
Edda Cardoso
Magda Marialba
Margarida Oliveira
Lolita Koch Freire
Yeda Tavares Gomes da Silva
Grupo vocal feminino organizado pelo maestro Alceu Bocchino, em 1946, na Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro. Inicialmente o trio foi formado pelas cantoras Edda Cardoso, nascida no Rio de Janeiro em 1925; Magda Marialba, nascida no Rio de Janeiro em 1921, ex-integrante do coro clássico do Cassino da Urca e Margarida Oliveira, irmã de Dalva de Oliveira e que em apenas seis meses saiu do trio para casar, sendo substituida por Lolita Koch Freire, cantora de música sacra, pernambucana nascida em 1915, iniciando uma segunda formação do trio. Lolita Kochk faleceu em 28/9/2001 aos 85 anos assassinada em um assalto em São Gonçalo, Rio de Janeiro, onde morava. Abordada por dois assaltantes, confundiu os mesmos com pedintes e lhes deu apenas dois reais sendo por isso fuzilada por eles.
A terceira formação do trio surgiu quando Yeda Tavares Gomes da Silva, nascida em Niterói em 1929, substituiu Magda Marialba criando assim a terceira formação desse trio, que ficou conhecido por sua competência em interpretar arranjos difíceis.
O trio inicialmente se apresentou na Rádio Mayrink Veiga e, em 1947, foi convidado a atuar na Rádio Nacional para substituir o grupo vocal As Três Marias, que havia se transferido para a Rádio Tupi. No programa “Um milhão de melodias” apresentaram-se em conjunto com o Trio Melodia formado por Paulo Tapajós, Albertinho Fortuna e Nuno Roland numa reunião de vozes masculinas e femininas criando novos arranjos para músicas já consagradas nas vozes de outros cantores. Cantaram em todos os programas da Rádio Nacional acompanhando cantores famosos, sozinhas ou junto com o Trio Melodia.
O trio estreou em discos no ano de 1949, cantando com Ivon Curi a valsa “Mademoiselle Hortensia”, de Louis Guy e Jacques Plante em disco gravado pela Continental. Gravou, com sucesso, em 1951, o baião “Chuva miudinha”, de Manezinho Araújo e Fernando Lobo, em disco que tinha ainda o samba “Vou pedir ao Senhor”, de Peterpan. Nesse ano, gravou com Jorge Goulart e o Trio Melodia a canção “Falua”, de João de Barro e Alberto Ribeiro. Também no mesmo ano, lançou o “Samba de moça”, de Manezinho Araújo e o “Baião de Copacabana”, de Lúcio Alves e Haroldo Barbosa. Ainda em 1951, o trio participou com o Trio Melodia de um dos três famosos discos que Aracy de Almeida lançou naquele ano com obras de Noel Rosa e que revitalizaram a memória do compositor, então um pouco esquecido. Esse disco continha os sambas “Com que roupa”, de Noel Rosa e “O orvalho vem caindo”, de Noel Rosa e Vadico. Ainda no mesmo ano, gravou com o Trio Melodia uma série de três disco que recebeu o Prêmio de Honra da Associação Brasileira de Discos. Esses discos eram: “Cantigas de São João”, “Cantigas populares” e “Cantigas de Natal”. No primeiro havia uma seleção de músicas de Lamartine Babo, João de Barro, Alberto Ribeiro, Assis Valente, Osvaldo Santiago e Benedito Lacerda. No segundo, uma seleção de cantigas de Natal com arranjos de Paulo Tapajós e Radamés Gnattali e no terceiro uma seleção de cantigas populares.
O trio voltou a gravar com o Trio Melodia e Jorge Goulart lançando para os festejos juninos de 1952 a canção-caipira “Festa de São João I e II”; a marcha “Noites de junho”, de Alberto Ribeiro e João de Barro e o samba-canção “Mané Fogueteiro”, de João de Barro. Em seguida gravou os fox “É tarde”, de S. Fain e versão de João de Barro e “Bom dia Mister Eco”, de Bill Pitman, Belinda Pitman e Lourival Faissal e a valsa “Convite ao amor”, de Juventino Rosas e Lourival Faissal. O disco com o fox “Bom-dia Mister Eco” recebeu prêmio da Associação Brasileira de Discos naquele ano. Na gravação, que exigiu muitos ensaios do trio, o técnico Norival Reis chegou a idealizar uma câmara de eco.
No mesmo ano, gravou com o Trio Melodia o fox “Alice no país das maravilhas”, de S. Fain e Bob Hilliard e versão de João de Barro; o fado “Coimbra”, de Ferrão e Galhardo; o tango “Mano a mano”, de Gardel, Razzano e Flores Ghiaroni e os baiões “Maricota sai da chuva”, de Marcelo Tupinambá e “Vamo, Maruca, vamo”, de Juca Castro e Paixão Trindade. Gravou ainda, no mesmo ano, com Newton Teixeira o baião “Caso de amor”, de Newton Teixeira; com Ruy Rey o “Baião internacional”, de Armando Cavalcânti e Klecius Caldas e com Jorge Goulart os sambas-canção “Sapatinho”, de Bororó e Marino Pinto.
Em 1953, gravou com Carmélia Alves e Trio Melodia a chula “Pau de arara”, de Luiz Bittencourt e José Menezes e a toada “Tristezas do Jeca”, de Angelino de Oliveira. Com o Trio Melodia, gravou o baião “Mulher rendeira”, do folclore com arranjos de João de Barro; com Bernard Hilda e sua orquestra o baião “Bernardo e o baião”, de Mariza Pinto Coelho e com o Trio Melodia e Jorge Goulart a fantasia “Festa canora”, de Humberto Teixeira, além da toada “Asa branca”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga. Ainda nesse ano, o trio gravou a canção “Guacira”, de Hekel Tavares e Joracy Camargo; o choro “Encabulado”, de Luiz Bittencourt, José Menezes e Oscar Azevedo e, o bolero “Lenda cigana”, de Livingstone e Evans e versão de Lourival Faissal. Também em 1953, lançou a valsa “Lili”, de Deutsch e Kaper e a canção “Uma casa portuguesa”, de Artur Fonseca, Reinaldo Ferreira e Matos Siqueira em disco que marcou a estréia de Yeda Tavares Gomes da Silva, soprano de formação lírica que substituiu Magda Oliveira dando início a terceira e última formação do trio. Ainda nesse ano, gravou na Todamérica com Orlando Correia o samba-canção “Natal sem você”, de Bruno Gomes e Jorge de Castro e as canções “Noite feliz” e “Meu pinheirinho” com adaptação de Antônio Ameida.
Em 1954, gravou com o Trio Melodia uma seleção de baiões em quatro partes divididas em dois discos chamada “Tudo é baião”, com motivos populares em arranjos de João de Barro. Nesse ano, gravou com Luiz Bandeira o choro “Espera, Maria”, de Luiz Bandeira e Alberto Lopes. No ano seguinte, gravou o samba “A prova real”, de Ismael Neto e o fox “Diz que sim, diz que não!”, de Sivan Castelo Neto. Ainda em 1955, gravou com Jorge Gonçalves na Todamérica o samba-bolero “Mexicano”, de Jorge Gonçalves e Aldo Cabral.
Em 1956, gravou o cântico de natal “Nasceu um menino”, de Cecil Denis e Ty-Aohl e a canção “Santo natale”, de Hal Hoffman, D. Manning e B. Nardone com versão de Juvenal Fernandes. Em 1956, antes de se dissolver, o Trio participou do filme “Tira a mão daí”, de J. Rui. Como o Trio Três Marias, sempre recebia atenção especial do então todo poderoso Paulo Tapajós, diretor artístico da Rádio Nacional do Rio.
Em cerca de dez anos de carreira gravou 31 discos com 53 músicas a maioria absoluta na Continental. Em 2001, no volume três da série série “Grandes versões” do selo Revivendo, aparece a interpretação de “Lili”, de Kaper Deutsch e versão de Haroldo Barbosa e no volume 4, a interpretação de “Dominó”, de Jacques Plante e versão de Paulo Tapajós, esta última em gravação feita em conjunto com Jorge Goulart e Trio Melodia.
(Jorge Gonçalves)
(Com Luiz Bandeira)
(Com Trio Melodia)
(Com Bernard Hilda e sua orquestra)
(Com Jorge Goulart e Trio Melodia)
(Com Orlando Correia)
(Com Trio Melodia e Carmélia Alves)
(Com Trio Melodia)
(Com Ruy Rey)
(Com Newton Teixeira)
(Com Trio Melodia)
(Com Jorge Goulart e Trio Melodia)
(Com Almirante, Jorge Goulart e Trio Melodia)
(Com Trio Melodia)
(Com Jorge Goulart e Trio Melodia)
(Com Trio Melodia)
(Com Trio Melodia)
(Com Trio Melodia)
(Com Aracy de Almeida e Trio Melodia)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.