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Termo
Cateretê
Dados Históricos e Descrição

Também chamada Catira, é uma dança indígena brasileira encontrada em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Arthur Ramos afirma que o cateretê se estende por vários Estados do Nordeste e Cenicchiaro estende a área do cateretê também aos Estados do Amazonas e Pará. Há registros dessa dança na África, que Mário de Andrade considera “ser torna viagem de portugas e negros”, pois já no século XVII se indicava o degredo para Angola de gente de São Paulo.

Segundo opinião corrente, a dança é de origem ameríndia, tendo sido aproveitada pelo padre Anchieta (1534-1597) nas festas católicas da catequese. Não há, porém, nenhuma descrição coreográfica de tal cateretê primitivo. As primeiras ligeiras referências a ele datam do fim do século XIX. As descrições minuciosas são todas recentes. A dança se executa sempre em fileiras formadas por homens e mulheres, que se colocam, homens de um lado, mulheres de outro.

O caipira paulista considera que “todas as danças são invenção diabólica exceto o cateretê, porque esta foi abençoada e até praticada por Jesus, quando em sua peregrinação histórica”. Para Mário de Andrade, esta superstição é uma sobrevivência histórica. Os jesuítas, no afã de retirar os índios e primeiros mestiços de suas práticas pagãs (sempre coreográficas), teriam enegrecido as danças ameríndias com o anátema divino. Menos o cateretê, que adotaram, substituindo-lhe os textos pagãos por outros católicos em tupi.

Os compositores urbanos de música popular adotaram por vezes o ritmo do cateretê nas suas produções tanto vocais como instrumentais, conservando até mesmo o nome como indicativo do gênero.