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Nome do Grupo
Secos e Molhados
Componentes

Ney Matogrosso

João Ricardo

Gérson Conrad

Dados Históricos e Artísticos

Grupo vocal e instrumental de rock-MPB formado em 1972 na cidade de São Paulo. Apesar da sua breve duração, é considerado um dos grupos mais importantes do rock no Brasil. João Ricardo, jornalista nascido em Portugal com influências do rock, e Gérson Conrad, admirador do jazz e da Bossa Nova, buscavam um cantor que se adequasse ao seu projeto musical. Por intermédio de Luli, da dupla Luli & Lucinha, foram apresentados a Ney Matogrosso, que ingressou no grupo.

Em 1973, o conjunto lançou seu primeiro disco, que vendeu 800 mil cópias. Com os rostos cobertos por pinturas e muita purpurina, seus integrantes, particularmente Ney, provocavam uma atmosfera andrógina, pouco usual no Brasil daquela época. No repertório do disco, destaque para o sucesso “O vira” (João Ricardo e Luli) e “Rosa de Hiroshima” (adaptação musical feita por Gérson Conrad para o poema homônimo de Vinicius de Moraes).

No ano seguinte, o grupo lotou o Maracanãzinho (RJ), e o Ginásio Presidente Médici (Brasília), com suas apresentações ao vivo. Também em 1974, lançou seu segundo e último disco com a formação original, com destaque para “Flores astrais” e “Tercer mundo”, vindo a dissolver-se ainda nesse ano. 

Todos os ex-integrantes do grupo lançaram-se em carreira solo, sendo o mais bem-sucedido Ney Matogrosso. 

No final dos anos 1970 e início dos 1980, João Ricardo tentou, com formações diferentes, retomar o conjunto, lançando dois LPs pela Philips, porém sem obter o mesmo sucesso. 

Em 1981, a Continental lançou um disco ao vivo com a gravação feita no show do Maracanãzinho.

Tributo:

No ano de 2003 a gravadora Deck Disc prestou homenagem ao gupo reunindo vários artistas para a gravação do CD “Assim, assado – Tributo a Secos & Molhados”, celebrando os 30 anos do lançamento do primeiro disco do grupo. No CD foram incluídas as faixas “Sangue Latino”, com Nando Reis; “O Vira”, com os grupos Falamansa e Maskavo; “O Patrão Nosso de Cada Dia”, com Toni Garrido; “Amor”, com a bnada Ira!; “Primavera nos Dentes”, com Eduardo Dussek; “Assim Assado”, com Capital Inicial; “Mulher Barriguda”, com Pitty; “El Rey”, com a bnada carioca Matanza; “Rosa de Hiroshima”, com Arnaldo Antunes; “Prece Cósmica”, com a banda Raimundos; “Rondó do Capitão”, com a banda mineira Pato Fu; “As Andorinhas”, o DJ Marcelinho da Lua, e ainda, a faixa “Fala”, com o cantor Ritchie.

No ano de 2019 foi lançada a biografia do grupo “Primavera nos dentes: a história dos Secos & Molhados”, do jornalista Miguel de Almeida (Editora Três Estrelas). Neste mesmo ano, de 2019, foi lançado o volume “Moracy do Val Show” (WMF Martins Fontes), biografia em forma de almanaque do empresário do grupo, Moracy, escrita pelos jornalistas Celso Sabadim e Francisco Uchou.

Discografias
1981 Continental LP Ao vivo no Maracanãzinho
1980 Philips LP Secos e Molhados
1978 Philips LP Secos e Molhados
1974 Continental LP Secos e Molhados
1973 Continental LP Secos e Molhados
Obras
Aja (João Ricardo)
Amor (João Ricardo e João Apolinário)
Angústia (João Ricardo e João Apolinário)
Anônimo brasilieiro (João Ricardo)
As andorinhas (João Ricardo e Cassiano Ricardo)
Assim assado (João Ricardo)
Caixinha de música do João (João Ricardo)
Cobra coral indiana (João Ricardo e Cassiano Ricardo)
Como eu, como tu (João Ricardo)
Contudo (César Lempé, Roberto Lempé, Carlos Amantor e Tininho)
De mim pra você (João Ricardo)
Delírio (Gerson Conrad e Paulinho Mendonça)
El Rey (Gerson Conrad e João Ricardo)
Fala (João Ricardo e Luli)
Flores astrais (João Ricardo e João Apolinário)
Homenzarrão (João Ricardo)
Insatisfação (João Ricardo e João Apolinário)
Lindeza (João Ricardo)
Medo mulato (João Ricardo e Paulinho Mendonça)
Meu coração não pode parar (João Ricardo)
Minha namorada (João Ricardo e João Apolinário)
Muitas pessoas (João Ricardo)
Mulher barriguda (João Ricardo e Solano Trindade)
Não: não digas nada (João Ricardo e Fernando Pessoa)
O hierofante (João Ricardo e Oswald de Andrade)
O patrão nosso de cada dia (João Ricardo)
O vira (João Ricardo e Luli)
Oh! Canção vulgar (João Ricardo e Wander Tosh)
Oh! Mulher infiel (João Ricardo)
Pelos dois cantos da boca (João Ricardo)
Prece cósmica (João Ricardo e Cassiano Ricardo)
Preto velho (João Ricardo)
Primavera dos dentes (João Ricardo e João Apolinário)
Pão João (João Ricardo)
Quadro negro (João Ricardo)
Quantas canções é preciso cantar (João Ricardo)
Que fim levaram todas as flores (João Ricardo)
Rondó do capitão (João Ricardo e Manuel Bandeira)
Rosa de Hiroshima (Gerson Conrad e Vinicius de Moraes)
Roído do amor (João Ricardo)
Sangue latino (João Ricardo e Paulinho Mendonça)
Sem as plumas, numas (João Ricardo, César Lempé, Roberto, Tininho e Carlos Amantor)
Tecer mundo (João Ricardo e Julio Cortazar)
Tem gente com fome (João Ricardo e Solano Trindade)
Toada & rock & mambo & mambo & tango & etc. (João Ricardo e Luli)
Tristeza militar (João Ricardo, inédita)
Vira-safado (João Ricardo)
Você faz amor engraçado (João Ricardo)
Vôo (João Ricardo e João Apolinário)
Última lágrima (João Ricardo)
Shows
Secos e Molhados. Ginásio Presidente Médici. Brasília
Secos e Molhados. Maracanãzinho. Rio de Janeiro.
Bibliografia crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.