
Doutor em Literatura Brasileira. Professor titular em Cultura brasileira. Cursou a Academia Militar de Agulhas Negras, onde se formou no início da década de 1950. Publicou diversos livros sobre literatura e cultura brasileira. Entre seus livros estão “A Ideologia do Cordel”; “Futebol e Palavra” e “O Poeta do Eu”, este último, sobre o poeta Augusto dos Anjos. Com o golpe militar de 1964, afastou-se do Exército e, em 1965, prestou vestibular para Português/Literatura na UEG (Universidade do estado da Guanabara). Sua saída do exército se deu devido a divergências com os militares, sendo por isso preso e cassado. Segundo o grupo Tortura Nunca Mias, “No dia 1º de abril de 1964, no Largo do CACO, perto do Campo de Santana, no Rio de Janeiro, estudantes e populares discursavam contra o golpe quando, reprimidos, fugiram para o interior da faculdade de Direito. O ataque continuou com bombas de gás lacrimogêneo. Uma fumaça branca saía das janelas de todos os andares. Do lado de fora. Metralhadoras apontavam para a porta principal do prédio cercado. Ivan Cavalcanti Proença, então capitão do Regimento Presidencial, no comando dos tanques que vigiavam a Casa da Moeda, foi informado de que centenas de jovens encurralados, sem armas e sem ar, corriam risco de vida no interior da faculdade. Proença cercou quem cercava o CACO e apontou as armas para os golpistas, que fugiram do local. Com os seus soldados subiu a escada e abriu todas as janelas. Ele sabia que os oficiais direitistas ganhavam a guerra – ele mesmo já havia recebido ordens para se apresentar ao comando do QG. Mas Ivan coordenou os trabalhos até o momento em que o último estudante conseguiu escapar. Preso, Cavalcanti Proença foi levado para a Fortaleza de Santa Cruz e, depois, para o Forte Imbuí. Cassado e perseguido por vinte anos, até hoje continua sem a anistia ampla e irrestrita.” Ministrou aulas na Faculdade de Letras da UFRJ nos anos 1970, na cadeira de Literatura Brasileira, e, a partir dos anos 1980, tornou-se professor titular na FACHA – Faculdade de Educação Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, na cadeira de Literatura Brasileira, desenvolvendo pesquisa sobre as produções poéticas populares, entre as quais o cordel e os sambas.
Escreveu obras sobre cantadores e repentistas. Fez palestras ilustradas no Rio de Janeiro e em outros estados brasileiros, com diferentes cantadores. Fez palestras, seminários sobre as raízes africanas da música popular. Criou o 1º Festival de Traditional Jazz no Hotel Sheraton, no Rio de Janeiro. Escreveu textos críticos em contra capas de LPs e CDs de música popular. Escreveu diferentes textos sobre a MPB em diversos jornais e revistas. Fez palestras em Associações e Faculdades sobre a MPB em geral. Proferiu palestras específicas e programadas semestralmente para estudantes e professores da FACHA com o tema “História da musical popular brasileira”. Foi autor do critério de julgamento dos sambas-de-enredo no carnaval das Escolas de Samba. Foi presidente por 10 anos do Conselho de Carnaval do Rio de Janeiro. Recebeu, da Associação dos Escritores, pesquisadores e divulgadores da MPB, o diploma pelos “serviços prestados à MPB com honra e dignidade”.