
Musicólogo. Violinista. Regente. Na Universidade do Texas em Austin (EUA) e na Universidade Nova, de Lisboa, cursou Pós-Doutorado. Especializado em música eletroacústica. Filho do violonista, compositor e maestro Telêmaco Vítor Neves. Irmão de Dom Lucas Moreira Neves. Ainda pequeno, o pai o matriculou no Conservatório Estadual de Música de São João Del Rei, em Minas Gerais. Logo depois, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou a estudar com o maestro Guerra Peixe e com Esther Scliar nos Seminários de Música Pró-Arte. Entre 1969 e 1971, cursou mestrado no Instituto de Musicologia de Paris, com orientação de Jacques Chailley, sobre os choros de Villa-Lobos. Por essa época, freqüentou o curso de especialização no Conservatório Nacional Superior de Música, com Pierre Schaeffer e no Instituto Católico de Paris, com Stephane Caillat. Estudou composição e regência em Sorbonne, onde conheceu o músico e físico Martenot, inventor do instrumento eletrônico. Voltando ao Brasil, em 1971, foi professor titular de Musicologia no Conservatório Brasileiro de Música, no Rio de Janeiro, até 1981. A partir de 1973, atuou como professor titular em Musicologia e História da música na UNI-Rio. Entre 1974 e 1976, fez doutorado no Instituto de Musicologia de Paris, apresentando a tese “Tendências da Música Brasileira Contemporânea”. A partir de 1974, foi consultor para o Ministério da Cultura. Entre 1972/74 exerceu o cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Educação Musical. A partir de 1977, regeu a Orquestra Ribeiro Bastos de São João Del Rei (uma das mais antigas do país, da qual seu pai fora também regente). A partir de 1981, exerceu a função de coordenador do Centro de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão. Pertenceu à Equipe Permanente dos Cursos Latinos-Americanos de Música Contemporânea entre 1978/86. Autor dos livros: “Villa-Lobos, choro e os choros” (Editora Ricordi, 1981 São Paulo); “Música Brasileira Contemporânea” (Ed. Ricordi, 1982); “A Orquestra Ribeiro Bastos e a vida musical em São João Del Rei” (Ed. Globo, 1984, RJ); “Te Deum em ré” (UFMG, 1989, BH); “Basílo Itiberê: Vida e obra” (Fundação Cultural, 1996, Curitiba) e “Música Sacra Mineira” (Funarte, 1997). Publicou diversos artigos: “Éduquer par et pour la Musique Contemporaine”; “Danses dramatiques brésiliennes”; “Situação e problema da música mineira contemporânea”. Desde 1968 pertencia ao corpo docente do Instituto Vila-Lobos da Uni-Rio, recebendo o título de “Professor Titular Emérito” ao se aposentar em 1997. A partir de 2001 assumiu a presidência da Academia Brasileira de Música. Foi membro do Conselho Editorial de periódicos do Brasil e dos Estados Unidos. Fez parte da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música entre os anos de 1975/1999. Sua obra editada sobre música tem mais de 50 títulos entre livros, edições críticas de partituras e artigos. Faleceu vítima de uma leucemia.
Como Regente da Orquestra Ribeiro Bastos, de São João Del Rei, fez turnês por todo o país, gravando discos com obras de autores mineiros dos séculos XVIII e XIX. Entre 1979 e 1984, produziu para a Edições Tacapé, de São João Del Rei, os discos “Semana Santa em São João Del Rei”, “Matinais de Natal”, “Novena do Carmo”, “Missa a Cinco Vozes”, “Chico Antonio – No Balanço do Ganzá”, “Folias de Reis no Rio de Janeiro”, “Festa de Passos”, “Encomendações de Almas e Modinhas do Brasil”. Em 1989, recebeu a Medalha do Mérito Artístico do Conselho Brasileiro de Dança. Neste mesmo ano, foi eleito Membro da Academia Brasileira de Música, ocupando a cadeira n° 12. No ano de 1995, foi eleito presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música. Em 1997, foi eleito o Musicólogo do Ano pela Funarte. Foi autor de ensaios eletroacústicos. Compôs trilhas para peças teatrais.