Membranofone de percussão direta. Tambor com som de altura indeterminada introduzido no Brasil pelos escravos africanos. Compõe a orquestra rítmica do candomblé obedecendo a tamanhos, tessituras e denominações próprias: rum, o maior e de tessitura grave; rumpi, de tamanho intermediário e tessitura média; lé, o menor, de tessitura aguda. Tem fuste longo, afunilado em direção à base e uma só membrana. É tocado com as mãos no ritual congo e com baquetas finas chamadas “aguidavis”, no ritual keto. Renato Almeida o descreve: “tabaque, tambores primários feitos com peles de animais, distendidas sobre um pau oco, e que são utilizados para marcar o ritmo das danças religiosas e produzem o contato com as divindades”. Segundo Câmara Cascudo, atabaque ou tabaque é nome genérico para os tambores, nas festas religiosas afro-brasileiras, candomblés e macumbas, e danças populares, sambas, bambelôs, zambés. A origem da palavra é persa (tablak), demonstrando que o instrumento é comum na Ásia e na África. Na Bahia, encontram-se diversas variedades de atabaques iorubás, os menores denominados batás e os maiores batá-cotôs. Câmara Cascudo recolheu ainda as seguintes denominações: “os de maior tipo, dois metros a um metro e meio, são ingono, engoma, ingomba, ngomba, angoma, angomba-do-congo, correspondendo ao rum baiano; zambê, menor e mais estreito, valendo o rumpi; gonguê, mangonguê, perenga (Goiás, Mato Grosso), é o mesmo surdo ou chama pequenino, percutido com a mão, trazendo-o o tocador amarrado ao cinto. É o menor tambor da família, o ritmador por excelência, de sonoridade seca, persistente, atravessando a massa de todo o batuque. É ainda de dimensões mais reduzidas que o lé”.
Dados Históricos e Descrição