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Termo
Cavaquinho
Dados Históricos e Descrição

Cordofone com o formato de um pequeno violão, executado com plectro (palheta), de quatro cordas metálicas afinadas mais geralmente em ré, sol, si, ré, do grave para o agudo, ou em ré, sol, si, mi, afinação de violão, ou mais raramente ainda em sol, ré, lá, mi, afinação de bandolim.
O pesquisador português Gonçalo Sampaio defende a tese de que o instrumento tem origem grega. Outros afirmam ser originário da família da guitarra, descendente do instrumento Requinto, entre outras muitas versões de seu nascedouro, que chegou ao Brasil com os colonos portugueses.
Segundo o pesquisador Arthur de Oliveira “O instrumento foi introduzido no Brasil pelos portugueses, que o difundiram no século XIX também nas ilhas do Pacífico, de onde chegaram aos Estados Unidos com o nome de ukelele (pulga que salta), dado a ele pelos nativos do Havaí. É o instrumento encarregado de fazer centro nos acompanhamentos, isto é, assegurar a regularidade dos esquemas rítmicos. É também instrumento solista, a despeito dos reduzidos recursos de que dispõe para tal, fazendo por isso ressaltar o virtuosismo do executante”.
Ao lado da flauta e do violão, tornou-se instrumento indispensável no acompanhamento dos choros, desde o estabelecimento do gênero, por volta de 1870, quando o flautista Antonio Callado criou o conjunto “Choro carioca”. Tocado sempre por músicos ligados aos conjuntos regionais e especialmente à dobradinha integrada pelo samba e, sobretudo, pelo choro, alguns de seus executantes o tocaram com tanta maestria que acabaram por agregar o instrumento ao nome como Mário do Cavaquinho, Mané do Cavaco, Mário Cavaquinho ou Alceu do Cavaco.
Foi incorporado ao choro e teve vários executores usando o instrumento apenas para acompanhamento, mas com Waldir Azevedo (1923/1980) ganhou status de solista, dado à composição de 1949 “Brasileirinho”, que ganhou o Brasil e boa parte do mundo. Nos séculos XX e XXI surgiram grandes cavaquinistas com “pegada” singular: o multiinstrumentista Garoto, Henrique Cazes, Alceu Maia (Alceu do Cavaco), Luciana Rabello, Márcio Almeida Hulk, Ana Rabello, Jayme Vignoli, Valmar Amorim, Ronaldinho do Cavaquinho e Mauro Diniz, entre outros.

Fonte:

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.