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Dados Históricos e Descrição

Constituído por duas campânulas (ou campanas) de ferro e/ou metal, que produzem sons estridentes, com tamanhos e sonoridades diferente, percutido por uma vareta geralmente de metal.

O instrumento é oriundo de Angola, onde tem o nome de rubembe (bantos do Congo, Angola e Moçambique).

Também conhecido por Ngombe entre os povos jejê-nagôs (Daomé, Nigéria e Sudão).

Inicialmente era usado, no Brasil, nos cultos de candomblés da Bahia e nos xangôs de Pernambuco. Mais tarde passou a ser usado nos maracatus de Pernambuco, onde passou a ser chamado de gonguê, gan ou gã e xeré.

Segundo o músico e pesquisador Reppolho:

 

“O nome vem de ‘Akoko’ palavra no iourbá que significa relógio ou tempo ou mais comumente sino, nos terreiros e na capoeira é também chamado de ‘Gã’ e pertence ao orixá Ogum”.

 

Na Bahia o instrumento também é usado nos blocos afros de afoxé em ritmos como o ijexá e o aguerê.

No Brasil o instrumento foi introduzido pelos negros iorubás e mais tarde utilizado nas macumbas do Rio de Janeiro, no jogo de capoeira do Rio de Janeiro e da Bahia, no maculelê e nas baterias das escolas de samba de São Paulo e Rio de Janeiro.

No início da década de 1990 o instrumento ganhou mais duas campanas, criadas pelo ritmista carioca Edgard do Agog|ô (Edgard Teles Filho – Rio de Janeiro/1944 ) integrante da bateria do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Império Serrano e do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela, além de fabricante do instrumento para escolas de samba do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Entre seus muito executores destaca-se Cyro do Agogô (Cyro Ribeiro Júnior – Rio de Janeiro/17/5/1945), integrante da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e presidente da Velha Guarda de Bateria da Mangueira. Cyro do Agogô também foi o criador, no final da década de 1970, do agogô de dez bocas. Destaca-se também Sidcley Fernandes, músico e produtor de agogôs que ensina e monta as alas do instrumento para as principais escolas do Rio de Janeiro, do Grupo Especial e da Série A, além de criar a batidas específicas para cada uma delas e ser o responsável pela ala de agogôs da Escola de Samba Império Serrano.

 

Fonte:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. Idem, 2ª ed. 2013.