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Nome do Grupo
Zé e Zilda
Componentes

José Gonçalves

Zilda Gonçalves

Dados Históricos e Artísticos

Cantores. Compositores. Dupla formada por José Gonçalves, nascido no Rio de Janeiro em 6/1/1908 e falecendo em 10 de outubro de 1954 na mesma cidade, e Zilda Gonçalves, nascida no Rio de Janeiro em 18 de março de 1919. O casal se conheceu quando José Gonçalves dirigia um programa na Rádio Transmissora no qual a cantora Zilda Gonçalves se apresentou. Formaram então a Dupla da Harmonia. Casaram-se em 1938 e continuaram a se apresentar como a Dupla da Harmonia. No ano seguinte, a dupla passou a atuar no programa de Paulo Roberto na Rádio Cruzeiro do Sul, quando foram batizados pelo apresentador como “Zé da Zilda e Zilda do Zé”, nome com o qual inicialmente passaram a se apresentar em shows e em circos.

Em 1943, a dupla ingressou na gravadora Victor e lançou o primeiro disco com os sambas “Levanta José” e “Fim do eixo”, ambos de autoria de José Gonçalves. No ano seguinte, a dupla ingressou na gravadora Continental e gravou mais dois discos com quatro músicas: os choros “Um calo de estimação”, de José Gonçalves e José Tadeu e “O malhador”, de José Gonçalves e Germano Augusto e, os sambas “Segura Chico”, de Germano Augusto e De Morais e “Tire o meu nome do meio”, de Donga e José Gonçalves.

Em 1945, a dupla gravou cinco discos registrando entre outras músicas o samba-choro “Dona Joaninha”, de José Gonçalves e Ari Monteiro; o choro “Compadre chegadinho”, de Germano Augusto e José Gonçalves, e os sambas “Gostozinho”, de José Gonçalves e Ari Monteiro; “Izabel não voltou”, de Germano Augusto e Ari Monteiro; “Pega no pandeiro”, de Germano Augusto e Marcelino Ramos, e “Conversa, Laurindo!”, de José Gonçalves e Arui Monteiro. Para o carnaval do ano seguinte, a dupla lançou o samba “Vou-me embora”, de José Gonçalves e Marcelino Ramos e a batucada “Não me rasgue a roupa”, de Braga Filho e Germano Augusto. Ainda em 1946, gravaram os sambas “No alto da serra”, de Marcelino Ramos e Ari Monteiro; “Se eu pudesse…”, de José Gonçalves e Germano Augusto; as marchas “A hora da onça”, de Zilda Gonçalves e Ari Monteiro e “Morena do Brasil”, de Zilda Gonçalves e Oldemar Magalhães e o partido alto “O dinheiro é que manda”, de Príncipe Pretinho. Em 1947, a dupla gravou os sambas “Procura-se uma mulher”, de José Batista e Arnaldo Passos; “Promete”, de Oldemar Magalhães, Alcino Vieira e Ademar Muharran; “A dona do lar”, de José Gonçalves e Elpídio Viana e “Só pra chatear”, de Príncipe Pretinho, este um grande sucesso.

Em 1948, gravaram o último disco na Continental com os sambas “Vem me consolar”, de Éden Silva e Aníbal Silva e “Falam de mim”, de Noel Rosa de Oliveira, Éden Silva e Aníbal Silva, samba considerado posteriormente como antológico por muitos críticos. Nesse ano, a dupla foi contratada pela gravadora Star que iniciara as atividades no Brasil no ano anterior. No primeiro disco na nova gravadora registraram os sambas “A cabrocha rasgou minha roupa”, de José Gonçalves e Oldemar Magalhães, e “Tribunal da terra”, de José Gonçalves e Paulo Gesta. Gravaram no ano de 1949 os sambas “Cidade Alta”, de José Gonçalves e Oldemar Magalhães; “Paulo da Portela”, de Aníbal Silva e Éden Silva, homenagem ao sambista Paulo da Portela, um dos fundadores da Escola de Samba Portela e falecido no ano anterior; “Jequitibá”, de José Ramos e Marcelino Ramos, e “Enquanto eu viver” e “Luz da madrugada”, de José Gonçalves e O . Silva.

Em 1950, a dupla lançou apenas um disco integrado pelo fox “Tempo quente”, de José Gonçalves, e pelo samba “Samba de branco”, de José Gonçalves e O . Silva. Em 1951, lançaram as batucadas “Assobio pra esquecer”, de Eden Silva e Oldemar Magalhães, e “Para dar conforto a ela”, de Benedito Lacerda e José Gonçalves, além do samba “Em Caxias é assim”, de Portinho e José Gonçalves. A dupla foi contratada pela Odeon em 1952 e lançaram o bambu “Nego da calça amarela”, de Adelino Moreira, O . Silva e José Gonçalves; o choro “Vai levando”, de Altamiro Carrilho e Armando Nunes; a marcha “Parafuso”, de Adelino Moreira, José Gonçalves e Zilda Gonçalves, e o samba “Não fiz nada”, de Antônio Maria e Jose´Gonçalves. Para o carnaval de 1953, a dupla lançou o samba “Cansado”, de Adelino Moreira, Jarbas Reis e José Gonçalves, e a marcha “Sapateiro”, de Felisberto Martins e e Fernando Martins, que não obtiveram grande sucesso. Ainda em 1953, gravaram, entre outras composições, os sambas “Meu contrabaixo”, de Antônio Maria e José Gonçalves, e “Dona Fortuna”, de J. Reis, Airton Amorim e José Gonçalves.

No carnaval de 1954, a dupla obteve seu maior sucesso com a marcha “Saca-rolha”, de José Gonçalves, Zilda Gonçalves e Valdir Machado. Nesse ano, a dupla que, normalmente gravava sambas e marchas, não resistiu à febre do baião e lançou os baiões “Eh! Baião”, de José Gonçalves e Jota Reis, e “No terreiro de Tia Sinhá”, de Petrus Paulus e Ismael Augusto. Também nesse ano, a dupla gravou seus dois últimos discos. No primeiro, cantaram a valsa “Pede a Deus”, de José Gonçalves e o samba “Destruiram o morro”, de José Gonçalves, Zilda Gonçalves e Claudionor Santana. No segundo disco, que seria o último da dupla, interpretaram as marchas “Guarda essa arma”, de José Gonçalves, Zilda Gonçalves e Jorge Gonçalves e “Ressaca”, de José Gonçalves e Zilda Gonçalves, essa última, grande sucesso no carnaval do ano seguinte. Menos de um mês depois da gravação desse último disco, José Gonçalves faleceu devido a um derrame cerebral.

Em cerca de onze anos de carreira a dupla gravou 36 discos pelas gravadoras Victor, Continental, Star e Odeon além de fazer apresentações em Rádios, tendo sido considerada uma das referências da história do carnaval carioca.

Discografias
1954 Odeon 78 Pede a Deus/Destruiram o morro
1954 Odeon 78 Ressaca/Guarda essa arma
1954 Odeon 78 São João do Rancho Fundo/No terreiro da Tia Sinhá
1953 Odeon 78 Bom filho não esquece/Levou o diabo
1953 Odeon 78 Eh! Baião/Mentira
1953 Odeon 78 Meu contrabaixo/Dona fortuna
1953 Odeon 78 Saca-rolha/Olha o coco sinhá
1952 Odeon 78 Cansado/Sapateiro
1952 Odeon 78 Nego da calça amarela/Vai levando
1952 Odeon 78 Parafuso/Não fiz nada
1951 Star 78 Assobia pra esquecer/Em Caxias é assim
1951 Star 78 Para dar conforto a ela
1950 Star 78 Tempo quente/Samba de branco
1949 Star 78 Cidade Alta/Sanfoneiro Joaquim
1949 Star 78 Luz da madrugada/Hoje, não
1949 Star 78 Paulo da Portela/Jequitibá
1949 Star 78 Tudo azul/Enquanto eu viver
1949 Star 78 Zé Camilo/Jangadeiro
1948 Star 78 A cabrocha rasgou minha roupa/Tribunal da terra
1948 Continental 78 Vem me consolar/Falam de mim
1947 Continental 78 A dona do lar/Aula de francês
1947 Continental 78 Procura-se uma mulher/Promete
1947 Continental 78 Só pra chatear
1946 Continental 78 A hora da onça/Sonhei
1946 Continental 78 No alto da serra/O dinheiro é que manda
1946 Continental 78 Se eu pudesse.../Não tenha inveja
1946 Continental 78 Trabalhar eu sim/Morena do Brasil
1946 Continental 78 Vou-me embora/Não me rasgue a roupa
1945 Continental 78 Até qualquer dia/Quem tem culpa tem medo
1945 Continental 78 Dona Joaninha/Compadre chegadinho
1945 Continental 78 Gostozinho/Izabel não voltou
1945 Continental 78 Mais um louco/Ai, Adélia!
1945 Continental 78 Pega no pandeiro/Conversa, Laurindo!
1944 Continental 78 Segura Chico/Tire o meu nome do meio
1944 Continental 78 Um calo de estimação/O malhador
1943 Victor 78 Levanta José/Fim do eixo
Bibliografia crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.