
Nilo Xavier da Mota
Arlindo Borges
Raimundo Evandro Jataí de Sousa
Artur de Oliveira
Danúbio Barbosa Lima
Conjunto vocal formado por Nilo Xavier da Mota – Fortaleza, CE – 1922; Arlindo Borges – Recife, PE – 1921;
Raimundo Evandro Jataí de Sousa – Fortaleza, CE – 1926;
Artur de Oliveira – Fortaleza, CE – 1922 e Danúbio Barbosa Lima – Fortaleza, CE – 1921.
Organizado na cidade de Fortaleza, CE no início da década de 1940. Teve várias formações até chegar a uma definitiva por volta de meados daquela década contando com os seguintes componentes: Nilo Xavier da Mota, fazia arranjos, violão e vocal; Arlindo Borges, violão solo; Raimundo Evandro Jataí de Sousa, arranjos, viola e vocal; Artur de Oliveira, afoxé e vocal e Danúbio Barbosa Lima no tantã.
Em 1944, atuaram na Rádio Clube do Ceará. Fizeram por essa época apresentações no São Luís, MA e em Manaus, AM. No ano seguinte o conjunto foi para o Rio de Janeiro a fim de incrementar a carreira com as maiores possibilidades de trabalho na então capital federal. No Rio de Janeiro, o grupo assinou contrato com a Rádio Mundial e em seguida com a gravadora Odeon na qual lançaram o primeiro disco no ao seguinte com o fox “Papai, mamãe, você e eu”, de Paulo Sucupira e primeiro sucesso do grupo e o balanceio “Tão fácil, tão bom”, de Lauro Maia. No mesmo ano, gravaram mais duas composições de Lauro Maia, o samba “Escapei!” e o miudinho “Taboleiro dareia” e duas de Assis Valente, o fox “Procurando a Josefina” e o samba “Motivos musicais”, parceria com Alfredo de Proença. Nessa época, o cantor e compositor Paulo Sucupira integrou o grupo, chegando a gravar com eles os primeiros discos.
Depois de deixar a Rádio Mundial, foram contratados pela Rádio Tupi. Trabalharam em vários cassinos cariocas, antes de os mesmos serem proibidos e fechados. Participaram de filmes brasileiros nessa época.
Em 1947, fizeram sucesso no carnaval com a marcha “Coitadinho do papai”, de Henrique de Almeida e M. Garcez gravada com a cantora Marlene em dezembro do ano anterior. Ainda em 1947, gravaram os sambas “Tio Sam no samba”, de Zé Kéti e Felisberto Martins, “Não manche o meu panamá”, de Alcebíades Nogueira; “Exaltação a Noel”, de Waldemar Ressurreição e “Grave revelação”, de Ary Barroso, e o fox “Eu e você”, de Paulo Sucupira e Matos Neto.
Gravaram em 1948 a valsa “Segue teu caminho”, de Felisberto Martins e os sambas “Tormento”, de Marino Pinto e Herivelto Martins e “Não vou dizer”, de J. Corrêa da Silva e Valter de Oliveira. Nesse ano, obtiveram grande sucesso no carnaval com a marcha “Jacarepaguá”, de Paquito, Romeu Gentil e Marino Pinto. Fizeram sucesso no ano seguinte com o fox “Trevo de quatro folhas”, de Wood e Dixon, com versão de Nilo Sérgio e com a marcha “Daqui não saio”, de Paquito e Romeu Gentil, outro triunfo no tríduo momesco. Gravaram também nessa época a clássica canção “Minha terra”, de Valdemar Henrique.
Em 1950, lançaram o fox “Bebê”, de Davis e Akst, com versão de Haroldo Barbosa, o maracatu “Maracatucá”, de Geraldo Medeiros e J. Tavares e o samba “Diamante negro”, de David Nasser e Marino Pinto, homenagem ao jogador de futebol Leônidas da Silva. Nesse ano, gravaram outro sucesso, a marcha “Tomara que chova”, de Paquito e Romeu Gentil.
Gravaram para o carnaval de 1951 a “Marcha da vizinha”, de Paquito e Romeu Gentil e o samba “Mulher de carnaval”, de Valdemar Ressurreição. Nesse ano, gravaram os baiões “Conceição do Piancó”, de Manezinho Araújo e Fernando Lobo e “Muié bandoleira”, de Jorge Tavares e Airton Amorim e, o maracatu “Boneca de ouro”, de Geraldo Medeiros e Jorge Tavares. Em 1952, lançaram o baião “Se é do norte é meu”, de Peterpan e José Batista e o samba “Não fale mal de mim”, de Cyro Monteiro e Dias da Cruz.
Para o carnaval de 1953, gravaram as marchas “Fiquei atravessado”, de Arnô Provenzano e Otolindo Lopes e “Marcha das mulheres”, de Peterpan e José Batista. Ainda nesse ano, transferiram-se para a gravadora Continental e lançara os sambas “Samba maestro”, de Alcebíades Nogueira e “Cozinheiro forçado”, de Altamiro Carrilho e Irani de Oliveira. Fizeram sucesso ainda nesse ano com a marcha “Pedido à São João”, de Ricardo Geleno, José Gonçalves e Zilda Gonçalves.
Em 1954, gravaram com razoável sucesso a marcha “Guarda-chuva de pobre”, de Raul Sampaio, Clemente Muniz e Guilher de Brito. No ano seguinte, lançaram o samba “Nosso samba”, de Amado Régis e Mauro Miranda e o mambo “Resfriado”, de Rutinaldo. Também em 1955, gravaram um samba que se tornaria clássico, “A voz do morro”, de Zé Kéti. Gravaram também o samba “A mão que afaga”, de Raul Sampaio e José Messias.
Em 1956, ingressaram na gravadora Copacabana e lançaram com sucesso a marcha “Turma do funil”, de Mirabeau, Milton de Oliveira e Urgel de Castro, outro êxito carnavalesco. Nesse ano, gravaram também a “Valsa dos sonhos”, de Paulo Tito e Fernando Lopes; os sambas “Manequim”, de Guilherme de Brito e Renato Gaetana e “Devagar e sempre”, de Haroldo Barbosa e o baião “Choveu no Ceará”, de Catulo de Paula.
Gravaram para o carnaval de 1957 as marchas “Marcha da COFAP”, da dupla Paquito e Romeu Gentil e “Vida de casado”, de Mirabeau e Paulo Gracindo. No mesmo ano, gravaram a “Marcha do café”, de Milton de Oliveira e Fernando Sérgio e o samba “Não vou sofrer”, de Raul Moreno, José Batista e João do Vale. No ano seguinte, gravaram o samba “Aventureira”, de Jorge Silva, B. Toledo e Rui Carneiro e a marcha “Ou vai ou racha”, de J. Piedade e Sebastião Mota, último disco do grupo que nessa época se dissolveu após gravar 49 discos em 78 rpm nas gravadoras Odeon, Copacabana e Continental.
(Com Marlene)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.