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Nome artístico
Ademar Casé
Nome verdadeiro
Ademar da Silva Casé
Data de nascimento
9/11/1902
Local de nascimento
Belo Jardim, PE
Data de morte
7/4/1993
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Radialista. Pai do diretor de teatro e TV Geraldo Casé, e avô da atriz Regina Casé. Nascido na cidade interiorana de Belo Jardim, Pernambuco, aos cinco anos de idade teve de fugir da cidade com a família pois seu pai sofria ameaças de morte por haver apoiado o candidato à prefeito derrotado. Foi viver depois em Caruaru, onde, em 1919, seu pai faleceu da gripe espanhola. Buscando melhores condições de vida, seguiu para o Recife com apenas 17 anos de idade.

Dados Atividade Específica

Em 1919, chegou ao Recife em busca de melhores condições de vida. No entanto, sua situação, inicialmente, ficou bastante difícil e ele chegou a dormir nas praças públicas da cidade. Conseguiu depois um emprego no “Bilhares Recife”, o mais famoso e aristocrático da cidade. Lá conheceu o capitão Rogaciano de Mello e, através dele, ingressou na carreira militar, alistando-se no 21º Batalhão de Caçadores, com o qual seguiu para o Rio de Janeiro. Chegou à então capital federal em 1922, sendo então designado para servir na Vila Militar. O país vivia período de forte tensão política com a eleição de Arthur Bernardes. O primeiro regimento de infantaria para onde foi designado era foco de grande oposição ao presidente. Envolveu-se, então, numa rebelião na Vila Militar. Os presos foram designados para outras unidades e ele foi enviado para a cidade de Rio Claro, para a Segunda Companhia de Metralhadoras Pesadas. Após dois meses de detenção, viajou de volta para Recife. Depois de conseguir juntar algum dinheiro, retornou ao Rio de Janeiro, onde trabalhou em diferentes atividades, entre as quais a de agenciador de anúncios para as revistas Don Quixote, Careta, Revista da Semana, Fon Fon, Para Todos, Cena Muda e O Malho. Como o salário era baixo, arranjou emprego de vendedor de aparelhos de rádios na empresa Phlips. Com espírito empreendedor desenvolveu um método de vendas. Escolhia pela lista telefônica os endereços a serem visitados durante os dias úteis, deixando os aparelhos em “confiança” sintonizados na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Depois, entrava em contato com o dono da casa e a venda era quase certa. Costumava sair com 30 rádios no carro e vendia todos. Com o sucesso alcançado, sugeriu a Vitorino Borges, um dos diretores da Philips, o aluguel de um horário na Rádio para a apresentação de um programa. Esse programa estreou num domingo, 14 de fevereiro de 1932, sendo batizado no ar pelo diretor da Rádio Philips, Dr. Augusto Vitorino Borgers que anunciou ao vivo: “A rádio Philips do Brasil, PRAX, vai começar a irradiar o Programa Casé”. Ainda em 1932, foi o primeiro a pagar cachês ao artistas. No mesmo ano, lançou o primeiro jingle comercial para a Padaria Bragança. Foi o primeiro também a fazer contratos de exclusividade, tendo contratado, em 1933, o cantor Sílvio Caldas. Em 1936, foi responsável pelo lançamento da primeira novela do Rádio brasileiro. Lançou diversos artistas, entre os quais, João Petra de Barros, Custódio Mesquita e Noel Rosa. Esse último, inclusive, atuou como contra regra em seu programa. O “Programa Casé” durou até 1951, quando foi convidado por Assis Chateaubriand para atuar na TV Tupi onde manteve seu espírito inovador com programas como “Noite de gala”.