos (em 1948) e na fundação de uma bateria mirim, em 1965. Também foi a primeira a utilizar o pandeiro oitavado e a manter, até hoje, uma única marcação, introduzida por Lúcio Pato, que tocava o surdo de primeira, sem obter resposta de outro surdo (comum em outras escolas), o que caracteriza a tal marcação peculiar da escola. Segundo Hiram Araújo, médico e pesquisador, em seu livro “Carnaval – seis mil anos de história”, a partir de 1932, a escola, em desfiles extraoficiais e oficiais, apresentou as seguintes colocações e enredos: 1932: primeiro lugar com o enredo “A floresta”;

1933: primeiro lugar com o enredo “Uma 2ª-feira do Bonfim na Ribeira”;  1934: primeiro lugar com o enredo “A República da orgia” (desfile extraoficial no dia 28 de janeiro, no Campo de Santana);

1935: segundo lugar com o enredo “A pátria”;

1936: segundo lugar com o enredo “Cinco continentes”;

1937: neste ano, a escola não desfilou porque o delegado mandou desligar a luz e retirar o cordão de isolamento na apresentação da 16ª escola. Neste carnaval, também não se classificaram as escolas Prazer da Serrinha e Unidos de Lucas, que estavam entre as 32 inscritas;

1938: neste ano, chuvas fortes impediram a chegada da comissão julgadora. 1939: segundo lugar com o enredo “No jardim”;

1940: primeiro lugar com o enredo “Prantos, pretos e poetas”;

1941: segundo lugar com o enredo “Pedro Ernesto”;

1942: terceiro lugar com o enredo “A vitória do samba nas Américas”;

1943: segundo lugar com o enredo “Samba no Palácio do Itamarati”;

1944: segundo lugar com o enredo “Glória ao samba”;

1945: segundo lugar com o enredo “Nossa história”;

1946: segundo lugar com o enredo “Carnaval da vitória”;

1947: segundo lugar com o enredo “Brasil, ciência e arte”;

1948: quarto lugar com o enredo “Vale de São Francisco”;

1949: primeiro lugar com o enredo “Apologia ao mestre”;

1950: primeiro lugar com o enredo “Plano Salte – Saúde, Lavoura, Transporte e Educação”;

1951: terceiro lugar com o enredo “Unidade nacional”;

1952: neste ano, ainda segundo o livro de Hiram Araújo, não houve concurso devido à chuva;

1953: terceiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Unidade nacional”;

1954: primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Rio através dos séculos, passado e presente”;

1955: segundo lugar do Grupo 1 com o enredo “Quatro estações do ano” (alguns autores citam como “Cânticos à natureza”);

1956: terceiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Homenagem a Getúlio – o grande presidente”;

1957: terceiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Brasil rumo ao progresso”;  1958: terceiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Canção do exílio (alguns autores citam como “Gonçalves Dias”;

1959: quarto lugar no Grupo 1 com o enredo “Brasil através dos tempos”; 1960: primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Glória ao samba”;

1961: primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Reminiscência do Rio Antigo”;

1962: quarto lugar no Grupo 1 com o enredo “Casa-grande e senzala”;

1963: segundo lugar no Grupo 1 com o enredo “Exaltação à Bahia”;

1964: terceiro lugar no Grupo 1 com o enredo “História de um preto velho”;  1965: quarto lugar no Grupo 1 com o enredo “Rio através dos séculos”;

1966: segundo lugar no Grupo 1 com o enredo “Exaltação a Villa-Lobos”; 1967: primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “O mundo encantado de Monteiro Lobato”;

1968: primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Samba, festa de um povo”; 1969: segundo lugar no Grupo 1 com o enredo “Mercadores e suas tradições”; 1970: terceiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Um cântico à natureza”;

1971: quarto lugar no Grupo 1 com o enredo “Modernos bandeirantes”;

1972: segundo lugar no Grupo 1 com o enredo “Carnaval dos carnavais”; 1973: primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Lendas do Abaeté”;

1974: quarto lugar no Grupo 1 com o enredo “Mangueira em tempo de folclore”;

1975: segundo lugar no Grupo 1 com o enredo “Imagens poéticas de Jorge de Lima”;

1976: segundo lugar no Grupo 1 com o enredo “No reino da mãe de ouro”; 1977: sétimo lugar no Grupo 1 com o enredo “Parapanã, o segredo do amor”; 1978: segundo lugar no Grupo 1 com o enredo “Dos carroceiros do imperador ao palácio do samba”;

1979: quarto lugar no Grupo 1 com o enredo “Avatar e a selva transformou-se em ouro”;

1980: quarto lugar no Grupo 1 com o enredo “Coisas nossas”;

1981: quarto lugar no Grupo 1 com o enredo “De Nonô a JK”;

1982: quarto lugar no Grupo 1 com o enredo “As mil e uma noites cariocas”; 1983: quinto lugar no Grupo 1 com o enredo “Verde que te quero rosa… Semente viva do samba”;

1984: primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Yes, nós temos Braguinha”; 1985: sétimo lugar no Grupo 1 com o enredo “Abram alas que eu quero passar – Chiquinha Gonzaga”;

1986: primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia tem e a Mangueira também”;

1987: primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “No reino das palavras – Carlos Drummond de Andrade”;

1988: segundo lugar no Grupo 1 com o enredo “100 anos de liberdade – Realidade ou ilusão?”;

1989: décimo primeiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Trinca de reis (Chico Recarey, Carlos Machado e Walter Pinto);

1990: oitavo lugar no Grupo Especial com o enredo “E deu a louca no barroco”;

1991: décimo segundo lugar no Grupo Especial com o enredo “As três rendeiras do universo”;

1992: sexto lugar no Grupo Especial com o enredo “Se todos fossem iguais a você”;

1993: quinto lugar no Grupo Especial com o enredo “Dessa fruta eu como até o caroço”;

1994: décimo primeiro lugar no Grupo Especial com o enredo “Atrás da verde e rosa só não vai quem já morreu”;

1995: sexto lugar no Grupo Especial com o enredo “A esmeralda do Atlântico”;

1996: quarto lugar no Grupo Especial com o enredo “Os tambores da Mangueira na terra da encantaria”;

1997: terceiro lugar no Grupo Especial com o enredo “O Olimpo é verde e rosa”;

1998: primeiro lugar no Grupo Especial com o enredo “Chico Buarque de  Mangueira” (Título dividido com a Escola Beija-Flor);

1999: sétimo lugar no Grupo Especial com o enredo “O século do samba”; 2000: desfilou com o enredo “Dom Obá II – Rei dos Esfarrapados, Príncipe do Povo”;

2001: desfilou com o enredo “A seiva da vida”, classificando-se em terceiro lugar.

No ano de 2002 desfilou no Sambódromo com o samba-enredo “Brazil com “Z” é pra cabra da peste, Brasil com “S” é nação do Nordeste” de autoria de Lequinho e Amendoim, tendo como puxador oficial o cantor Jamelão e com o qual a escola foi campeã. Ainda neste mesmo ano, recebeu o “Estandarte de Ouro”, prêmio oferecido há 17 anos pelo jornal O Globo para o “Melhor Samba-Enredo” e “Melhor Escola do Ano”, entre outras categorias. Com o título de 2002, a Mangueira acumulou seu 5º título em 19 desfiles no Sambódromo. Em 2003, desfilou com o samba-enredo “Os Dez Mandamentos: O samba da paz canta a saga da liberdade” de autoria de Marcelo D’Aguiã, Bizuca, Gilson Bernini e Clóvis Pê. Neste carnaval a escola sagrou-se Vice-campeã e, num ato elegante e desportivo, o então presidente Álvaro Luiz Caetano declarou após a apuração, ainda no Sambódromo: “Parabéns para a Beija-Flor. Ano passado, ganhamos nós. Eles ficaram em segundo. Deixa eles comemorarem, estamos felizes também”. A escola, que também promove diversas atividades na comunidade (esporte na Vila Olímpica da Mangueira ou shows e exposições no Centro Cultural Cartola), deu início ao projeto de gravação de sete CDs com todos os sambas-enredos desde 1928. O projeto, com produção musical de Josimar Monteiro, lançou o primeiro CD com 14 sambas-enredos, na visão do então presidente Álvaro Luiz Caetano, que melhor representam a escola, entre eles “Casa grande e senzala”, de 1962;  “O mundo encantado de Monteiro Lobato”, de 1967; “Chico Buarque de Mangueira”, de 1998 e “Brasil com Z é cabra da peste, Brasil com S é nação do Nordeste”, de 2002.  Ainda fazendo parte das comemorações dos 75 anos da escola, a Bateria da Mangueira e a Orquestra Escola da Petrobras Pró-Música apresentaram o “Concerto 75 Anos de Glórias” executando sinfonias e sambas-enredos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano de 2003, foi lançado um DVD com imagens das turnês internacionais da Velha-Guarda e a grife “Yes Brazil” lançou na quadra da escola a coleção “A Moda e a Cultura do Samba”, com desfile de tops renomadas: Ana Beatriz Barros e Thalita Pugliese e modelos da comunidade. A grife ainda patrocinou a Ala das Baianas no carnaval de 2004, no qual a escola se classificou em 3º lugar no Grupo Especial, apresentando-se com o samba-enredo “Mangueira redescobre a Estrada Real… E deste Eldorado faz seu carnaval” (Cadú, Gabriel, Almyr e Guilherme), interpretado por  Jamelão. Entre as personalidades emblemáticas da escola, estão: Mocinha da Mangueira (Porta-Estandarte), Dona Zica, Dona Neuma, Cartola, Seu Euclides, Saturnino, Nelson Sargento, Alcione, Carlos Cachaça, Leci Brandão, Elmo José dos Santos, Carlinhos de Jesus (coreógrafo da Comissão de Frente), entre outros não menos importantes. Neste mesmo ano, através de uma pesquisa do Ibope foi apontada como a segunda escola de samba mais querida no Estado do Rio de Janeiro, vindo após a Beija Flor, a Mocidade em terceiro e a Portela em quarto.

Em dezembro de 2004 o Presidente da Bateria, Robson Roque, de 43 anos, foi assassinado. Segundo os jornais da época, o caso se deu por causa da insatisfação gerada na eleição da Rainha da Bateria. Segundo ainda os jornais, alguns marginais o executaram no topo do morro, onde semanas depois o corpo foi encontrado.

Em 2005 a escola desfilou com o samba-enredo “Mangueira energiza a Avenida. Carnaval é pura energia e a energia é o nosso desafio”, de Lequinho, Júnior Fionda e Amendoim, tendo como puxador Jamelão, classificando a escola em sexto lugar no Grupo Especial.

No ano de 2006 desfilou como samba-enredo “Das águas do Velho Chico, nasce um rio de esperança”, de Gilson Bernini, Henrique Gomes e Cosminho, tendo como intérprete Jamelão, sendo classificada em 4º lugar.

Em 2007 a escola classificou-se em terceiro lugar com o samba-enredo “Minha pátria é minha língua, Mangueira meu grande amor. Meu samba vai ao Lácio e colhe a última flor”, de Lequinho, Junior Fionda, Aníbal e Amendoim, no qual prestou homenagens à língua portuguesa falada do Brasil e ainda a poetas, compositores e escritores de clássicos brasileiros.

Em 2008 desfilou com o samba-enredo “100 anos de frevo, é de perder o sapato. Recife mandou me chamar”, de Francisco do Pagode (Tuchinha), Lequinho, Jr. Fionda, Silvão e Anibal). Com o samba-enredo interpretado por Luizito, a escola classificou-se em 10º lugar no Grupo Especial. O enredo foi de autoria do carnavalesco Max Lopes. Ainda em 2008, em homenagem à Dona Neuma foi inaugurada a Escola Tia Neuma 2, na Vila Olímpica da Mangueira, para 500 crianças de seis a 14 anos. A escola, com ensino gratuíto em horário integral com aulas de esportes, ciências,  biblioteca e laboratório de informática, foi inaugurada em solenidade presidida pelo governador Sérgio Cabral, sendo uma parceria do Estado com a iniciativa privada (Santa Mônica Centro Educacional). O evento contou com as presenças de Nélson Sargento e do ex-mestre-sala Delegado, além da cantora Alcione (que cantou o Hino Nacional) e da Banda do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, a presidente da escola, Eli Gonçalves da Silva, a Chininha, filha da homenageada, declarou: “Ela tinha relação forte com a educação. Não era professora, mas ajudou a alfabetizar muitas crianças no morro”. Vários outros eventos foram realizados neste ano em que a Escola completou 80 anos, tais como missa ecumênica na quadra; lançamento de selo comemorativo com show da Velha-Guarda da escola na quadra; Baile de Gala dos 80 anos (na quadra); homenagem a Nélson Sargento e ao Mestre-Sala Delegado e ainda show da Velha-Guarda da Mangueira no Canecão, com participações especiais de Leila Pinheiro, Leci Brandão e Alcione.

No ano de 2009 a escola classificou-se em 6º lugar do Grupo Especial com o samba enredo “A Mangueira traz os Brasis do Brasil, mostrando a formação do povo brasileiro”, de autoria de Lequinho, Jr. Fionda, Gilson Bernini e Gustavo Clarão, tendo como intérprete Luizito. A Escola desfilou com os seguintes integrantes: presidente Eli Gonçalves da Silva (Chininha); presidente do Conselho de Carnaval Celso Rodrigues; carnavalesco Roberto Szaniecki; mestre de bateria Taranta; rainha de bateria Gracyanne Barbosa; mestre sala e porta bandeira Marquinhos e Giovanna e comissão de frente Janice Botelho.

No ano de 2010 a escola classificou-se em 6º lugar no Grupo Especial com o samba-enredo “Mangueira é música do Brasil”, de Renan Brandão, Machado, Paulinho Bandolim e Rodrigo Carioca, puxado pelos intérpretes Rixxah, Luizito e Zé Paulo.

Em 2011 a escola desfilou com o samba-enredo “O filho fiel, sempre Mangueira”, de Alemão do Cavaco, Cesinho Maluco,  Xavier, Ailton Nunes, Rifai e Pê Baianinho, enredo em homenagem ao centenário de nascimento do compositor mangueirense Nélson Cavaquinho, tendo como intérpretes Luizito, Zé Paulo Sierra e Ciganerey, classificando-se em terceiro lugar na disputa do carnaval carioca deste ano.

Em 2012 a escola classificou-se, no desfile do Grupo Especial do carnaval carioca, em 7º lugar com o samba-enredo “Vou Festejar! Sou Cacique, Sou Mangueira”, de Igor Leal, Lequinho, Junior Fionda e Paulinho Carvalho.

No ano de 2013 o G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira classificou-se em 8º lugar do Grupo Especial do carnaval carioca com o enredo “Cuiabá: Um Paraíso no Centro da América!”, do carnavalesco Cid Carvalho, tendo como Diretor de Carnaval Jeferson Carlos; Diretores de Harmonia José Carlos Netto e Dimichel Velasco; Rainha da Bateria Gracyanne Barbosa; Mestre de Bateria Ailton; Mestre Sala Raphael Rodrigues e Porta Bandeira Marcella Alves, em samba-enredo composto por Lequinho, Junior Fionda, Paulinho Carvalho e Igor Leal, interpretado por Luizito, Zé Paulo Sierra, Ciganerey e Agnaldo Amaral.

No ano de 2014 a escola classificou-se em 8º lugar, no Grupo Especial, desfilando com o samba-enredo “A festança brasileira cai no samba da Mangueira”, de Lequinho, Júnior Fionda, Paulinho Carvalho, Flavinho Horta e Igor Leal, tendo como intérprete Luizito. Destacamos também Aramis Santos (Diretor de Carnaval); Rosa Magalhães (Carnavalesco); Edson Góes (Diretor de Harmonia); Ailton (Mestres de Bateria); Evelyn Bastos (Rainha de Bateria); Raphael (Mestre-Sala); Squel (Porta-Bandeira) e Carlinhos de Jesus (Comissão de Frente).

No ano de 2015, tendo como presidente Francisco Manoel de Carvalho; carnavalesco, autor de enredo e sinopse Cid Carvalho;  casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira Raphael Rodrigues e Squel Jorgea; diretores de bateria Vitor Art & Rodrigo Explosão, a Escola desfilou com o samba-enredo “Agora chegou a vez, vou cantar: Mulher de Mangueira, Mulher Brasileira em primeiro lugar”, de Renan Brandão, Cadu, Alemão do Cavaco, Paulinho Bandolim, Deivid Domênico e Almyr Luz Divina. A agremiação classificou-se em 10º lugar no desfile do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro.

No ano de 2016 a escola foi a campeã do Grupo Especial desfilando com o samba-enredo “Maria Bethânia, a Menina dos Olhos de Oyá” de autoria de Alemão do Cavaco, Almyr, Cadu, Lacyr D Mangueira, Paulinho Bandolim e Renan Brandão, tendo como carnavalesco Leandro Vieira; diretor de carnaval Júnior Schall; diretor de harmonia Edson Goes; puxador do samba Ciganerey; mestres de bateria Rodrigo Explosão e Vitor Arte; rainha de bateria Evelin; mestre-sala Raphael; porta-Bandeira Squel e comissão de frente de Júnior Scapin e ainda Nélson Sargento como Presidente de Honra e Francisco de Carvalho como presidente da agremiação. Um dos destaques do desfile foi o carro “Abelha Rainha”, composto por 15 amigos da cantora, especialmente convidados por ela, entre os quais Ricardo Cravo Albin, Caetano Veloso, Paulinha Lavigne, Zélia Duncan, Bia Lessa, Mart’nália, Moacyr Luz, Renata Sorrah, Chico César, Vanessa da Matta, Ana Carolina e Regina Casé.

Em 2017 a Escola classificou-se em 4º lugar no desfile do Grupo Especial com o samba-enredo “Só com a ajuda do Santo”, de Lequinho, Júnior Fionda, Flavinho Horta, Gabriel Martins e Igor Leal.

No ano de 2018 a Escola classificou-se em quinto lugar no desfile do Grupo Especial do carnaval carioca sob o comando do carnavalesco Leandro Vieira, desfilando na Marquês de Sapucaí com o samba-enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro… Eu brinco!”, dos compositores Lequinho, Júnior Fionda, Alemão do Cavaco, Gabriel Machado, Wagner Santos, Gabriel Martins e Igor Leal, tendo como intérpretes Ciganerey e Péricles. O desfile foi saudado com entusiasmo pelo público do sambódromo e apresentou vários protestos contra o prefeito Marcelo Crivella, do Rio, que cortou, meses antes, verbas costumeiras para todas as Escolas.

Em 2019, com o carnavalesco Leandro Vieira, a Escola foi a campeã do carnaval carioca no desfile do Grupo Especial, no qual apresentou o samba-enredo “História para ninar gente grande”, dos compositores Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino, puxado na avenida por Marquinho Art’ Samba. Um dos destaques do desfile da escola foi a presença da cantora Alcione como Dandara dos Palmares, além de Leci Brandão representando a escrava Luíza Maria e a presença do compositor Nélson Sargento. O desfile também contou com a presença de Dona Suluca, aos 91 anos (Arlete da Silva Fialho – 1928 RJ, irmã do primeiro Mestre Sala, Delegado, 1921/2012 RJ), presidente de honra da Ala das Baianas. Este foi o 20º campeonato da escola, sendo o segundo na carreira do carnavalesco Leandro Vieira. A escola também foi a campeã de três premiações do “Estandarte de Ouro”, uma delas na categoria “Melhor Samba-Enredo”.

No ano de 2020 a escola desfilou com o samba-enredo “A Verdade Vos Fará Livre”, de Manú da Cuíca e Luiz Carlos Máximo, interpretado por Marquinho Art’Samba, classificando-se em sexto lugar no desfile do Grupo Especial, tendo como presidente Elias João Riche Filho; presidente de honra Nelson Sargento; carnavalesco Leandro Vieira; mestres de bateria Wesley; rainha de bateria Evelyn Bastos; mestre-sala e porta-bandeira Matheus Olivério e Squel Jorgea e comissão de frente organizada pela dupla Rodrigo Negri e Priscila Motta. Desde o momento em que o tema do enredo foi conhecido despertou grande polêmica, por envolver a Bíblia e seus grandes nomes, a frente dos quais estava Jesus Cristo.

Com a pandemia de COVID-19 o desfile das escolas de samba de 2021 foi cancelado.  Em 2022, por conta da disseminação da Ômicron, nova variante do vírus de COVID-19, o desfile foi transferido para o mês de abril, durante o feriado de Tirandentes.

Em maio de 2021 o compositor e presidente de honra da Mangueira, Nelson Sargento, morreu de COVID aos 96 anos. Hélio Turco foi empossado como novo presidente de honra da escola.

Em 2022 desfilou com o enredo “Angenor, José e Laurindo”, uma homenagem ao compositor Cartola, o intérprete Jamelão e o mestre-sala Delegado usando os nomes de batismo deles. O samba enredo teve a autoria de Bruno Souza, Leandro Almeida, Moacyr Luz e  Pedro Terra. A agremiação foi a segunda escola a se apresentar na primeira noite do Grupo Especial. A  comissão de frente, coreografada por Priscilla Mota e Rodrigo Negri, tinha dançarinos caracterizados de Cartola, Jamelão e Delegado que realizavam trocas rápidas de figurino e foi premiada com o Estandarte de Ouro da categoria. A escola ficou em sétimo lugar. Após o desfile o carnavalesco Leandro Vieira saiu da escola, assim como os coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri, substituídos por Claudia Mota. Os interpretes efetivados foram Dowglas Diniz e Marquinho Art’Samba e os diretores de bateria passaram a ser Rodrigo Explosão e Taranta Neto.

Em 2023 o enredo apresentado foi  “As Áfricas Que a Bahia Canta”, que procurou trazer instituições afro-brasileiras pouco difundidas na história do carnaval. A autoria do samba foi de Gabriel Machado, Guilherme Sá, Junior Fionda, Lequinho e Paulinho Bandolim. A agremiação foi a última da primeira noite a desfilar. A escola conseguiu o quinto lugar.

Em 2024, tendo como Presidente de Honra Hélio Turco e Presidente Guanayra Firmino, a Escola desfilou na Avenida Marquês de Sapucaí com o samba-enredo, em homenagem à cantora Alcione, “A Negra Voz do Amanhã”, de Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim, tendo como intérpretes Marquinho Art’ Samba e Dowglas Diniz, e ainda os Carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão, e como Diretor de Carnaval Amauri Wanzeler. Também constaram neste desfile os Mestres de Bateria Taranta Neto e Rodrigo Explosão, a Rainha de Bateria Evelyn Bastos, o Mestre-Sala e a Porta-Bandeira Matheus Olivério e Cintya Santos, além de uma Comissão de Frente criada e dirigida pela dupla Karina Dias e Lucas Maciel. A Escola classificou-se em 7º lugar no desfile do Carnaval Carioca, na Marquês de Sapucaí.

No ano de 2025 a Escola classificou-se em 6º lugar do Grupo Especial no desfile da Marquês de Sapucaí.

 

BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Edição Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Esteio Editora, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

ARAÚJO, Hiram. Carnaval – Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.