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Dados Históricos e Descrição

Os ancestrais, tanto do violão quanto da guitarra elétrica, remontam  a aproximadamente 2000 a.C. Conhecem-se instrumentos dotados de braço na Mesopotâmia 2000 a. C. e no Egito já em 1500 a.C. Mas o violão, com seis cordas simples, só aparece na Europa na virada do século XVIII para o século XIX. A guitarra elétrica, que é o mais jovem membro da família dos violões, só surge depois da Segunda Guerra Mundial. A guitarra nasce do violão acústico mediante duas etapas:  em primeiro lugar, criou-se o violão elétrico, um simples violão a que se acoplou um microfone com o objetivo de fazê-lo soar mais forte. No Brasil, o violão elétrico teve pelo menos um seguidor de renome: Pereira Filho, que nele se iniciou por volta dos anos de 1950. Depois da Segunda Guerra, a aplicação ao violão elétrico de técnicas avançadas de engenharia e de eletrônica transformou-o na guitarra elétrica, um instrumento de características tão diferentes que “certos músicos lhe recusam o nome de violão”. (“Le Gran Livre de La Guitarre” – Tom e Mary Evans). As diferenças de sonoridade entre  os instrumentos devem-se a diferenças essenciais de concepção. No violão elétrico, também chamado violão elétrico-acústico, como nos demais instrumentos acústicos, as cordas transmitem à tábua uma certa energia, e esta, ao entrar em vibração como um diafragma, amplia o som. A vibração da corda é de curta duração, já que a energia é rapidamente dissipada pela tábua. A guitarra elétrica é concebida para não responder à vibração das cordas e só absorve uma pequena parcela de energia. A corda, uma vez tocada, é posta em vibração por um lapso de tempo muito mais longo. Por isso, a guitarra elétrica tem um som muito mais longo e  mais sustentado que o do violão acústico e do violão elétrico. O violão elétrico – um violão comum com microfone – foi feito por Lloyd Loar entre 1920 e 1924. Os primeiros violões elétricos, entretanto, só apareceram no início dos anos de 1930. A guitarra elétrica surgiu nos anos de 1940, mas só na década de 1950 se difundiu. Violão acústico e guitarra elétrica têm mais pontos de diferença do que de semelhança, além da origem histórica comum até a década de 1920. Naturalmente, as diferenças de volume, timbre e emprego dos dois instrumentos acarretam diferenças básicas no tratamento e no ensino dos dois instrumentos. Quanto à técnica, as diferenças começam já pela postura: o instrumentista toca a guitarra em pé e o violão preferencialmente sentado. A mão direita da guitarra utiliza preferencialmente o plectro (palheta) e o violão, os dedos. A guitarra elétrica passou a ser empregada como elemento contribuidor da MPB apenas a partir da participação de Caetano Veloso no Festival de Música da Record, em 1967, quando apresentou “Alegria, alegria”, acompanhado pelos Beat Boys, conjunto de música pop da Argentina. A crítica se dividiu entre os que não admitiam e os que admitiam a guitarra elétrica dentro do cenário da MPB, já que a Jovem Guarda, de Roberto e Erasmo, que foi criada em fins de 1964, não era sequer considerada, já que era vista como apenas uma réplica da música internacional do iê iê iê.
Estacaram-se no uso da guitarra elétrica no Brasil instrumentistas como Rick, Pepeu Gomes e Robertinho do Recife.