Produtor. Diretor. Figurinista. Empresário. Filho de um comerciante de café e de uma professora de origem inglesa, nasceu no bairro niteroiense de Icaraí, Rio de Janeiro. Uma de suas avôs gostava de música e fazia apresentações amadoras. Sua avô lhe contava muitas histórias e foi inspirado nelas que resolveu ingressar no teatro musical deixando de lado a carreira diplomática que chegou a pensar em seguir. Aos dez anos de idade driblava a vigilância dos pais e escondido em baixo das mesas no Cassino Icaraí assistia aos espetáculos musicais, circenses, balé e teatro. Foi o responsável pela profissionalização do teatro musical brasileiro nos anos 1960. Faleceu aos 77 anos no Hospital Sírio e Libanês.
Sua carreira de diretor começou aos 17 anos quando depois de assistir ao apresentador Chacrinha resolveu então seguir o rumo do show business. Seu primeiro trabalho como diretor ocorreu no Liceu Nilo Peçanha onde estudava. Fazia parte do elenco a também estudante e vizinha, a futura atriz, Nicete Bruno. Sua carreira teatral teve início como secretário do Teatro de Arte do Rio de Janeiro. Lá conheceu a atriz Fernanda Montenegro, e reencontrou Nicete Bruno, com as quais mudou para São Paulo, onde montaram o Teatro de Alumínio. Em 1954, foi convidado pela prefeitura de São Paulo para criar o balé do quarto centenário. Na ocasião dirigiu bailarinos brasileiros, argentinos e italianos. Em seguida criou o Ballet do Museu de Arte de São Paulo patrocinado por Assis Chateaubriand, que logo depois o levaria para a televisão. Na televisão atuou pelas Tvs Tupi, Rio, Excelsior, Continental e Bandeirantes. Na TV dirigiu programas musicais de grande sucesso como o “Folias Philips” e “Noite de gala”. Estreou na televisão em 1957, na TV Rio. Nessa emissora conheceu Abrahão Medina que o apresentou ao produtor Aloysio de Oliveira, então casado com a cantora Sylvia Telles. Encantado pela voz da cantora produziu para ela o espetáculo “Skindô” que se tornaria um de seus maiores sucessos. Ainda na televisão criou o programa “Revista feminina” apresentado no horário vespertinoe o primeiro dedicado ao público feminino. Foi convidado por Carlos Machado para atuar na direção de seus espetáculos musicais. Dirigiu inúmeras casas noturnas, entre as quais, o Urso Branco, local tradicional onde se apresentaram inúmeras grandes cantoras brasileiras, entre as quais, Maysa. Em São Paulo, criou e dirigiu O Beco, no qual apresentou um novo formato de shows em casas noturnas paulistas. Nessa boate atuaram nomes como Ronaldo Bôscoli, Elis Regina, aliás, seus afilhados de casamento, em 1965, e Maysa. Na boate O Beco apresentou Raquel Welch, que agradeceu a ele os palpites dados no decorrer do show e acabou convidando-o para trabalhar no Opera de Paris. Ainda em São Paulo dirigiu as casas de espetáculos Palladium e Studium. Lançou nomes como Rosemary, Noite Ilustrada, Peri Ribeiro e Célia. No exterior atuou na Argentina e produziu em Cuba a pedido do próprio Fidel Castro o espetáculo “Canta e dança Cuba”, espelhado no espetáculo “Canta e dança Brasil” que Fidel assistira. Na cidade de Curitiba, em seus últimos anos de vida, montou na Pedreira Paulo Leminsky um espetáculo para 180 mil pessoas. Em 2008, foi lançado o livro “O show não pode parar” com sua biografia escrita pela sua filha, a jornalista Mônica Figueiredo.