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Dados Históricos e Descrição

Uma série de notas dispostas em sucessão, de acordo com um determinado padrão rítmico, para formar uma unidade identificável. A palavra melodia, às vezes, é substituída por canto. “Melodia ou canto – diz frei Domingo de São José Varella em seu “Compêndio de música” -, é a sucessão agradável de diferentes sons, sem mistura alguma de acordes.” Surge daí a classificação dos instrumentos musicais em melódicos, que só podem produzir um som de cada vez e harmônicos, que podem produzir vários sons ao mesmo tempo: piano, violão, acordeom etc. Melodia, ritmo, harmonia e timbre são considerados os quatro elementos fundamentais da música. Encará-los como independentes, porém, seria uma simplificação excessiva. O ritmo é componente da própria melodia, por ter cada nota duração determinada. O timbre é intrínseco à própria existência do sol e não é necessário sublinhar a estrita relação entre a melodia e a harmonia. Tanto na música vocal quanto na instrumental, a melodia sempre teve grande importância, desde a época dos trovadores medievais até a dos compositores operísticos do bel-canto. No século XX, o esfacelamento do sistema tonal e o uso mais livre do cromatismo e dos intervalos mais longos tornaram menos imperativa a importância da harmonia. Na música popular brasileira, graças a interinfluência, provocada pela miscigenação, os ritmos afro-brasileiros e seus descendentes permitiram uma simplificação da melodia, sempre mais elaborada nas vertentes brancas herdadas da Europa. Essa simplificação da melodia tem seu ponto alto nos sambas de partido alto e nos desafios dos repentistas do cordel, que repetem uma melodia simplificada até a exaustão, para desenvolver literariamente seus temas.