
Pesquisador. Escritor. Compositor.
Coronel do Exército, foi professor da Academia Militar das Agulhas Negras e do Colégio Militar do Rio de Janeiro. Foi professor também de Literatura no Colégio Pedro II. Foi violonista e cavaquinhista.
Em 1979, publicou o livro “Filho de Ogum Bexiguento”, uma biografia de Pixinguinha escrita em parceria com Marilia Trindade Barboza, sua ex-aluna no Colégio Pedro II, que se tornaria presidente do Museu da Imagem e do Som. O livro foi premiado no Concurso Nacional de Monografias da Funarte. Também em colaboração com Marília Trindade Barboza escreveu “Fala, Mangueira”, uma reportagem sobre a escola de samba Estação Primeira de Mangueira, que contou com a colaboração do compositor Carlos Cachaça e que assinou com os dois pesquisadores a autoria do livro publicado pela Livraria José Olympio Editora. Depois viria o trabalho “Silas de Oliveira, do jongo ao samba-enredo”, premiado no Concurso de Monografias da Funarte, também escrito em parceria com Marilia Barboza. Convidado para prefaciar o livro, o compositor Cartola revelou aos dois pesquisadores que adoraria ter um livro daqueles sobre ele próprio. Arthur de Oliveira e Marília Barboza não perderam tempo e lançaram-se a mais uma empreitada no campo da pesquisa musical da qual resultou o elogiado “Cartola, os tempos idos”, livro premiado pela Funarte, mas que foi terminado somente após a morte de Cartola, em 1981. Este livro chegou a quarta edição pela Editora Gryphus, enquanto “Filho de Ogum Bexiguento” teve uma segunda edição revista e ampliada pelos autores. Durante cerca de dois anos, Arthur de Oliveira coordenou a publicação do jornal “A Voz do Morro”, órgão oficial da Estação Primeira de Mangueira, cujo primeiro número saiu em 1935, sendo assim o primeiro jornal comunitário do Brasil. O número 2 só sairia em 1986, por iniciativa de Marília Barboza, que então dirigia o Departamento Cultural da Mangueira. Ainda em parceria com Marília Barboza, assinou os dois primeiros enredos da escola de samba mirim Mangueira do Amanhã. É parceiro de alguns dos mais conceituados compositores, como Cartola, Nelson Sargento, Délcio Carvalho, Wilson Moreira e João de Aquino, dentre outros. Pouco antes de morrer, Cartola mostrou-lhe a primeira parte da composição que se tornaria “Vem”, gravada por Elizeth Cardoso e disse que se sentiria honrado em tornar-se parceiro dele. O pesquisador terminou então a letra e a melodia e muitas cantoras mostraram-se interessadas em gravar a última composição assinada por Cartola ainda em vida. A gravação de Elizeth Cardoso acabou sendo lançada meses após a morte do fundador da Mangueira. Em 2002, planejou ainda novos trabalhos e saboreou a gravação de sambas seus até no Japão, na voz do parceiro Nelson Sargento. Entre suas composições gravadas destacam-se “A cara do Brasil”, com Nelson Sargento; “Vem”, com Cartola; “Valsa antiga”, com Joaõ de Aquino; “Mistura brasileira”, com Marília Trindade Barboza; “Meu canto”, com Délcio Carvalho; e “Daniela”, uma música em homenagem a sua neta. Foi intenso colaborador do Dicionário Cravo Albin de MPB.
Bibliografia Crítica:
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.