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Nome do Grupo
Pena Branca e Xavantinho
Componentes

Pena Branca

Xavantinho

Dados Históricos e Artísticos

Dupla caipira.

José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca, – Uberlândia, MG-1939 e Ranulfo Ramiro da Silva, o Xavantinho – Uberlândia, MG-1942 – São Paulo, SP-8/10/1999.

Irmãos, desde a infância, trabalharam na roça com o pai e mais cinco irmãos. Já nesse período, começaram a desenvolver o gosto pelo canto e pela viola. Ranulfo saía de casa freqüentemente para tocar num conjunto da Rádio Difusora da cidade. Ranulfo e José Ramiro em 1961 já cantavam juntos.

Em 1962, assumem os nomes de Xavante e Xavantinho depois de uma difícil escolha. Em 1968, Ranulfo mudou-se para São Paulo, para trabalhar numa transportadora. Começam a participar de vários festivais de MPB.

Em 1970, assumem o nome Pena Branca e Xavantinho. Naquele ano, ganharam um festival de música sertaneja promovido pelo radialista José Bettio. Gravaram um disco com a música posteriormente vitoriosa, “Saudade”, não alcançando repercussão. Tentaram várias oportunidades durante anos. Pena Branca chegou a desistir da carreira. Xavantinho, contudo, acreditava no poder da dupla.

Em 1980, classificaram a música “Que terreiro é esse?” no Festival MPB-Shell na Rede Globo. No mesmo ano, o produtor Roberto Oliveira (irmão do compositor Renato Teixeira) levou a dupla ao estúdio para gravar o disco “Velha morada”, esgotado e nunca reeditado.

Em 1981, apresentaram-se no programa “Som Brasil” na TV Globo. Iniciando uma série de apresentações pelo país com o cantor e apresentador Rolando Boldrin. Boldrin foi o produtor do segundo disco da dupla: “Uma dupla brasileira”, em 1982, com destaque para “Rama de mandioquinha”, de Elpídio Santos, e “Memória de carreiro”, de Juraíldes de Cruz.

O terceiro disco só viria em 1987 – “Cio da terra”. A canção título era de Chico Buarque e Milton Nascimento, que participou de sua gravação.

Em 1988, lançam o LP “Canto violeiro”, com participação de Fagner, Tião Carreiro, Almir Sater e outros. contendo Mulheres da terra (Xavantinho e Moniz).

“Cantadô do mundo afora”, de 1990, recebeu o Prêmio Sharp de Melhor Disco do Ano, e “Casa de barro”, de Xavantinho, Cláudio Balestro e Moniz, uma de suas faixas, o Prêmio de Melhor Música. Outro trabalho premiado foi “Ao vivo em Tatuí”, de 1992, que recebeu o Prêmio Sharp de Melhor Disco e Prêmio APCA.

Em 1993, lançaram “Violas e canções ” pela gravadora Velas. Nesse período estenderam seus shows aos Estados Unidos. Ainda em 1993, a dupla gravou “Viola quebrada”, de Mário de Andrade. “Luar do sertão”, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense em 1995 e “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira em 1996. O último disco foi “Coração matuto” em 1998. Pena Branca e Xavantinho sempre gravaram canções relacionadas ao campo, mas nem sempre de compositores caipiras. “Planeta Água”, de Guilherme Arantes, “Lambada de serpente”, de Djavan, e “Cio da terra”, de Milton Nascimento e Chico Buarque, são exemplos. A todas essas canções emprestaram sua interpretação fiel à viola e ao canto caipira. Embora populares no interior do país e recolhendo reverência da crítica, sempre foram modestos em vendagem de discos. O disco da carreira da dupla que mais vendeu foi “Ao vivo em Tatuí”, de 1992, que alcançou 150 mil cópias. Como cantadores, violonistas e violeiros receberam o Prêmio Sharp da Categoria Regional por várias vezes. A obra da dupla recupera ritmos e costumes do Brasil como o cateretê, a toada e a moda de viola. A dupla terminou em 1999 com a morte de Xavantinho.

Discografias
1998 Paradox CD Coração matuto
1995 Velas CD Ribeirão encheu
1994 Chantecler/Warner Music CD. Pena Branca e Xavantinho
1993 Velas LP Violas e canções
1992 Kuarup LP Ao vivo em Tatuí com Renato Teixeira
1990 Continental LP Cantadô do mundo afora
1988 Continental LP Canto violeiro
1987 Continental LP Cio da terra
1982 LP Uma dupla sertaneja
1980 Warner LP Velha morada
Obras
Cantiga do arco-íris (Xavantinho e Moniz)
Casa de barro (Xavantinho e Cláudio Balestro)
Encontro de bandeiras (Xavantinho e Tavinho Moura)
Lamento da natureza (Xavantinho e Wilson Roncatti)
O grande sertão (Xavantinho)