
Henry Lentino
Caio Márcio
Samuel DeOliveira
Fábio Nin
Sérgio Krakowski
Grupo formado por Henry Lentino (Porto Alegre, RS/1978 – bandolim), Caio Márcio (Rio de Janeiro, RJ/1982 – violão), Samuel DeOliveira (Florianópolis, SC/1979 – saxofone), Fábio Nin (Rio de Janeiro, RJ/1974 – violão de sete cordas) e Sérgio Krakowski (Rio de Janeiro, RJ/1983 – pandeiro), o grupo surgiu no final da década de 1990 na Lapa, centro do Rio de Janeiro, mais precisamente no Bar Semente, ponto de encontro de sambistas e chorões da cidade. O nome do grupo foi retirado de uma polca de Satiro Bilhar, pinçada do repertório de Jacob do Bandolim. A idéia de montar o grupo partiu do bandolinista gaúcho Henry Lentino, que começou a aprender cavaquinho aos sete anos e logo depois passou para o bandolim. Após a sua chegada ao Rio de Janeiro começou a freqüentar a Lapa, conhecendo ali o violonista Caio Márcio. Logo depois foram integrados ao grupo outros componentes também freqüentadores das rodas de samba e choro da Lapa. Sérgio Krakowski, dos 13 aos 18 anos estudou flauta transversa. Autodidata, aos 15 anos inciou-se no pandeiro. Samuel de Oliveira inciou seus estudos de piano aos nove anos. Estudou trompete e mais tarde saxofone com a professora Sílvia Beraldo. Fábio Nin, inicialmente, aprendeu violão de sete cordas com o tio Paulo Nin. Logo depois teve aulas com Raphael Rabello na UniRio. Estudou flauta doce e contrabaixo. Caio Márcio começou a aprender piano as 10 anos, logo depois passou para o violão. Teve aulas com Luis Otávio Braga e posteriormente com Hélio Delmiro. Filho do clarinetista Paulo Sérgio Santos e da pianista Fernanda Chaves Canaud, ambos músicos de renome nacional. No ano de 2002 o grupo apresentou-se no Auditório do Ibeu, escola de Copacabana. Neste mesmo ano gravou uma fita-demo que Caio Márcio apresentou à diretoria da gravadora Biscoito Fino. Logo depois, com produção musical de Paulo Aragão, o grupo foi convidado a gravar o primeiro disco, lançado em 2003 em show no Paço Imperial. No CD foram incluídas composições clássicas da música popular, assim como outras menos conhecidas: “Vê se gostas”, “Delicado” e “Carioquinha”, as três de autoria de Waldir Azevedo; “Santa morena” e “Receita de samba”, ambas de Jacob do Bandolim; “Caminhando” (Nelson Cavaquinho e Norival Bahia); “Segura ele” (Pixinguinha e Benedicto Lacerda); “Peguei a reta” (Porfírio Costa) e “Cadência” (Joventino Maciel). Sobre o disco escreveu Guinga no encarte: “Uma vassourada na mesmice”. O disco ainda contou com as participações especiais de Teresa Cristina na faixa “Folhas secas” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito); Pedro Miranda em “O mundo é um moinho” (Cartola) e Mariana Bernardes em “Três apitos”, de Noel Rosa. Nesse mesmo ano, o grupo apresentou-se no “Projeto Quintas no BNDES”, no Rio de Janeiro. Participou do disco “Brasileirinho”, de Maria Bethânia, para o qual fez o arranjo da faixa “Padroeiro do Brasil”, de autoria de Ary Monteiro e Irany de Oliveira. Em 2004, no Ballroom, o grupo recebeu durante o mês de janeiro diversos convidados. Em março deste mesmo ano, no Canecão, participou da gravação do DVD de “Brasileirinho”, de Maria Bethânia. Em 2008 o grupo lançou o CD “Feijoada completa”, segundo disco pela gravadora Biscoito Fino. No disco foram incluídas “Arrastão” (Edu Lobo e Vinicius de Moraes); “O morro não tem vez” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), com a participação especial do DJ Sany Pitbull; “Atrás da porta” (Francis Hime e Chico Buarque); “Consolação” (Baden Powell e Vinicius de Moraes); “Senhorinha” (Guinga); “Trenzinho do caipira” (Villa-Lobos); “Eleanor Rigby” (George Martin); “Gente humilde” (Garoto, Chico Buarque e Vinicius de Moraes) e “My favorite things”, de John Coltrane, além da inédita “Introdução ao canto de Yansã”, de Baden Powell, entregue ao grupo pelo pianista Philippe Baden Powell, filho do violonista. O CD foi lançado em shows na Modern Sound e na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro. O grupo, considerado um dos mais importantes de samba e choro na cena carioca, tem como fãs grandes nomes da MPB, entre os quais a cantora Maria Bethânia e o violonista Guinga, que declarou que o grupo “É uma vassourda na mesmice”.
Em 2012 participou do projeto “Musicafinidades (Ecos de 22) – Música em 22”, realizado pela Funarte na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro, com o intuito de reviver a trajetória musical dos grandes mestres da música brasileira que participaram do movimento artístico e cultural de 1922.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.