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Dados Históricos e Descrição

Aerofone de palheta simples, inventado pelo belga Adolph Sax em 1840 e patenteado em 1846. Os saxofones, de início destinados à música militar, constituíram uma família de sete membros: sopranino, soprano, alto, tenor, barítono, baixo e contrabaixo. Os dois membros extremos, sopranino e contrabaixo, praticamente não são usados. O instrumento, de metal, tem forma cônica, alargando bastante para o pavilhão (na proporção de 1 para 18) e tomando na parte mais larga a forma de cachimbo. O sopranino e o soprano, entretanto, são retos. Acredita-se em geral que o saxofone tenha sido revelado pelo jazz. Em realidade, o instrumento só entrou no jazz na década de 1920, enquanto desde 1857 havia um curso de saxofone no conservatório de Paris, sob a direção de  A. Sax. Na Alemanha, o instrumento só entrou no início do século XX. No Brasil também se admitiu, erradamente, que este aerofone tivesse aqui chegado por influência do jazz. Afirmou-se até que Pixinguinha teria sido o introdutor do saxofone entre nós, tendo trazido o instrumento da Europa em 1922, quando de lá regressou com o grupo os Oito Batutas. O autor de “Carinhoso” de fato voltou da Europa tocando saxofone, em obediência a imposições comerciais ditadas pela moda, mas já conhecia o instrumento aqui de longa data. Se o saxofone só entrou no jazz nos anos de 1920, como está vastamente comprovado, o fez mais de meio século depois de ter entrado no choro. Viriato Figueira da Silva, pertencente com Antonio da Silva Callado à primeira geração de criadores do choro, foi um dos primeiros a sobressair no Brasil como solista de saxofone. Anacleto de Medeiros, também pertencente à mesma geração, executava vários instrumentos mas preferia o sax-soprano. Alexandre Gonçalves Pinto, em seu famoso livro sobre o choro, menciona muitos saxofonistas entre os cultores do gênero. Curiosamente, a primeira música de Pixinguinha a ser gravada, em 1915, a polca “Dominante”, foi interpretada por um grupo denominado Bloco dos Parafusos, constituído por saxofone, clarinete e baixo, dois anos antes de ir à cera o primeiro disco de jazz, em 1917, interpretado pela Original Dixieland Jazz Band, um conjunto em que não havia saxofone.