4.005
Nome artístico
Ivan Cavalcante Proença
Nome verdadeiro
Ivan Cavalcante Proença
Data de nascimento
Circa 1930
Local de nascimento
Rio de Janeiro
Dados biográficos

Doutor em Literatura Brasileira. Professor titular em Cultura brasileira. Cursou a Academia Militar de Agulhas Negras, onde se formou no início da década de 1950. Publicou diversos livros sobre literatura e cultura brasileira. Entre seus livros estão “A Ideologia do Cordel”; “Futebol e Palavra” e “O Poeta do Eu”, este último, sobre o poeta Augusto dos Anjos. Com o golpe militar de 1964, afastou-se do Exército e, em 1965, prestou vestibular para Português/Literatura na UEG (Universidade do estado da Guanabara). Sua saída do exército se deu devido a divergências com os militares, sendo por isso preso e cassado. Segundo o grupo Tortura Nunca Mias, “No dia 1º de abril de 1964, no Largo do CACO, perto do Campo de Santana, no Rio de Janeiro, estudantes e populares discursavam contra o golpe quando, reprimidos, fugiram para o interior da faculdade de Direito. O ataque continuou com bombas de gás lacrimogêneo. Uma fumaça branca saía das janelas de todos os andares. Do lado de fora. Metralhadoras apontavam para a porta principal do prédio cercado. Ivan Cavalcanti Proença, então capitão do Regimento Presidencial, no comando dos tanques que vigiavam a Casa da Moeda, foi informado de que centenas de jovens encurralados, sem armas e sem ar, corriam risco de vida no interior da faculdade. Proença cercou quem cercava o CACO e apontou as armas para os golpistas, que fugiram do local. Com os seus soldados subiu a escada e abriu todas as janelas. Ele sabia que os oficiais direitistas ganhavam a guerra – ele mesmo já havia recebido ordens para se apresentar ao comando do QG. Mas Ivan coordenou os trabalhos até o momento em que o último estudante conseguiu escapar. Preso, Cavalcanti Proença foi levado para a Fortaleza de Santa Cruz e, depois, para o Forte Imbuí. Cassado e perseguido por vinte anos, até hoje continua sem a anistia ampla e irrestrita.” Ministrou aulas na Faculdade de Letras da UFRJ nos anos 1970, na cadeira de Literatura Brasileira, e, a partir dos anos 1980, tornou-se professor titular na FACHA – Faculdade de Educação Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, na cadeira de Literatura Brasileira, desenvolvendo pesquisa sobre as produções poéticas populares, entre as quais o cordel e os sambas.

Dados Atividade Específica

Escreveu obras sobre cantadores e repentistas. Fez palestras ilustradas no Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros, com diferentes cantadores. Fez palestras, seminários sobre as raízes africanas da música popular. Criou o 1º Festival de Traditional Jazz no Hotel Sheraton, no Rio de Janeiro. Escreveu textos críticos em contra capas de LPs e CDs de música popular. Escreveu diferentes textos sobre a MPB em diversos jornais e revistas. Fez palestras em Associações e Faculdades sobre a MPB em geral. Proferiu palestras específicas e programadas semestralmente para estudantes e professores da FACHA com o tema “História da musical popular brasileira”. Foi autor do critério de julgamento dos sambas-de-enredo no carnaval das Escolas de Samba. Foi presidente por 10 anos do Conselho de Carnaval do Rio de Janeiro. Recebeu, da Associação dos Escritores, pesquisadores e divulgadores da MPB, o diploma pelos “serviços prestados à MPB com honra e dignidade”.