
Fernando Deluqui: guitarra, vocal de apoio e voz principal
Luiz Schiavon: teclados
Dioy Pallone: voz principal, vocal de apoio, baixo
Kiko Zara: bateria, vocal de apoio
Ex-integrantes
Moreno Júnior: bateria (1983 – 1984)
Charles Gavin: bateria (1984)
Marquinho Costa: bateria (1993 – 1994)
Franco Júnior: teclados (1993 – 1994)
Paulo Ricardo: voz principal, baixo (1983 – 2017)
Paulo Pagni “P.A.”: bateria, vocal de apoio (falecido em 2019)
Grupo de pop-rock formado por Paulo Ricardo (voz e baixo), Fernando Deluqui (guitarra), Luiz Schiavon (teclados) e Paulo Pagni (bateria) na cidade de São Paulo em 1983.
No final do ano de 1984, levado por Marcelo Rubem Paiva, escritor e amigo de infância de Paulo Ricardo, a banda foi contratada pela gravadora para três discos.
Pela banda passaram vários baterista, entre os quais Charles Gavin, que havia deixado a banda Ira! Para se juntar ao grupo.
O nome do grupo é uma abreviatura de revoluções por minuto. Nesse mesmo ano, de 1983, Paulo Ricardo retornou de Londres, onde era correspondente da revista Som Três, e se uniu a Schiavon, formando um duo no estilo da dupla pop britânica Eurythmics, formada por Dave Stewart e Annie Lennox. Ainda em 1983 enviaram uma fita demo com algumas composições para a CBS, que recusou o trabalho, achando-o fora dos padrões comerciais. Os dois não desistiram, mas resolveram aprimorar a qualidade do material convocando o guitarrista Fernando Deluqui e o baterista Moreno Jr., de apenas 15 anos.
Em 1984 começaram a se apresentar na noite paulistana com sucesso, o que levou as gravadoras CBS e EMI a se interessarem pelo grupo. No mesmo ano, assinaram com a CBS. Dispensaram então Moreno Jr., por ser muito jovem e inexperiente, e convidaram Charles Gavin para assumir a bateria. Porém, depois de um mês de ensaio, Gavin foi convidado para tocar nos Titãs e aceitou. Sem baterista, o grupo gravou o primeiro compacto, lançado em janeiro de 1985, com bateria eletrônica. No mesmo ano lançaram, o seu primeiro LP, “Revoluções por minuto”, já com o baterista Paulo Pagni. O disco fez sucesso e chegou a vender 600 mil cópias. Impressionado com o potencial do grupo, o empresário Manoel Poladian passou a produzi-lo e chamou Ney Matogrosso para dirigir o novo espetáculo do grupo. A excursão do show “Rádio Pirata” começou em setembro de 1985 e só foi encerrada em dezembro do ano seguinte, com o espantoso número de 270 espetáculos e assistência estimada em dois milhões de pessoas. Devido ao sucesso da excursão, o show acabou sendo transformado no disco “Rádio pirata ao vivo”, que, lançado em 1986, vendeu a cifra astronômica de mais de dois milhões de cópias, tornando o RPM o maior sucesso comercial do BRock. Além dos próprios sucessos, o LP trazia versões de “London, London”, de Caetano Veloso, e “Flores astrais”, sucesso do Secos & Molhados, ex-grupo de Ney Matogrosso. Porém, nem tudo foi festa neste período. Em 23 de outubro do mesmo ano, Paulo Ricardo seria preso no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro com 16 gramas de maconha. Também o uso exagerado de cocaína acabou levando o grupo a uma situação limite de embriaguez com o superestrelato. Os egos começaram a se chocar e, em agosto de 1987, Paulo e Luiz enviaram uma carta à gravadora comunicando o fim do grupo por desavenças internas. A CBS não concordou, pois tinha um contrato de cinco anos com o grupo, que era o que lhe dava mais lucro então. O disco foi gravado num estúdio em Búzios, quase em regime de internato, sendo a cocaína proibida. Mas, como Paulo Ricardo afirmou em depoimento para Arthur Dapieve:
“Mas ninguém falou sobre maconha, ácido e pinga…”.
E o grupo continuou pegando pesado. Quando embarcaram para Los Angeles para mixar o LP, o baterista Paulo Pagni teve uma crise de pancreatite no avião devido aos excessos. Ficou cinco dias internado no hospital Cedars-Sinai. Lançado em 1988, “Quatro coiotes”, vendeu apenas 170 mil cópias, número muito significativo, mas que, em termos de RPM, era considerado um retumbante fracasso. A turnê do disco foi fria e burocrática, com as diferenças do grupo se tornando cada vez mais acentuadas. No ano seguinte, em 1989, a banda encerraria as suas atividades. Um dos mais importantes grupos de pop-rock do Brasil, para o jornalista Arthur Dapieve, o RPM criou uma “beatlemania à brasileira”. Paulo Ricardo lançou o primeiro disco solo em 1990 e vários outros depois: 1992 (Psico trópico), 1996 (Rock popular brasileiro), 1997 (O amor me escolheu) e em 1998 (Amor de verdade).
Em 2001 Fernando Deluqui lançou seu primeiro trabalho solo.
No ano de 2002 o grupo retornou às atividades com a formação original, e se apresentou no Canecão e no Olympo, ambas as casas no Rio de Janeiro. No mesmo ano, gravou o disco “MTV RPM 2002”, fazendo o lançamento no Canecão, Rio de Janeiro. O disco vendeu cerca de 250 mil cópias. Neste mesmo ano, foi lançado o livro “Dias de luta: O rock e o Brasil dos anos 80”, no qual o autor faz várias referências à banda. No retorno, o grupo participou do projeto “MTV ao Vivo”, lançando o CD homônimo.
No ano de 2003 a banda apresentou-se outra vez no Canecão e ainda no ATL Via-Parque, lançando o novo disco.
No ano de 2011, após uma breve parada, o quarteto retomou as atividades e fez show no Citibank Hall, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com ingressos esgotados em apenas uma noite. No show, dirigido por Ulisses Cruz, a banda apresentou duas composições inéditas e sucessos da carreira, tais como “Olhar 43”, “Loiras geladas”, “Vida real”, “Rainha”, “London, London”, “Revoluções por minuto”, “Alvorada voraz” e “Rádio pirata”. Ainda em 2011 a banda somou 70 shows em diversos palcos por todo o país, integrada por Paulo Ricardo (baixo e voz), Fernando Deluqui (guitarra), Luiz Schiavon (teclados) e P. A (bateria). Com o retorno do grupo em 2011, o último show, antes da dissolução em 2016, foi em um Cruzeiro, ao lado dos grupos Blitz e Capital Inicial.
Em 2012 a banda lançou o CD “Elektra” com várias composições inéditas, entre elas “Dois olhos verdes”, “Vidro e cola”, “Muito tudo” e “Ela é demais”. O disco é acompanhado de um CD com remixes de sete das 12 músicas apresentadas.
Em 2015 a banda terminou de gravar um novo álbum chamado “Deus Ex-Machina”, produzido por Lucas Silveira, que não chegou a ser lançado. No mesmo ano Paulo Ricardo se tornou jurado do programa Talent Show Superstar, lançou disco solo e, após cumprir a agenda de shows de 2017, sai definitivamente da banda.
Em 2018 a banda voltou a lançar novos trabalhos disponibilizando, nas plataformas, os singles “Ah! Onde Está Você?” e “Escravo da Estrada”, cantadas, respectivamente, por Dioy Pallone e Fernando Deluqui.
Em 2019 fizeram turnê com Schiavon, Deluqui, Dioy e o baterista de apoio Kiko Zara que substituiu Paulo Pagni, com problemas de saúde. Os shows acústicos realizados em abril do mesmo ano em São Bernardo do Campo(SP) foram os últimos com o baterista Paulo Pagni, que morreu em junho, aos 61 anos, após ficar mais de um mês em coma devido a fibrose pulmonar.
Em março de 2023, com os integrantes Luiz Schiavon (teclados) e Fernando Deluqui (guitarra e vocais) como membros remanescentes da formação clássica e Dioy Pallone no baixo e alguns vocais principais , lançou o single “Sem Parar”, pela Ditto Music. A bateria ficou a cargo de Kiko Zara. A música havia sido apresentada durante a pandemia, mas não havia sido lançada como single. A composição foi feita por Luiz Schiavon com Fernando Deluqui, e produzida como single por Tadeu Patolla.
Em 15 de junho de 2023 Luiz Schiavon foi internado para uma cirurgia em hospital de Osasco (SP) mas faleceu devido a complicações.
Em 2024 saiu a sentença de ação movida por Paulo Ricardo na justiça de São Paulo contra o guitarrista Fernando Deluqui pedindo a proibição do uso do nome RPM. A juíza Luciana Novakoski Ferreira proibiu Fernando Deluqui de usar o nome RPM na promoção de discos e shows por conta da desfiguração na formação liderada por Deluqui no mesmo ano, sem Luiz Schiavon e Paulo Ricardo.
A banda teve três finais e regressos: 1989 – a primeira dissolução; em 2003 – a segunda dissolução, e 2016, a terceira dissolução.
Single
Single
Single
Single versão acústica
Single
Single
Versão Acústica
Single
Coletânea
Remix
Coletânea
Coletânea
Ao Vivo
single com Milton Nascimento
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALEXANDRE, Ricardo. Dias de luta: O rock e o Brasil dos anos 80. São Paulo: Editora DBA, 2002.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
DAPIEVE, Arthur. BRock: o rock brasileiro dos anos 80. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.