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Termo
G. R. E. S. Águia de Ouro
Dados Históricos e Descrição

Fundada em 9 de maio de 1976, a escola também é oriunda, como muitas outras, de um time de futebol, no caso da Águia de Ouro, do time Faísca de Ouro, da região dos bairros de Água Branca, Pompéia e Lapa.

No início o time possuía uma torcida vibrante, reforçada pela batucada que o acompanhava, sempre contando com colaboração de ex-integrantes da Escola Pérola Negra. Gilson Carriuolo (presidente da escola em algumas ocasiões), Antonio e Maíco estão entre os primeiros que organizavam as rodas de samba que acompanhavam o time e que mais tarde viriam também a participar da fundação da escola.

Suas cores oficiais são o azul, branco e o ouro e sua quadra fica na Avenida Francisco Matarazzo. A escola desfilou pela primeira vez no ano de 1977 no Grupo IV, com o samba-enredo “A Bahia de Jorge Amado”, de autoria de Ditinho, nesta época, ainda na Avenida Tiradentes, classificando-se em segundo lugar, conquistando o direito de desfilar no Grupo III no ano seguinte a Escola foi para a Avenida com o Enredo “Cem Anos de Chorinho” com samba de Ditinho, classificando-se em sétimo lugar no ano de 1978. No ano seguinte, em 1979, com o samba-enredo “Brasil Um Paraíso Original”, de Lagrila e Alfredo Careca, a escola conquistou outro vice-campeonato que a levou ao Grupo II.

Em 1980, com o carnavalesco Tito, a escola desfila com o enredo “Raízes da Amizade”, alcançando o 5º quinto lugar.

No ano de 1981, sob a presidência de José Miguel, o Dengo, desfila com o samba-enredo “Dorival Caymmi”, dos compositores Pelé e Gilson Neguinho, classificando-se em 7º lugar.

Em 1982, com o então presidente Sidnei Cariuolo Antonio (irmão de Gilson Neguinho), com o enredo “A Viagem Encantada Ao reino da Fantasia” e samba de autoria de Royce do Cavaco, a escola conseguiu o 5º lugar. No ano posterior, em 1983, os irmãos Royce, Ênio e Sérgio compõem o samba-enredo “Na Fantasia da Ilusão a Ilusão da Fantasia”, considerado o primeiro samba da escola gravado em disco. Neste mesmo ano de 1983 a escola conseguiu um vice-campeonato ganhando o direito de desfilar no Grupo I.

Em 1984, com o samba-enredo “Mil vidas, o Teatro através dos Tempos”, de Royce do Cavaco, classificando-se em 10º lugar e retornando ao Grupo II. Com o samba-enredo “Vadico, o Parceiro Esquecido”, também de autoria de Royce do Cavaco, a escola desfilou no ano de 1985, classificando-se em 3º lugar naquele ano. No ano seguinte, em 1986, Royce do Cavaco compõe o samba-enredo “Assim Falou Juca Pato”, fazendo com que a escola retorne ao Grupo I.

Em 1987 desfilou como samba-enredo “Vinícius de Moraes”, de Jangada e Maneco, classificando-se me 9º lugar no Grupo I.

No ano de 1988 desfilou com o samba “Oswaldo Sargentelli”, de autoria de Pindaia. Em 1989 desfilou no Grupo II com o enredo “Astrologia”, samba de Douglinhas, Juquinha, Quinzinho, Carlinhos Barbosa e Silvinho. No ano seguinte, em 1989, desfilou como samba-enredo “Casais das Eras”, de autoria de Paulo Cachaça, Capim e Dengo, tornando-se a campeã do Grupo II, conquistando assim, o direito de desfilar no Grupo I.

Em 1991 a Águia de Ouro foi para a Avenida com o enredo ” São Paulo, Pátria Mia”, em samba de Douglinhas, Juquinha, Quinzinho, Cuca e Carlinhos Barbosa.

Em 1992 com samba-enredo de Douglinhas, Juquinha, Quinzinho e Cuca “Felicidade”, a escola manteve-se no Grupo II. No ano posterior, em 1993, Royce do Cavaco voltou a ser o puxador oficial da escola em samba de Douglinhas, Juquinha, Quinzinho e Cuca intitulado “Identidade Brasil”.

No ano de 1994 a escola desfila com o enredo “Sonhos de um Sambista” e samba de Áureo Galloro e Marcelo do Cavaco.

Em 1995 desfila com o samba-enredo “Voa, voa Liberdade”, de Pindaia, Oswaldinho, Hermes e Edsinho, retornando ao Grupo I. No ano posterior apresentou-se na avenida como samba-enredo “Paulista eu te Amo”, de Pindaia, ganhando o primeiro lugar e passando para o Grupo Especial. Em 1997 desfilou no Grupo Especial com o samba-enredo “Sayu-Yu Do Grão Sagrado do Passado a Esperança do Futuro”, de Pelezinho, Carlinhos Barbosa, Quinzinho, Pindaia Hermes e Oswaldinho. Mestre Juca mais uma vez criou uma batida diferente para o desfile, desta vez em ritmo funk, mostrando que a Bateria da Águia enfrentava qualquer desafio. No ano seguinte, em 1998, desfilou com o samba “Assim Caminha a Humanidade”, de Pindaia, Ivan, Hermes, Paulinho, Oswaldinho, Andozinho e Cabelo. Em 1999, a Escola muda sua Razão Social passando a chamar-se Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Águia de Ouro e desfila com o samba “A Criação do Terceiro Dia”, de autoria de Tiaraju, Rabino e Darlan, tendo como carnavalesco Paulo Virgílio.

No carnaval do ano 2000 a escola desfilou como samba “A Imagem e Semelhança dos Deuses: Terra Brasilis”, de Regiano, Edu Chaves e Almir Spindola. Neste ano a dupla de carnavalesco foi composta por Paulo e Victor e a escola contou Mestre Lagrila como  Diretor de Carnaval. Em 2001 desfilou no Grupo Especial com o samba-enredo “De Salém a Brasília o que Vale é a Bruxaria”, de Sidão, Biti, Borracha e Luizinho SP, tendo a dupla Paulo e Victor como carnavalescos e clasificando a ecola em 4º lugar.

Em 2002 classificou-se em 7º lugar non Grupo Especial com o enredo “Vou à luta sem pedir licença, tupy or not tupy, Sampa é a resposta”, com o samba de Pelezinho, Quinzinho e William. No ano seguinte, 2003, a escola trouxe o enredo falando da China e classifica-se em 12º lugar.

Em 2004 a Águia trouxe Ana Maria Braga para contar os 450 anos da culinária paulistana, enredo esse criado para homenagear os 450 anos da cidade de São Paulo, classificando-se em 7º lugar, conquistando o prêmio “Estandarte de Ouro” nos quesitos “Bateria” e “Letra de samba”.

No ano de 2007 apresentou na avenida o samba-enredo  “Dez fez o Homem de barro e a Águia de ouro….o Brasil feito à mão”, assinado por toda a ala de compositores da escola. Entre suas várias personalidades, destavam-se o carnavalesco Victor Santos, o puxador de samba Serginho do Porto e o casal de mestre-sala e porta-bandeira João Carlos e Laís.

No ano de 2020 a escola foi a campeã do Grupo Especial do carnaval paulistano, desfilando com enredo sobre a evolução do conhecimento humano, da Idade da Pedra à tecnológica dos robôs. Foi o primeiro título da agremiação em 43 anos de existência. No desfile a escola prestou homenagem ao educador Paulo Freire em um de seus carros alegóricos. No carro, havia um boneco de Paulo Freire com um livro e a seguinte frase, de autoria do educador: “Não se pode falar da educação sem amor”. A bateria foi comandada por Mestre Juca (Armando Guerra Júnior).

Em 2024 a Escola classificou-se em décimo lugar no desfile do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo, no Sambódromo do Anhembi.

 

BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Esteio Editora, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.