Escritor. Pesquisador. Carnavalesco. Trabalhou como farmacêutico e foi oficial do Exército. Exerceu o cargo de vice-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes). Político cassado, foi suplente de deputado estadual, em 1962. Publicou em 1969, em co-autoria com Hiram Araújo, os livros “Escolas de Samba em Desfile: Paixão, Vida e Sorte” e, em 1975, “Natal, O Homem de Um Braço Só”.
Iniciou sua carreira na Escola de Samba Recreio de Ramos, após anos de convivência com Armando Marçal, Villa-Lobos, Pixinguinha, Alcebíades Barcelos (Bide) e Mano Décio da Viola. Mais tarde, em seis de março de 1959, juntamente com outros sambistas de várias agremiações da zona da Leopoldina, fundou o Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, da qual foi presidente no período de 1960 a 1966. Nos primeiros oito anos, a sede administrativa da escola localizava-se em sua própria casa, na rua Euclides Faria, número 22. Em 1962, conseguiu que fosse criado o Dia Nacional do Samba, comemorado no dia dois de dezembro. Foi Membro do Conselho Comunitário da X Região Administrativa, entre 1966 e 1967. No ano seguinte, assumiu a presidência da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, ministrou curso sobre escolas de samba na cadeira de Música Popular Brasileira no Instituto Villa-Lobos. Em 1969 realizou simpósio sobre as escolas de samba do Rio de Janeiro. Um ano depois, formou o Conselho Superior das Escolas de Samba, cujos participantes eram intelectuais, como Eneida, Sérgio Cabral e Ricardo Cravo Albin, e/ou sambistas, como Xangô da Mangueira, Dona Neuma e Cartola. Integrou a Comissão de Festejos das Olimpíadas do Exército. Neste mesmo ano, realizou no Colégio Cardeal Leme o curso de alfabetização e notação musical para a formação de sambistas, tendo como instrutores e palestrantes Paulinho da Viola, Caetano Veloso, Padeirinho, Preto Rico, Hiram Araújo e o senador Mourão Filho. Reivindicou o direito de televisionamento dos desfiles das escolas de samba. Entre os anos de 1973 e 1974, representou todas as entidades carnavalescas na Comissão de Carnaval da Riotur. Em 1975, construiu, no subúrbio do Méier, a sede da Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, participou da fundação de escolas de samba na Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Chile, Argentina, México, Japão, Canadá, Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica e Holanda. Foi palestrante no Simpósio Internacional sobre Escolas de Samba, na Venezuela, e fundou no Museu do Carnaval, na Bélgica, o Setor de Carnaval do Brasil. No ano de 1975, levou para a Imperatriz Leopoldinense o sambista Luiz Pacheco Drumond que, em 1980, pela primeira vez, sagrou a escola campeã, meses depois do falecimento de Amaury Jório. Não chegou a ver realizada a construção da “Passarela do Samba”, projeto do qual foi o criador e pelo qual vinha mantendo constante luta desde 1972. O Sambódromo só seria construído em 1984, na gestão do prefeito Dr. Jamil Haddad e de Leonel Brizola como governador, tendo como principal conselheiro o vice-governador Darcy Ribeiro, e Oscar Niemayer como arquiteto.
FONTES:
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Edição: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006, RJ.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008.