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Dados Históricos e Descrição

Instrumento de sopro da família dos metais, vibrado pelos lábios. Sua extensão abrange desde o mi ao ré, sendo que alguns trompetistas de jazz alcançam um si bemol e notas ainda mais agudas. A forma moderna do instrumento apresenta um tubo de cerca de 130 cm (trompete em si bemol), de diâmetro estreito e cilíndrico até se alargar numa campana cônica, e boca de sino. Tem bocal em taça e três válvulas. As notas da série harmônica são obtidas por oitavação, e as intermediárias por meio das válvulas. Ao longo dos séculos, o instrumento passou por inúmeras transformações. Em sua forma mais antiga. no Egito, o trompete era curto, retilíneo e feito em uma só peça de madeira, bronze ou prata. Gregos e romanos também possuíam instrumentos do gênero do trompete. No século XV, o tubo do instrumento foi  alongado e dobrado para trás, num arranjo mais compacto do que a antiga forma retilínea. No século XIX o instrumento sofreu inúmeras modificações na fabricação, buscando tornar a entonação mais precisa e o aprimoramento de detalhes técnicos. Por volta de 1820, foi introduzido o trompete de válvulas (geralmente, pistões), com as vantagens de maior facilidade cromática e homogeneidade sonora. Durante o século XX, houve uma tendência de utilização de tubos com diâmetros mais largos.
No Brasil, o instrumento, também denominado pistom, ou pistão, foi muito utilizado nas bandas e em grupos de choro. Um dos primeiros músicos a se dedicar e se destacar no instrumento foi Luis de Souza, músico da banda do 23º  Batalhão de Infantaria em Fortaleza, onde teve baixa como contramestre. No Rio de Janeiro, participou da banda do Arsenal de Guerra e integrou posteriormente a banda de música do Corpo de Bombeiros durante a regência do compositor Anacleto de Medeiros. Posteriormente, destacou-se o trompetista e também  compositor Bonfiglio de Oliveira, considerado um dos maiores instrumentistas de seu tempo, ao lado de Pixinguinha e Luís Americano. Deixou composições para o instrumento, entre as quais a valsa “Glória”, e o choro “Flamengo”. Com a Orquestra do Cassino Atlântico visitou a Itália, França e Espanha – quando foi apontado pelos críticos europeus como um dos maiores trompetistas do mundo. No Brasil, foi homenageado pelo presidente Washington Luís, que o presenteou  com um pistom de prata com uma inscrição numa chapa de ouro que dizia: “ao maior pistonista do Brasil, Bonfiglio de Oliveira – homenagem do Governo de Washington Luís (1930)”.