
Zico
Zeca
Cantores. Dupla sertaneja. Compositores.
Antônio Bernardes Paulino da Costa, o Zico – Itajobi, SP-1931 – Ribeirão Preto, SP – 30/5/2007
Domingos Paulino da Costa, o Zeca – Itajobi, SP-1932
Irmãos de Liu e Léu e primos de Vieira e Vieirinha. Começaram a cantar ainda meninos, apresentando-se em circos, festas e quermesses de Itajobi. Em 1947, cantaram na Rádio Novo Horizonte de Itajobi. Em 1952, foram para São Paulo, recebendo apoio de Serrinha, que lhes arranjou instrumentos novos. Em 1953, participaram do programa “Serra da Mantiqueira”, comandado por Sílvio Mota. No mesmo programa foi realizado um concurso popular que escolheu os nomes para a dupla. Logo depois foram procurados por uma marca de conhaque que desejava um programa com uma dupla exclusiva. Conseguiram rapidamente o que muitos artistas levam anos para obter, um contrato de patrocínio para um programa exclusivo: “Palhinha ao sertão”. O compositor Teddy Vieira, que era observador de novos talentos, levou-os para a gravadora Colúmbia. Em 1954, gravaram o primeiro disco interpretando o cururu “Pracinha”, de Teddy Vieira e Serrinha, e a moda de viola “Besta bailarina”, de Teddy Vieira e Capitão Barduíno. Em seguida, gravaram com sucesso a fábula “A enxada e a caneta”, de Teddy Vieira e Capitão Barduíno, e “Capelinha do Chico Mineiro”, toada de Teddy Vieira e Biguá. Em 1957, gravaram dois de seus grandes sucessos, o bolero “Cabecinha de vento”, de Bolinha e Brioso, e a guarânia “Prisioneira”, de Bolinha e Zé do Rancho. Em 1959, gravaram a toada “Luar do sertão”, de Catulo da Paixão Cearense. Em 1960 gravaram na Sertanejo o rasqueado “Arrependimento”, de Sebastião Vitor e Tuta e a guarânia “Luz vermelha” de Benedito Seviero e Tião Carreiro. Em 1961 gravaram a canção rancheira “Meu destino”, de Luiz de Castro e o tango “Deusa da madrugada”, de Benedito Seviero e Sebastião Vitor. Em 1963 gravaram o rasqueado “Engano do carteiro”, de Léo Canhoto e a valsa “Querer bem”, de Zico e Tuta. Em 1964 gravaram o arrasta-pé “Não vá embora”, de Tuta e Zico e o valseado “Prima Porfíoria”, de Nízio e José Russo. Em 1967, venceram o Festival de Música Sertaneja promovido pelas Organizações Globo e transmitido pelo Canal 5 de São Paulo, com a música “Catira”, de José Di e Michel. Em 1968, gravaram, entre outras, a moda de viola “Velho peão”, de Sulino e Moacyr dos Santos, as valsas “Querer bem”, de Zico e Tuta, e “Dona Jandira”, de Zico e Zeca. Esta última composição foi um dos maiores sucessos da dupla e acabou-se transformando em peça de teatro. Gravaram ainda “Toada”, de Paulo Sérgio e Tony Damito, “Adeus Pelé da seleção”, de Edward e Zico, e “Só tenho uma viola”, de Lourival dos Santos e Zeca. Em 1980, a dupla apresentou-se na primeira edição do programa “Viola, minha viola”, que estreava na TV Cultura de São Paulo. Na ocasião, interpretaram “Sertão do Larnjinha” e “Boiadeiro errante”, de Teddy Vieira. Em 1981, a dupla lançou aquele que seria seu último disco até a retomada da carreira artística 17 anos depois, o LP “Recordando o passado” da gravadora Tocantins, interpretando “Ai Moreninha”, de Lourival dos Santos e Zico, “Amargura”, de Fernandes e Lambari, “Duas Balas de Ouro”, de Lourival dos Santos e Sebastião Victor, “Triste Primavera”, de Tony Damito e Paulo Sérgio, as modas de viola “Recordando Meu Passado” e “A Morte da Bugrinha”, de Alcindo Freire e Teddy Vieira, “Flor Destruida”, de Zilo e Benedito Seviero, os pagodes “Priminha Linda” e “Casamento Sem Convite”, de Moacir dos Santos e Lourival dos Santos, a moda campeira “Gaúcha”, de Teddy Vieira e Sebastião Victor, “Talento e Formosura”, de Lourival dos Santos/Sertãozinho, e “Não Sei Porque”, de Roque José de Almeida e Zico. Pouco depois, afastou-se das atividades artísticas, retornando aos shows apenas em 1998. Em 2003, tiveram participação especial na música “Minha Vida”, de Carreirinho e Vieira, no album “Meu Reino encantado II”, de Daniel, do selo Warner Music Brasil, produzido por Daniel e Manoel Nenzino Pinto.
Em junho de 2006, apresentaram-se no programa “Viola, minha viola”, cantando a música “Menina graciosa”, de Zeca e Zé Matão e “Botãozinho de rosa”, de Serrinha, mostando pleno vigor de interpretação. A dupla foi interrompida em 30 de maio de 2007, com a morte inesperada de Zico aos 76 anos. O cantor permaneceu em coma no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto por três semanas, após cair de um palco e bater com a cabeça, sofrendo traumatismo craniano, no final de um show em Santa Rita do Passa Quatro, (SP). Passou por cirurgia para retirada de coágulo na cabeça, mas entrou em coma, ficando assim, até a morte. Seu corpo foi velado na cidade natal de Itajobi, a 20 km de Catanduva, onde foi sepultado, com homenagens de toda a cidade que esteve presente, além de violeiros como Pedro Bento e Zé da Estrada, Abel e Caim, Lourenço e Lourival, Divino e Donizeti, Mococa e Paraíso, e Luiz Faria e Silva Neto, de Campinas. Os violeiros cantaram, ao lado do caixão, grande sucesso da dupla Zico e Zeca, “Dona Felicidade”. A cantora e apresentadora Inezita Barroso prestou homenagem a Zico, em 29 de julho do mesmo ano, exatamente após 1 mês do seu falecimento, através de seu programa na TV Cultura de São Paulo, o “Viola, minha viola”, reapresentando a edição em que Zico e Zeca fizeram um especial juntos com seus outros irmãos Liu e Léu. Nessa edição, apresentada como homenagem à família Paulino da Costa, além de cantar sucessos do cancioneiro sertanejo, os quatro cantores irmãos integraram e alternaram suas vozes ao interpretarem hits do cancioneiro caipira como “Caminheiro”, de Jack; “João ninguém”, de Luis de Castro e Benedito Seviero; “Ecologia”, de Luis de Castro e o “Ipê e o prisioneiros”, de José Fortuna e Paraíso; “Dona Jnadira” de Zico e Zeca, entre outros, e encerraram o programa apresnetando um show de catira em que os quatro dançaram juntos. O programa fez 1 minuto de silêncio mostrando imagens de Zico e da dupla.