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Termo
Bloco Carnavalesco Cordão da Bola Preta
Dados Históricos e Descrição

Criado por dissidentes do Clube dos Democráticos, é considerada a mais antiga agremiação carnavalesca em atividade, tendo sua fundação em 1918. Segundo vários pesquisadores: um grupo de amigos, mais precisamente o grupo “Só Bebe Água”, sócios do Clube dos Democráticos estava descontente e se reunia frequentemente no Bar Nacional, no Edifício Avenida Central. Uma mulher de corpo escultural e com um vestido de estampado de bolas pretas resolveu juntar-se ao grupo, para alegria de todos, o que veio a inspirar o nome da agremiação. A primeira sede do agremiação foi à Rua Bittencourt da Silva, onde permanceu até o ano de 1949, quando, sob à presidência de Wolney Braune, também conhecido pelo pseudônimo de “O Bola”, o bloco mudou-se para uma sede própria na Rua Treze de Maio, na Cinelândia, em frente ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A agremiação desfilava pelas ruas do Centro do Rio de Janeiro sempre pela manhã de sábado, partindo da Cinelândia em direção à Candelária. O público acompanha o imenso carro de som, de onde a banda executa famosas marchinhas de carnaval, como “Quem não chora não mama”. O branco com bolas pretas simboliza a agremiação. Em 1958, Carmen Costa gravou “Quem não chora não mama”, de autoria de Vicente Paiva.  Parte da letra fazia referência ao bloco Cordão da Bola Preta. Durante todos os anos em que esteve em atividade, passaram nomes ilustres em seus desfiles: Elizeth Cardoso, Roberto Carlos, Alcione, Cauby Peixoto e Clara Nunes. Sua bateria é composta por 40 músicos, além de trio elétrico que, esporadicamente, faz o acompanhamento do bloco. Uma de suas alas mais inusitadas é a Ala da Coréia, na qual os veteranos do bloco saem fantasiados de mulher.
Em 2001, seu presidente foi Emílio Jorge Paulino e a partir de 2006 Pedro Ernesto Marinho.
Em 2010 o bloco afundado em dívidas teve de deixar sua sede, na Treze de Maio e se mudou para a nova sede na Rua da Relação, 3, no bairro da Lapa, considerado um dos mais boêmios da cidade.
No ano de 2011 a atriz Quitéria Chagas foi eleita musa do Cordão da Bola Preta, a convite do então presidente Pedro Ernesto Marinho. A musa desfilou ao lado da madrinha do bloco, a cantora Maria Rita e da porta-estandarte, a atriz Leandra Leal no sábado de carnaval, na avenida Rio Branco.

BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
MARANHÃO, Ricardo. Cinelândia – Retorno ao fascínio do passado (Colaboração: Eliane Wasinger Lustosa Brasil). Rio de Janeiro: Letra Capital Editora, 2ª edição, 2003.