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Nome do Grupo
Titulares do Ritmo
Componentes

Francisco Nepomuceno de Oliveira

Geraldo Nepomuceno de Oliveira

Domingos Ângelo de Carvalho

João Cândido Brito

Joaquim Alves

Sóter Cordeiro

Dados Históricos e Artísticos

Grupo vocal e instrumental, cujos componentes eram todos cegos. O grupo era um sexteto formado por: Francisco Nepomuceno de Oliveira, o Chico – Fortaleza, CE, 1927 – Líder, compositor, arranjador, violonista e pianista.

Geraldo Nepomuceno de Oliveira – Fortaleza, CE – 1931 – Cantor e violonista.

Domingos Ângelo de Carvalho – Moeda, MG – 1921 – Cantor.

João Cândido Brito – Bom Jesus do Galho, MG – 1928 – Cantor.

Joaquim Alves – Valença, BA –  1921 – Cantor

Sóter Cordeiro – São João Evangelista, MG – 1926 – São Paulo, SP – 1984 – Cantor.

O conjunto foi organizado em 1941, quando seus futuros componentes se conheceram no Instituto São Rafael em Belo Horizonte, MG, para cegos, onde cursavam o ginásio. Ficaram famosos pelas harmonizações e vocalizações requintadas que elaboravam. Fizeram sua estréia na Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte, interpretando o samba de Pedro Caetano “Como se faz uma cuíca”. 

Em 1948, estrearam com sucesso na Rádio Gazeta de São Paulo. Logo depois, atuaram na Rádio Bandeirantes, também de São Paulo. Em 1950, assinaram contrato com a gravadora Odeon e lançaram naquele ano o primeiro disco interpretando o bolero “Lianto de luna”, de J. Gutierrez e Roberto Corte Real e o samba “Nega distinta taí”, de Francisco Nepomuceno, o Chico, líder do grupo. No mesmo ano, gravaram a marcha “Chiquita”, de Chico e Baiano e o samba “Não põe a mão”, de Mutt, Arnô Canegal e Buci Moreira, primeiro grande sucesso do grupo.

Em 1951, gravaram os baiões “Pacá parou”, de Victor Simon e David Raw e “Pede pra seis”, de Hanibal Cruz e Evaldo Rui e os sambas-canção “Falta você” e “Nunca”, de Chico. Em 1952, transferiram-se para a gravadora RCA Victor e lançaram a canção “Lejanias”, de Hermínio Gimenez, com arranjo de Baiano e o samba “Zefinha”, de Aristeu Queiroz. Nesse ano, gravaram o samba “Porque não voltar?”, de Sílvio Mazzucca, o bolero “Foste embora”, de Geraldo Oliveira, a marcha “Bem ou mal”, de Raguinho e José Sacomani e o fox “Por tua causa”, de Wilkinson com versão de Ariovaldo Pires. Para o carnaval do ano seguinte, lançaram a marcha “Lulu”, de Jorge Roy e Orlando Monello, com a qual fizeram razoável sucesso.

Gravaram em 1953 os sambas “E ela não vem”, de Hervê Cordovil e Vicente Leporace, sucesso do conjunto, e “Mulher de artista”, de Geraldo Tavares, os baiões “Que saudade, menina”, de Castro Barbosa, outro sucesso do grupo, e “Romper da aurora”, de Manezinho Araújo e Zé Renato; as toadas “Sodade matadera”, de David Raw e Manezinho Araújo e “Sincera”, de Chico. Ainda nesse ano, gravaram o fox-trot “Serenata ao luar”, de Glenn Miller, com versão de Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado.

Transferiram-se para a gravadora Copacabana em 1954 e no primeiro disco lançaram a toada “Canção do boiadeiro”, de Maurício Morey e a toada-canção “Morena, morena”, de Geraldo dos Santos. Nesse mesmo ano, lançaram pela Columbia a marcha “Zig-zag”, de José Roy, Wilson Sales e Vladimir Melo e o samba “Borboleta”, de Conde e Henricão. No ano seguinte, lançaram os sambas “Arrependi”, de Júlio Rosemberg e Popé e “Neném”, de Gomes Cardim, Victor Simon e Buci Moreira. Em seguida, gravaram a canção “Feliz a caminhar”, de F. W. Moller, a toada-baião “Rio A” e o samba “Samba”, de Hervê Cordovil e a toada “Chuva morna”, de Sereno.

Em 1956, gravaram para o carnaval a marcha “Os homens são uns diabos”, de Maugéri Neto, Arlindo de Oliveira e Maugéri Sobrinho e o samba “Se ela não voltar”, de Júlio Nagib. Participaram do carnaval de 1957 com a “Marcha do café”, de Milton de Oliveira e Fernando Sérgio e o samba “Não vou sofrer”, de Raul Moreno, José Batista e João do Vale. Gravaram dois fox em 1958, “Romance em preto e branco”, de Lauro Muller e “Adeus, amor”, de Nascimento e Júlio Nagib. No mesmo ano, gravaram em função da conquista da Copa do Mundo de futebol pela seleção brasileira naquele ano na Suécia as marchas “Brasil! Brasil!”, de Alceu Menezes e “A taça do mundo é nossa”, de Mau, Dag e Lau, que se tornou um grande sucesso.

Ao longo da carreira, o grupo fez várias gravações voltadas para as festas natalinas como foram as gravações de “O tannebaum”, de Ernst Anschultz e do fox “Sinos de Belém”, com versão de Evaldo Rui gravados em 1959. No mesmo ano, foram contratados pela gravadora Continental onde estrearam com o cururu “Ferreirinha na viola”, tema folclórico com arranjos de Francisco Nepomuceno e o samba “Mané fogueteiro”, de João de Barro. Ainda em 1959, lançaram pelo selo Califórnia o rock-balada “Estúpido cupido”, de H. Greenfield e N. Sedaka, com versão de Fred Jorge, sucesso dos primeiros anos o rock no Brasil e o maxixe “João Cachaça”, de Vitor Dagô. No ano seguinte, pelo mesmo selo, gravaram as marchas-hino “Hino à São Paulo” e “Hino do estudante”, de Júlio Revoredo.

Em 1961, o conjunto retornou para a RCA Victor e gravou os sambas “Chorou, chorou”, de Luiz Antônio, “Banca de mamãe”, de Chico e Baiano, “Baianinha”, de Nelson Fernandes e “O aumento não vem”, de Victor Simon. Em 1962, gravaram o “Prelúdio pra ninar gente grande”, de Luiz Vieira e “Os três sinos”, fox de J. Villard com versão de Romeu Nunes. Chegaram a ter dois programas exclusivos na Rádio Tupi e na Rádio Record, em São Paulo. Em 1972, participaram, juntamente com nomes como Jamelão, Carlos Nobre, Alcides Gerardi, Noite Ilustrada e outros, da coletânea “Carnaval – 73”, da Musicolor/Continental, interpretando as marchas “Marcha do grilo”, de Ferreira e Riomar, e “Rosa amarela”, de Campos e Riomar. Entre os LPs gravados pelos grupo destacam-se “Homenagem ao Bando da Lua”, “Jóias musicais”, “Concerto de música popular” e “Os fabulosos Titulares do Ritmo”. Trabalharam na área de jingles comerciais, tendo, inclusive, montado uma firma especializada para tal fim, a Pauta – Gravações e Propaganda. Em 1968, gravaram o Hino do Clube Atlético Paranaense, clube de futebol do Paraná.

Ao longo da carreira, gravaram 38 discos em 78 rpm, pela Odeon, RCA Victor, Continental, Copacabana, Califórnia e Chantecler.

No final da década de 1990, no CD “A música de Tom Jobim” lançado pela Phonodisc, apareceram interpretando “Águas de março”, de Antonio Carlos Jobim e “Estrada branca”, de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes.

Em 2000, o selo Movieplay lançou o CD “50 anos de sucesso em todos os ritmos”, com as músicas “Boneca de pano”, “Conte comigo mulher”, “Despejo na favela”, “De papo pro á”, “Eu te amo meu Brasil”, “Falsa madame”, “Saudosa maloca” e outras. Em 2003, a gravação de “Estúpido cupido” feita pelo grupo foi relançada pelo selo Revivendo no CD “Nos tempos do rock and roll”.

Discografias
2000 Movieplay CD 50 anos de sucesso em todos os ritmos
1961 RCA Victor 78 Baianinha/O aumento não vem
1961 RCA Victor 78 Chorou, chorou/Banca de mamãe
1961 RCA Victor LP Os Fabulosos Titulares do Ritmo
1960 Califórnia 78 Hino à São Paulo/Hino do estudante
1959 Copacabana LP Concerto de música popular
1959 Califórnia 78 Estúpio cupido/João Cachaça
1959 Continental 78 Ferreirinha na viola/Mané fogueteiro
1959 Copacabana LP Jóias musicais
1959 Continental 78 Maria Madalena/Luna de miel em Puerto Rico
1959 Continental 78 Natal do Barnabé/Canção do presépio
1959 Copacabana 78 O tannebaum/Sinos de Belém
1959 Chantecler 78 Salve o mosqueteiro/Receita de resfriado
1958 Copacabana 78 Brasil! Brasil!/A taça do mundo é nossa
1958 Copacabana LP Homenagem ao Bando da Lua
1958 Copacabana 78 Romance em preto e branco/Adeus, amor
1957 Copacabana 78 Marcha do café/Não vou sofrer
1956 Copacabana 78 Canção de Natal do Brasil/Bom dia, ano novo
1956 Copacabana 78 Coisas de mulher/Bobão
1956 Copacabana 78 Os homens são uns diabos/Se ela não voltar
1955 Copacabana 78 Arrependi/Neném
1955 Copacabana 78 Feliz a caminhar/Rio A
1955 Copacabana 78 Samba/Chuva morna
1954 Copacabana 78 Canção do boiadeiro/Morena. Morena
1954 Columbia 78 Zig-zag/Borboleta
1953 RCA Victor 78 E ela não vem/Que saudade, menina
1953 RCA Victor 78 Serenata ao luar/Sem você
1953 RCA Victor 78 Sodade matadera/Mulher de artista
1952 RCA Victor 78 Bem ou mal/Adeus Praça da Sé
1952 RCA Victor 78 Feliz Natal
1952 RCA Victor 78 Feliz natal/Feliz ano novo
1952 RCA Victor 78 Lejanias/Zefinha
1952 RCA Victor 78 Minha mágoa/Lulu
1952 RCA Victor 78 O cuco do baião/Sonho de caboclo
1952 RCA Victor 78 Por tua causa/Dor de cotovelo
1952 RCA Victor 78 Porque não voltar?/Foste embora
1951 Odeon 78 Adeus Edite/Ninguém me obriga
1951 Odeon 78 Nunca/Pede pra seis
1951 Odeon 78 Pacá parou/Falta você
1950 Odeon 78 Chiquita/Não põe a mão
1950 Odeon 78 Lianto de luna/Nega distinta taí
1950 Odeon 78 Ribeirinho/Broto dá galho
1051 Odeon 78 Por causa dela/Baião da raça
Obras
Banca de mamãe (Francisco Nepomuceno de Oliveira e Baiano)
Chiquita (Francisco Nepomuceno de Oliveira e Baiano)
Coisas de mulher (Francisco Nepomuceno de Oliveira e Baiano)
Falta você (Francisco Nepomuceno de Oliveira e Baiano)
Feliz ano novo (Chico e Osvaldo Moles)
Foste embora (Geraldo Nepomuceno de Oliveira)
Maria Madalena (Francisco Nepomuceno de Oliveira e Baiano)
Nega distinta taí (Francsico Nepomuceno de Oliveira)
Ninguém me obriga (Francisco Nepomuceno de Oliveira e Baiano)
Nunca (Francsico Nepomuceno de Oliveira)
Sem você (Francsico Nepomuceno de Oliveira)
Sincera (Francsico Nepomuceno de Oliveira)
Shows
Ainda, por volta dos anos 60 gravaram três LPs com o nome de The Playings interpretando covers de sucessos americanos.
Bibliografia crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.