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Termo
Forró
Dados Históricos e Descrição

O termo é uma derivação de forrobodó, que segundo o Dicionário Aurélio, seria “Arrasta-pé, farra,  troça, confusão, desordem”. Seguindo esta caracterização, o estudioso Camara Cascudo definiu o forró como “baile reles, de segunda categoria”. Uma outro designação que foi utlizada durante muito tempo, foi a que definia forró como uma corruptela de “Fol all”, bailes populares promovidos segundo alguns, pelos americanos em suas bases no Nordeste durante a segunda guerra mundial. Seja como for, o termo designa um tipo de baile popular nordestino, animado por sanfona pé-de-bode, de oito baixos, executando os diferentes ritmos locais, como o xaxado, o xamego, o xote, o baião e outros. A partir dos anos 50, o termo foi se divulgando cada vez mais através de uma série de gravações que faziam alusões a bailes de forró, como foi o caso de “Forró de Mané Vito”, de Zé Dantas e Luiz Gonzaga, gravada em 1949 pelo Rei do Baião, que registraria ainda “Forró no escuro”, de sua autoria em 1958. Jackson do Pandeiro gravou no mesmo ano “Forró em Limoeiro”, de Edgar Ferreira. A partir dos anos 50 com a grande migração de nordestinos para o Sudeste e também para a construção de Brasília, os bailes de forró foram se disseminando para outras regiões. Nos anos 70, os bailes de forró tornaram-se uma espécie de resistência para a chamada música brasileira autêntica, recebendo grande afluência de estudantes universitários. Nesse período destacaram-se artistas como Dominguinhos, Anastácia, Abdias, Marinês e sua gente, Trio Nordestino, Genival Lacerda, Clemilda, Zé Gonzaga e outros. Nos anos 80 o forró conheceu um período de baixa, entrando em refluxo, principalmente com a assenção do movimento rock Brasil entre a juventude. Na segunda metade dos anos 90, o forró conheceu um novo período de expansão, com o surgimento de uma série de grupos e artístas cultores do gênero, incorporando ao mesmo novos elementos musicais como teclados. Nessa nova etapa, destacam-se entre outrs, Frank Aguiar, Mastruz com Leite, Magníficos, Cavalo de Pau, Catuaba com Amendoim, Mel com Terra, Calcinha Preta e outros grupos. Em fins dos anos 90, firmou-se uma nova vertente, conhecida como “Forró universitário”, que teve como grupo precursor o Trio Virgulino, que foi o primeiro a fazer shows para universitários, na época (ainda no início dos anos 1990) na USP, em São Paulo. 

Outros grupos bastante importantes desse movimento foram Forroçacana, Circuladô de Fulô, Rastapé, Arriba a Saia e Falamansa. Este último vendeu cerca de 1 milhão de cópias de seu primeiro CD.Tal movimento, permitiu a volta a atividades de artistas afastados ou com pouco espaço, como foi o caso do Trio Nordestino, que retomou as atividades musicais com uma nova formação. Outro elemento que ajudou na propagação da nova onda do forró foi o filme “Eu Tu Eles”, cuja música título “Esperando na janela”, de Targino e Raimundinho do Acordeon tornou-se um hit nacional, ajudando a propagar a figura do sanfoneiro Targino, que gravou a composição. No mesmo período o cantor e compositor pernambucano Alceu Valença lançou o CD “Forró lunar”, no qual gravou uma série de composições no gênero “forró pé-de-serra”.

O ritmo, que é cultuado fervorosamente em cidades nordestinas como Recife, Caruaru e Campina Grande, teve, em sua homenagem, nos festejos juninos da cidade de Recife, em 2005,  um memorável encontro de 40 sanfoneiros tradicionais, que, juntos, puxaram um cordão pelas ruas, arrastando uma multidão, que dançava euforicamente. Entre os sanfoneiros, encontrava-se Terezinha do acordeom, Xico Bezerra e Chiquinha Gonzaga, irmã de Luiz Gonzaga. Esta última declarou, em entrevista ao jornal “O Globo”, durante o evento, “O Forró é para sempre, não acaba nunca”. A artista, com quase oitenta anos, aproveitou a ocasião para defender o forró autêntico, segundo seu entendimento, executado apenas com zabumba, triângulo e sanfona. Nos anos 2000, desenvolveu-se também uma outra vertente do Forró, que já vinha se desenvolvendo desde os anos 1990, e que apresentou misturas com outros gêneros, como, por exemplo, o Calypso e o Axé.  

Foram introduzidas batidas mais aceleradas (em alguns casos até batidas eletrônicas) e outros instrumentos que tradicionalmente não  faziam parte, como o teclado e a guitarra. Os nomes que mais se destacaram nesse segmento foram grupos como Aviões do Forró, Garota Safada e Mastruz com Leite.