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Dados Históricos e Descrição

Instrumento musical cordofone (cordofônio ou cordófono – são aqueles nos quais soam cordas por percussão, fricção ou dedilhado).
Variação do violão tradicional ao qual foi acrescentada uma corda grave, geralmente afinada em Dó, podendo também ser afinada em Si. Comum apenas na Rússia, de onde é oriundo, e no Brasil, onde ganhou contornos musicais peculiares, principalmente no choro e no samba.
O violonista China (Otávio Littleton da Rocha Vianna – 1888/1927), irmão de Pixinguinha, é considerado, ao lado de Tute, um dos pioneiros no uso do instrumento no Brasil. No que se tem notícia, China havia visto o instrumento na casa de Tia Ciata, na mão de um grupo de ciganos russos que lá se apresentava. Outro importante executor do instrumento e também pioneiro foi Tute (Artur de Souza Nascimento 1886/1951), que influenciou Dino Sete Cordas (Horondino José da Silva 1918/2006), considerado um dos principais executores da escola moderna de acompanhamento.
Segundo Luiz Filipe Lima:
“… não é a corda ‘a mais’, mas sim sua singular maneira de tocar; a principal característica do sete cordas é o emprego das ‘baixarias’, frases de contracanto improvisadas nos bordões e que são utilizadas no samba, no choro e em outros gêneros. Pois Dino é o principal criador desse estilo, ao inventar uma nova e arrojada linguagem para o instrumento, oferecendo-lhe lugar de destaque na música brasileira”.
Paulão Sete Cordas arremata citando cinco discos nos quais a presença de Dino Sete Cordas orienta qualquer aluno que queira estudar o instrumento:
“Quando as pessoas perguntam pra mim como devem estudar violão de sete cordas, eu respondo que devem ouvir “Vibrações” (Época de Ouro e Jacob do Bandolim), “Choros Imortais I e II” (Altamiro Carrilho) e os dois discos do Cartola, da gravadora Marcus Pereira (1974). Está tudo ali”.
Rafael Rabello, que inicialmente assinava Rafael 7 Cordas em homenagem ao mestre Dino, é considerado o primeiro a levar o instrumento à condição de solo.
Importante lembrar Sebastião Cloves, mineiro, mais conhecido como Cloves do Violão, considerado o introdutor do violão de sete cordas no desfile oficial das escolas de samba. Seu primeiro desfile se deu em 1967 pela escola Estação Primeira da Mangueira, na ocasião do samba enredo “O mundo encantado de Monteiro Lobato” de Darcy da Mangueira, Hélio Turco e Comprido, com o qual a escola ganhou o primeiro lugar do Grupo 1 naquele ano.
Entre os principais executores do instrumento estão China, Tute e Dino Sete Cordas. Da nova geração destacam-se Rafael Rabello, Paulão Sete Cordas, Maurício Carrilho, Josimar Monteiro, Darly Louzada, Toni Azeredo, Valter 7 Cordas, Jorge Simas, Bola Sete, Carlinhos Sete Cordas, Marcelo Campello, Marcelo Menezes, Luiz Filipe Lima, Marcello Gonçalves, Evandro Lima, Julião Pinheiro, Lucas Porto, Rogério Caetano e Luiz Otávio Braga, que em 1983 usou pela primeira vez cordas de náilon no instrumento.

Fonte:

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.