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Dados Históricos e Descrição

Segundo o pesquisador Arthur de Oliveira “Aerofone encontrado entre todos os povos em todos os continentes. É um dos instrumentos musicais mais antigos, pois foram encontradas flautas de osso do período paleolítico de cerca de 25.000 anos”.
Conhecida desde épocas imemoriais, na pré-história era feita de ossos. Sua invenção é atribuída à deusa Minerva, na Grécia antiga. No princípio era constituída por dois tubos e usada em cerimônias religiosas e em festas particulares. Presente em quase todas as civilizações, também foram encontradas flautas em túmulos Etruscos, povo que viveu na Itália central. Bem mais tarde a flauta evoluiu para a madeira (ébano) e posteriormente para metais como a prata.
Ainda segundo Arthur de Oliveira: “O som das flautas é produzido pelo impacto de uma corrente sonora sobre um bisel que divide o sopro do executante. A configuração e a localização desse bisel determinam duas categorias principais: as flautas verticais, ditas flautas de bico e flauta doce com bisel numa das pontas do tubo e as flautas transversas com bisel lateral. Há, também, flautas nasais, nas quais o ar é insuflado pelas narinas. O som dessas flautas é sempre muito delicado e, segundo Curt Sachs, tem significação simbólica. São encontradas a leste da América do Sul e no Brasil, particularmente nas tribos de fala Jê. Existem ainda flautas globulares, de corpo em forma de globo e flautas policalamas formadas por vários tubos. Entre as primeiras, encontram-se as ocarinas e, entre as últimas, as flautas de Pa”.
O pioneiro em flauta de metal no Brasil foi o belga Reichert, falecido no mesmo ano do flautista Callado. Na música popular brasileira são muito empregadas apenas as flautas transversas, sobretudo nos choros, onde originalmente era quase sempre o instrumento solista. Como foi um dos primeiros instrumentos de solo no choro, tornou-se muito popular no Segundo Império. O número de flautistas é muito grande, mas destaco além de Callado, que atuava com flauta feita de ébano, Juca Kalut (1857/?), Pedro de Assis, Pixinguinha Dias. (1897/1973), Benedito Lacerda (1903/1958), Altamiro Carrilho (1924), Alfredo Vianna (pai de Pixinguinha), Duque Estrada Meyer, professor de vários flautistas, inclusive de Patápio Silva (1880/1907) e muitos outros descritos no livro publicado em 1936 “O Choro”, de Alexandre Gonçalves Pinto, mais conhecido como Animal e que fez o levantamento de boa parte dos nomes da Velha Guarda do choro.
O flautista Joaquim Antonio da Silva Calado pode ser considerado o primeiro grande flautista da MPB, já que inaugurou o choro no Brasil e teve seguidores do porte de Pixinguinha, Patápio Silva, Benedito Lacerda e Altamiro Carrilho, sem falar nas músicas camerísticas, mas ligadas a MPB como Lenin Siqueira e Odete Ernest.

Fonte:

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.