
A paixão do DJ Anderson Noise pelos discos começou na infância. Com sete anos, pediu dinheiro ao pai, que era pintor, para comprar um disco. Como resposta, o pai o convidou para trabalhar junto com ele e, assim, ganhar seu próprio dinheiro. Até os doze anos, o garoto ajudou o pai a pintar paredes. Quando estava na sétima série do ensino fundamental, decidiu abandonar os estudos. Aos dezesseis anos, Anderson começou a gravar fitas para tocar na loja em que trabalhava. O passatempo começou a tomar mais espaço e, depois que o futuro DJ organizou uma festa no quintal de casa, as pessoas começaram a chamá-lo para tocar em eventos amadores. Até os 24 anos, Anderson ainda se dividia entre seu emprego de vendedor de loja e seu trabalho como DJ.
Em 2019, foi lançada sua biografia “O Barulho da Lua”, escrita por Claudia Assef.
Iniciou a carreira em 1989, discotecando em festas e eventos em Belo Horizonte. A partir de 1992, começou a se dedicar à produção de seus próprios eventos, como a “Dancing Noise” e a “Rave Noise”. Em 1996, lançou seu primeiro CD de compilações, “Paralisia cerebral”, cujo sucesso fez com que ele fosse o único mineiro incluído no CD “Eletronic Music”, lançado pela Sony no ano seguinte. A partir daí, começou a se apresentar nas maiores raves (festas de música eletrônica) do Brasil, como a Skol Beats e a Earth Dance, ganhando projeção nacional.
O DJ fundou o selo Noise Music, especializado em música eletrônica, em 1999, mesmo ano em que o bloco Noise passou a fazer parte oficialmente do Carnabelô, tornando-se o primeiro bloco de carnaval que anima os foliões com música eletrônica. Na época, Noise estava bastante em evidência na vida noturna de Belo Horizonte. Durante o estouro da música eletrônica, nos anos 1990 e na virada dos anos 2000, costumava atuar em família, com a participação de seu irmão Alvinho, que o auxiliava na discotecagem, e da mãe, a anfitriã das festas do filho. A trupe era conhecida como “clã noise” e suas raves eram caracterizadas pela escolha de locais inusitados, como manicômios, locadoras de automóveis e prédios tombados pela prefeitura. No ano seguinte, já por seu selo, lançou seu segundo CD de compilações: “Outubro”. Em janeiro de 2001, atuou na tenda “Eletro” do Rock In Rio III. Ainda em 2001, Anderson tornou-se DJ residente da noite Headstart, no club Turnmills, em Londres. Apresentou-se em todas as edições do festival Skol Beats, incluindo os encerramentos em 2003 e 2006. Durante a carreira, fez diversos videoclipes. Sua música “Homem-Cachorro” entrou na trilha do filme “O Passado”, do diretor Hector Babenco.
No decorrer dos anos 2000, realizou trabalhos próprios, compilações de outros artistas e colaborou com trabalhos que fizeram a ponte entre a música eletrônica e a música popular. Por exemplo, em 2002 tocou com a cantora Daniela Mercury lançando a música eletrônica no carnaval de salvador. Apresentou-se ao lado do pianista João Carlos Martins, regente da Orquestra Filarmônica Bachiana, no show João Carlos Martins & Anderson Noise In Concert, realizado em maio de 2009 na Sala São Paulo, e repetido em 2013.
O DJ foi residente na casa D-EDGE (São Paulo).