Escritor. Jornalista.
Mudou-se para o Rio de Janeiro ainda menino. Graduou-se em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Iniciou sua atividade profissional em 1967, como repórter do “Correio da Manhã”. Trabalhou – como redator, repórter especial ou editor -, para várias publicações, como “Manchete”, “Seleções”, “Jornal do Brasil”, “Isto É”, “Playboy”, “Folha de S. Paulo” e “Veja”, entre outras.
Colaborou com dezenas de revistas do Rio de Janeiro e de São Paulo, escrevendo quase sempre sobre música brasileira e americana do período clássico.
Em 1978, atuou como redator do especial mensal “Brasil pandeiro” (Rede Globo).
Publicou os livros “Chega de saudade: A história e as histórias da bossa nova” (1990), “O anjo pornográfico: A vida de Nelson Rodrigues” (1992), “Saudades do século 20” (1994), “Estrela solitária: Um brasileiro chamado Garrincha”(1995), “Ela é carioca: Uma enciclopédia de Ipanema” (1999), “A onda que se ergueu no mar: Novos mergulhos na Bossa Nova” (2001) e “O vermelho e o negro: Uma pequena grande história do Flamengo” (2001).
Editou três antologias de frases mordazes (“O melhor do mau humor”, 1989; “O amor de mau humor”, 1991; e “O poder de mau humor”, 1993), resumidas e atualizadas em “Mau humor: Uma antologia definitiva de frases venenosas” (2002).
Na área da ficção, escreveu dois romances para o público jovem: “Bilac vê estrelas” (2000) e “O pai que era mãe” (2001). Traduziu e adaptou os clássicos “Frankenstein”, de Mary Shelley, e “Alice no país das maravilhas”, de Lewis Carroll, também para jovens. Foi ainda coordenador do relançamento da obra completa não-teatral de Nelson Rodrigues para a Companhia das Letras.
Produziu duas coletâneas de Bossa Nova em CD: “Chega de saudade” (1992), para a EMI, e “A onda que se ergueu no mar” (2001), para a Universal.
É autor também de numerosos textos de encartes e releases de discos.
Recusa-se a usar a expressão “MPB”, exceto para, em suas próprias palavras, “definir uma certa música insossa e invertebrada, tipo toada ou guarânia, em voga nos últimos 30 anos”. Para o escritor, “De Chiquinha Gonzaga em diante, o que de melhor se fez em música no Brasil chamou-se apenas – e com muito orgulho – música popular.”.
Lançou, em 2003, o livro “Carnaval no fogo: Crônica de uma cidade excitante demais” (Companhia das Letras).
No ano seguinte, publicou o livro “Amestrando orgasmos” (Objetiva). Ainda em 2004, tornou-se cidadão benemérito do Rio de Janeiro, ao receber, na Câmara Municipal desta cidade, o Conjunto de Medalhas Pedro Ernesto. Nesse mesmo ano, publicou, com Carlos Heitor Cony, Aldir Blanc, Marcelo Madureira, Bráulio Pedroso e Geraldo Carneiro, o livro “Meu querido canalha” (Editora Objetiva).
Sua pesquisa sobre a cantora Carmen Miranda gerou o livro “Carmen: uma biografia” (Companhia das Letras), publicado em 2005.
Em 2006, publicou o livro “Rio Bossa Nova – Um roteiro lítero-musical” (Casa da Palavra). O lançamento foi celebrado na casa Estrela da Lapa, no Rio de Janeiro, com show do grupo Os Cariocas e entrevista concedida pelo autor ao radialista Fernando Mansur. Nesse mesmo ano, produziu, para a Universal alemã, o CD “Bossa Nova – The sound of Ipanema”.
Produziu, em 2007, a série “Ruy Castro apresenta” (EMI), com quatro CDs temáticos de Carmen Miranda: “Carmen canta sambas”, “Os Carnavais de Carmen”, “Carmen no Cassino da Urca” e “Carmen canta Ary Barroso”, a partir de 64 matrizes originais da Odeon. Lançou, nesse mesmo ano, o livro “Tempestade de ritmos – Jazz e música popular no século XX” (Companhia das Letras).
Escreveu o ensaio “A bossa nova – Brigas, nunca mais”, para o livro “Canções do Rio” (Casa da Palavra, 2010), organizado por Marcelo Moutinho.
Em 2010, estreou, no Teatro João Caetano (RJ) o espetáculo “Era no tempo do Rei”, baseado no livro homônimo de sua autoria, com roteiro assinado por Heloisa Seixas e Julia Romeu, direção geral de João Fonseca, direção musical de Délia Fischer, trilha sonora de Carlos Lyra e Aldir Blanc, cenografia de Nello Marrese, figurino de Ney Madeira e um elenco formado por Leo Jaime, Alice Borges, Isabella Bicalho e Soraya Ravenle, entre outros. Nesse mesmo ano, ministrou o curso “A ciência e a arte da biografia” na Estação das Letras (RJ).
Publicou, em 2013, o livro “Morrer de prazer – Crônicas da vida por um fio” (Editora Foz Impressos e Digitais Ltda.).
Em 2015, seu livro “Bilac vê estrelas” deu origem ao musical homônimo, apresentado no Sesc-Ginásio, no Rio de Janeiro. Com roteiro de Heloísa Seixas e Júlia Romeo e direção de João Fonseca, o espetáculo, uma trama cômica, misturou ficção e fatos históricos. As músicas foram compostas por Nei Lopes, sugestão do autor.
No mesmo ano, lançou o livro “A noite do meu bem: a história e as histórias do samba-canção”, uma biografia do ritmo. Resultado de uma pesquisa de três anos, durante a qual investigou a noite carioca, acabou por traçar um perfil da classe alta que frequentava as boates da época e trazer curiosidades sobre a vida na primeira metade do século XX. E surpreendeu ao mostrar que o samba canção surgiu bem antes dos anos 50, como se supunha. Ao longo de 560 páginas, o livro trouxe ainda muitas referências a grandes nomes como Elizeth Cardoso, Doris Monteiro, Jamelão, Aracy de Almeida, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Dalva de Oliveira, Herivelto Martins, entre outros.
Em outubro de 2022 foi eleito para a cadeira de número 13 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Esta cadeira foi de Sérgio Paulo Rouanet, Francisco de Assis Barbosa, Augusto Meyer, Hélio Lobo, Sousa Bandeira, Martins Júnior, Francisco de Castro, Visconde de Taunay e Francisco Otaviano. Ruy Castro foi eleito com 32 dos 35 votos possíveis.
BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.