Formação de 1937:
Severino Araújo
K-Ximbinho
Mirtilo Cardoso
José Leocádio
Raimundo Napoleão
Geraldo Medeiros
Luna Freire
Jorge Aires
Luiz Germano
José Flávio
Formação em 1945:
Plínio Araújo
Geraldo Medeiros
Porfírio Costa
Manoel Araújo
José Leocádio
Aurélio Camilo
K-Ximbinho
Jaime Araújo
Zé Bodega
Lourival Clementino
Genaldo Medeiros
Jorge Aires
Cláudio Freire
Juvenal
Del Loro
Gilberto DÁvila
Formação em 1962:
Hamilton
Julinho
Geraldo Medeiros
Mozart
Manoel Araújo
Edson Maciel
Zanata
Tião
Jaime Araújo
Odilon
Hélio Marinho
Jaime Ribeiro
Genaldo Medeiros
Oscar Gabriel
Plínio Araújo
Chiquinho
Elias
Freitas
Formação em 1991:
Bezerra
Rodrigues
Jaime Araújo
Salomão
Genaldo Medeiros
Uderlei
Guilherme
Onofre
Flamarion
Henrique
Maurílio
Wagner
José Jorge
Hélio Coelho
Luís Carlos
Zélu
Plínio Araújo
Walter Francisco
Ronaldo
Elias
Orquestra de música popular brasileira. Ao longo de mais de 60 anos de atuação teve diferentes formações.
Formação de 1937:
Severino Araújo, saxofone,
Sebastião de Barros (K-Ximbinho), saxofone,
Mirtilo Cardoso, saxofone,
José Leocádio, trombone,
Raimundo Napoleão, pistão,
Geraldo Medeiros, pistão,
Luna Freire, regência e piano,
Jorge Aires, bateria,
Luiz Germano, contrabaixo,
José Flávio, guitarra.
Formação em 1945:
Plínio Araújo, pistão,
Geraldo Medeiros, pistão,
Porfírio Costa, pistão,
Manoel Araújo, trombone,
José Leocádio, trombone,
Aurélio Camilo, trombone,
K-Ximbinho, saxofone,
Jaime Araújo, saxofone,
Zé Bodega, saxofone,
Lourival Clementino, saxofone,
Genaldo Medeiros, saxofone,
Jorge Aires, bateria,
Cláudio Freire, piano,
Juvenal, contrabaixo,
Del Loro, guitarra,
Gilberto DÁvila, percussão.
Formação em 1962:
Hamilton, pistão,
Julinho, pistão,
Geraldo Medeiros, pistão,
Mozart, pistão,
Manoel Araújo, trombone,
Edson Maciel, trombone,
Zanata, trombone,
Tião, trombone,
Jaime Araújo, saxofone,
Odilon, saxofone,
Hélio Marinho, saxofone,
Jaime Ribeiro, saxofone,
Genaldo Medeiros, saxofone,
Oscar Gabriel, ritmo,
Plínio Araújo, ritmo,
Chiquinho, ritmo,
Elias, ritmo,
Freitas, ritmo.
Formação em 1991:
Bezerra, saxe-tenor,
Rodrigues, saxe-tenor,
Jaime Araújo, saxe-alto,
Salomão, saxe-alto,
Genaldo Medeiros, saxe-barítono,
Uderlei, trombone,
Guilherme, trombone,
Onofre, trombone,
Flamarion, trombone baixo,
Henrique, trompete,
Maurílio, trompete,
Wagner, trompete,
José Jorge, trompete,
Hélio Coelho, piano,
Luís Carlos, guitarra,
Zélu, baixo,
Plínio Araújo, bateria,
Walter Francisco, percussão,
Luiz Carlos, percussão,
Ronaldo, percussão,
Elias, percussão.
A orquestra, ainda sem o nome de Tabajara, surgiu por volta de 1933, quando um holandês músico e muito rico, que vivia em João Pessoa, auxiliou na sua formação e forneceu instrumentos, muitos trazidos dos Estados Unidos e também partituras. Com a intenção de ter um maestro permanente junto à orquestra, o holandês juntou-se ao maestro Luna Freire. Com o passar do tempo, a orquestra ganhou o nome de Tabajara e criou fama, animando bailes na Paraíba. Em 1937, o governo paraibano inaugurou a emissora de rádio oficial, a PRI-4, contratando locutores, redatores, técnicos e músicos, entre os quais os componentes da Tabajara. Nesse período, a orquestra teve que passar por uma reformulação, pois vários de seus músicos foram convocados para o Exército. Para manter a orquestra em funcionamento, o maestro Luna Freire foi contratar músicos em Recife, trazendo nessa leva como primeiro saxofonista o futuro líder da orquestra, Severino Araújo. Nesse ano e até o ano seguinte, a orquestra contou com três saxofones, um trombone, dois pistões, um piano, bateria, contrabaixo e guitarra. Em 1938, o maestro Luna Freire faleceu repentinamente e a direção da rádio confiou a direção da orquestra ao saxofonista Severino Araújo, que, doravante, teria sua carreira confundida com a da Orquestra Tabajara. Para assumir a Tabajara, Severino Araújo, que apreciava o estilo das orquestras americanas, com uma sonoridade sólida e penetrante baseada nos metais, impôs como condição a contratação de mais um trombone, um saxofone e um pistão. Com a concordância da rádio, foram chamados seus irmãos Manoel e Jaime para o trombone e o saxofone, e um colega, Manuel Nunes, que atuara com Araújo em Recife para pistonista. Mirtilo Cardoso passou a ser sax barítono. Os demais permaneceram os mesmos. Em 1940, foi contratado um outro trombonista, Genaldo Medeiros, irmão de Geraldo Medeiros. Pouco tempo depois, substituindo músicos que haviam deixado a orquestra, entraram mais dois irmãos de Severino Araújo, Plínio, no pistão, e José, o Zé Bodega, no saxofone. Em 1945, toda a Orquestra Tabajara chegou ao Rio de Janeiro, contratada pela Rádio Tupi, assim como seu maestro Severino Araújo, que viera antes com o pistonista Geraldo Medeiros. Nesse período, a orquestra sofreu nova modificação, com Araújo passando definitivamente a clarinetista e com K-Ximbinho passando a ser o primeiro saxofonista. Plínio Araújo, irmão de Severino, entrou no posto de Jorge Aires, como baterista, pois o mesmo desistira da profissão. Nessa época, vivíamos a plena invasão da cultura norte-americana, trazida principalmente através do cinema, e as orquestras eram a coqueluche do público das cidades. Desde a apresentação espetacular de “Um chorinho na aldeia”, com seu famoso solo de clarinete, Severino Araújo tornara-se uma celebridade e ainda em 1945 foi contratado com a Orquestra Tabajara com exclusividade pela Continental, recebendo prontamente a encomenda de quatro faixas. No mesmo ano, a orquestra gravou seu primeiro disco, interpretando o choro “Um chorinho em Aldeia”, de Severino Araújo, e o samba “Onde o céu azul é mais azul”, de João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcir Pires Vermelho. Obteve no mesmo período outro grande sucesso, que se tornou um clássico da MPB, o choro “Espinha de bacalhau”, de Severino Araújo. Em 1946, gravou, entre outras, os choros “Brejeiro”, de Ernesto Nazareth, “Sonoroso”, de K. Ximbinho, “Molengo”, de Severino Araújo, e a marcha “Cidade Maravilhosa”, de André Filho, em ritmo de samba. Em 1947, gravou, entre outras composições, os choros “Malicioso”, de Geraldo Medeiros, e “Um chorinho para clarinete”, de Severino Araújo, o frevo “A mamata é boa”, de Jones Johnson, e o frevo-canção “Voando pra Recife”, de Jonas Cordeiro. No mesmo ano, a orquestra gravou dois de seus maiores sucessos, a “Rhapsody in Blue”, de Gershwin, em ritmo de samba, e o choro “Um chorinho pra você”, de Severino Araújo. O disco tornou-se o mais vendido nos meses que se seguiram. Nessa época, a orquestra e seu maestro eram figuras nacionais e, além dos discos solos, gravaram acompanhamentos para diferentes cantores e cantoras que a requisitavam. Em termos de bailes, nenhuma orquestra era mais requisitada do que a Tabajara. Em 1949, gravou com Claudionor Cruz no vocal o choro “Cintilante”, de Claudionor Cruz e José de Freitas. Gravou ainda no mesmo ano de Noel Rosa e Vadico o samba “Feitiço da Vila”, além de diversos frevos, entre os quais “Januário no frevo”, de Jonas Cordeiro, “O Macobeba vem aí”, de Levino Ferreira, e “Zé Carioca no frevo”, de Geraldo Medeiros. Em 1950, Aurélio Camilo deixou a orquestra, sendo substituído no trombone por Astor. Nessa época, Severino Araújo aumentou o número de pistões da orquestra de três para quatro, igualando os componentes da Tabajara aos das maiores orquestras americanas, com quatro pistões, três trombones e cinco saxofones. Em 1951, registrou em disco os frevos “Tá esquentando”, de Zumba, e “Último dia”, de Levino Ferreira, e o frevo-canção “É frevo, meu bem”, de Capiba, com vocal de Carmélia Alves. No mesmo ano, apresentou-se com enorme sucesso, juntamente com a orquestra americana de Tommy Dorsey, nas festividades de inauguração da TV Tupi, surpreendendo o maestro americano com a alta qualidade da orquestra brasileira. Em 1952, gravou de sua autoria os choros “Saxomaníaco”, “Mirando-te” e “Um chorinho em Cabo Frio”, e o baião “Baião pra maluco”. Em seguida, viajou com sua orquestra para Paris, acompanhado do vocalista Jamelão, para fazer uma apresentação de carnaval. O sucesso foi tão grande que acabaram ficando um ano em Paris. Nesse período, a orquestra contou também como crooner com a presença da cantora Elizeth Cardoso. Em 1954, gravou de Capiba, com vocal de Carmélia Alves, o frevo-canção “Vamos pra casa de Noca?” e os frevos “Gracinha no frevo”, de Levino Ferreira, e “Centenário”, de Geraldo Medeiros. Nesse ano, encerrou-se o contrato com a Tupi e a orquestra saiu em excursão pelos Estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Retornou ao Rio no meio do ano e, em novembro, partiu em nova excursão, desta vez, aos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em 1955, saiu em excursão a Montevidéu, onde permaneceu por 40 dias. No mesmo ano, foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga, onde permaneceu por quatro anos. Nesse período gravou o LP “A Tabajara no frevo”, com uma coletânea de frevos. Em 1959, gravou o samba “A felicidade”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Em 1961, lançou o LP “Recife 400 anos”, com diversas composições em homenagem à capital pernambucana, entre as quais “400 anos de glórias” de Severino Araújo, “Recife capital do frevo”, de Geraldo Medeiros, “Diabo solto”, de Levino Ferreira, e “Homenagem a Recife”, de Geraldo Medeiros e F. Corrêa da Silva. No mesmo período, gravou o LP “12 ritmos brasileiros”, no qual interpretou samba, baião, marchinha, toada, maxixe, marcha de rancho, capoeira, samba-canção, coco, maracatu, cateretê e frevo. Em 1962, foi contratada pela Rádio Nacional, onde permaneceu por dois anos. Pouco depois, passou a atuar na TV Rio, com uma nova formação, que passou a ter os pistões de Hamilton, Geraldo e Mozart; os trombones de Manoel Araújo, Edson Maciel, Zanata e Tião; os saxofones de Jaime Araújo, Odilon, Hélio Marinho, Jaime Ribeiro e Genaldo, e, no ritmo, Oscar, Gabriel, Plínio, Chiquinho, Elias e Freitas. Em 1967, lançou pela CBS o LP “A Tabajara no hit parade”, com diversos sucessos daquele momento, entre os quais “Eu te darei o céu”, de Roberto e Erasmo Carlos, “Namoradinha de um amigo meu”, de Roberto Carlos e “O chorão”, de Luiz Keller e Edson Mello, entre outras composições estrangeiras. Em 1968, ao terminar o contrato com a TV Rio, Araújo resolveu aposentar-se após 35 anos de trabalho. Mas a aposentadoria não foi definitiva, pois a Orquestra Tabajara prosseguiu fazendo bailes e shows. Em 1975, a Continental lançou o LP “Severino Araújo e sua Orquestra Tabajara”, fazendo um apanhado da carreira do maestro e sua orquestra em 12 gravações. No mesmo ano, a Odeon lançou o LP “Severino Araújo e Orquestra Tabajara” dentro da série “Depoimento”, em seu volume 1, trazendo regravações de antigos sucessos e novas gravações como “Se não for por amor”, de Benito di Paulla, “Dente por dente”, de Martinho da Vila, e “Fogo sobre terra”, de Toquinho e Vinícius. Em 1976, apresentou-se no espetáculo Seis e meia no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro. Em 1977, a Continental lançou o LP “A Tabajara de Severino Araújo”, trazendo regravações de antigos sucessos, além de novas gravações como a do choro “Tico-tico no fubá”, de Zequinha de Abreu. Nos anos 80, apresentou-se com enorme sucesso na “Domingueira voadora”, série de bailes dominicais realizados na casa de espetáculos Circo Voador no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Em 1991, lançou pela Fama o LP “Anos dourados”, onde estão presentes diversos clássicos das “big bands” dos anos 30 e 40. A orquestra manteve-se em ação com o maestro Severino Araújo à frente, durante os anos 90, fazendo shows e realizando gravações num verdadeiro recorde de longevidade. A orquestra lançou mais de 100 discos entre 78 rpm e LPs. Em 2000, a Orquestra Tabajara acompanhou o cantor Jamelão no CD “Por força do hábito”. No mesmo ano, Severino Araújo completou 60 anos à frente da Orquestra Tabajara, revivendo a “Domingueira voadora”, então na Fundição Progresso, centro cultural no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Lançou também mais um CD da orquestra com músicas de Carlos Gomes e Chiquinha Gonzaga, entre outros.
Em 2003, a orquestra completou 70 anos de atividades tempo no qual realizou 13.644 apresentações. Em 2004, com a reabertura do Circo Voador, a Orquestra voltou a se apresentar no tradicional baile “Domingueira voadora” sob a batuta do maestro Severino Araújo. Em 2005, a orquestra lançou seu primeiro DVD gravado nos estúdios da Rádio Nacional. Além do show gravado ao vivo o DVD icluiu um documentário narrando a história da orquestra a partir dos arquivos da família do maestro Severino Araújo. No mesmo ano, regida pelo maestro Severino Araújo, a orquestra apresentou-se no encerramento da série “Orquestras Populares Brasileiras” no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro. Na ocasião foram interpretados clássicos nacionais e internacionais como “Samba do avião”, “Canta Brasil”, “Eu sei que vou te amar”, “Cidade maravilhosa”, e “New York, New York”, entre outras. Em 2006, a orquestra lançou o CD “Bodas de prata dourada” registrando seus 15 temas de maior sucesso entre os quais, os arranjsoc riados para “O guarani”, de Carlos Gomes, “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, “Feitiço da Vila”, de Noel Rosa, e “Garota de Ipanema”, de Vicinius de Moraes e Tom Jobim. Em 2007, a gravadora Som Livre lançou uma série com 14 CDs especiais sendo um dos destaques o disco dedicado a orquestra com 14 faixas, todas verdadeiros clássicos da música popular: “Eu sei que vou te amar” e “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, “Carinhoso”, de “Pixinguinha e João de Barro, “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, “As rosas não falam”, de Cartola, “Nervos de aço”, de Lupicínio Rodrigues, “Matriz ou filial”, de Lúcio Cardim, “Meu bem, meu mal”, de Caetano Veloso, “Dois pra lá, dois pra cá”, de João Bosco e Aldir Blanc, “Travessia”, de Milton Nascimento, “Samba do avião”, de Tom Jobim, “Dora”, de Dorival Caymmi, “Sentimental demais”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, “Começaria tudo outra vez”, de Gonzaguinha, e “Asa branca”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Em 2010, as gravações dos choros “Peguei a reta”, de Porfírio Costa; “Sonoroso”, “Meiguice” e “Mais uma vez”, de K-Ximbinho e Del Loro; “Oh Clarinete Gostoso”, “Um chorinho em Cabo Frio”, “Um chorinho pra você”, e “Um chorinho delicioso”, de Severino Araújo; “Molengo”, de Severino Araújo e Aldo Cabral; “Chorinho na Gafieira”, de Astor Silva, e “Cinco malucos”, de Waldir Azevedo, foram incluídas no CD 4 da coletânea “Chorinho do Brasil – Vol. 2” da Warner Music.
CORAÚCCI, Carlos – Orquestra Tabajara de Severino Araújo – A vida musical da eterna big band brasileira – São Paulo, Companhia Editora Nacional, 2009.