
Considerado como um dos mais importantes grupos pernambucanos, foi idealizada em 1975 pelo escritor e professor Ariano Suassuna e, inicialmente, foi regida pelo Maestro Duda. A partir de 1977, a direção artística e musical foi assumida pelo Maestro e compositor Ademir Araújo, “O Formiga”. Ainda em 1977, o grupo firmou uma parceria com a Prefeitura da Cidade de Recife, através da Secretaria de Educação e Cultura, com a intenção de divulgar a música brasileira, realizando, naquele período, mais de 80 apresentações nas mais diversas comunidades de Recife.
Em 1978, a orquestra se destacou em várias apresentações, acompanhando o Balé Popular do Recife, tendo participado de várias atividades como o Projeto Romançal, entre outras. Em 1979, participou do “Projeto Ciranda”, com o intuito de levar a música popular e erudita aos bairros da cidade de Recife. Participou também, pela primeira vez, dos festejos natalinos da Cidade de Recife, tendo se apresentado em homenagem ao sociólogo Gilberto Freyre, além de ter feito parte do Projeto “Cheiro do Povo”, ao lado do cantor e compositor Luiz Gonzaga. Em 1980, A Orquestra deu continuidade ao “Projeto cidadania”, levando a música folclórica para diversos bairros de Recife. Participaram de apresentações nas cidades de Timbaúba, Paulista, Surubim e Nazaré da Mata, além de algumas cidades no Rio Grande do Norte, atuando em parceria com o Governo dos dois Estados e das prefeituras. No mesmo ano, foi a primeira a tocar num carro de som, até hoje conhecido como Frevioca, criado pelo jornalista e escritor Leonardo Dantas. O carro é referência no carnaval pernambucano. Em 1981, a OPR fez mais de 193 apresentações por todo o estado de Pernambuco. Participou também do documentário, produzido por Fernando Spencer, que relatava a vida de Dona Santa do Maracatu. A orquestra colaborou com o arranjo musical e a composição “Dona Santa”.
Em 1982, participou da gravação do disco “Carnaval do Nordeste Nº2”, uma coletânea de músicas carnavalescas específicas da região. No ano seguinte, participou da primeira edição do “Baile dos Artistas do Recife”, permanecendo durante 15 anos como orquestra oficial do baile. Em 1984, participou da comemoração de aniversário da Banda da Cidade do Recife. Em 1986, apresentou-se, junto com a cantora Fátima Marinho, no festival “Músicos na Praça”, na Praça do Diário, em Recife. Um ano depois, foi responsável pelo acolhimento de músicos e alunos oriundos do Projeto “Escolas de Música Ambulantes”, realizado em parceria com a FUNDARPE. A partir de então, intensificou a sua participação no carnaval de Recife, trazendo novos frevos e caboclinhos.
Durante a década de 1990, desenvolveu vários projetos, tais como o “Concerto-Aula” e “Compositores Pernambucanos”, produzidos em parceria com a Academia Pernambucana de Música; “Projeto na Pancada do Ganzá”, em parceria com o artista e músico Antônio Nóbrega; e o projeto desenvolvido em parceria com o percussionista Erasto Vasconcelos, no Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, voltado para crianças e adolescentes. Participou, em 1997, do “XVII Festival de la Cultura Caribeña”, em Cuba, através de convite especial da Embaixada cubana e, em 1998, do “VIII Festival de Inverno de Garanhuns”, no interior de Pernambuco, acompanhando o cantor Claudionor Germano. No mesmo ano, apresentou-se também na cidade de Palmares, na Fundação Casa da Cultura Hermílio Borba Filho. Em 1999, fez apresentação com o cantor e compositor pernambucano Lenine, no “Projeto Ensaio Geral”, no Pátio de São Pedro (Recife). No ano seguinte, mais um projeto: “Cresça na Sexta”, promovido pela FUNDAC. Teve participação também nos eventos do Carnaval e da festa de São João, promovidos pela Secretaria de Cultura do Recife. Em 2001, participou da gravação de um CD da cantora Fátima Marinho. Em 2004, além da apresentação com os Pequenos Embaixadores da Paz, no Teatro Santa Isabel, dentro do Projeto TIM Música nas Escolas e realizou shows em diversos locais como no carnaval de Recife, no Palanque Oficial do Marco Zero, novamente na Frevioca, no Corredor da Folia, no Bloco da Parceria, e no Galo da Madrugada, acompanhada da participação especial de Claudionor Germano e Selma do Coco. No ano seguinte, lançou o seu primeiro CD: “Olha o Mateus”, que contou com direção musical, pesquisa e regência do Maestro da Orquestra, Ademir Araújo, o Formiga, e a produção musical de Renata Amaral. Nesse disco, a Orquestra mostra diversidade de interpretação e ritmos. O CD conteve os frevos-de-rua: “Alô Recife”; “Pra Frente Frevo”; “No Ano 2000”; e “Frevo na Tempestade”, os maracatus: “Eh! Luanda”; “Dona Santa”; e “Dia de Festa”, os frevos-de-bloco: “Velhos Tempos de Criança” e “A Dor de Uma Saudade”, a ciranda: “No Paço Alfândega”, o caboclinho: “Caboclinhos nº 05”, o coco-de-roda “Cila”, os bumba meu boi “Chegada do Bumba-meu-Boi” e “Olha o Mateus!”, e o baião “Dois Pífanos”. O CD ainda contou com a participação especial de Valdi Afonjah, cantor e compositor radicado no Rio de Janeiro; Renata Amaral e Marcelo Pretto, do grupo paulista A Barca; Eder “O” Rocha, Ex-Mestre Ambrósio; Valéria Brito, do Coral Edgard Morais; Mestre Nico, e outros mais.
Em 2007, lançou o segundo CD “E o frevo continua…”, produzido novamente pelo Maestro Formiga. O CD foi uma homenagem ao aniversário de 100 anos do frevo. Dessa vez, o repertório foi composto exclusivamente de frevos-de-rua, diferentemente do primeiro CD. São quatorze faixas, doze delas compostas pelo Maestro Formiga. No lançamento, o maestro declarou: “Os frevos do álbum foram inspirados nas imagens e registros gravadas em minha mente durante minha convivência com o chamado carnaval de rua.” O repertório também inclui o frevo “Vassourinhas”, numa parceria entre o próprio Formiga, Matias da Rocha e Joana Batista e que resultou em duas novas versões de um dos frevos mais executados e conhecidos dentro e fora de Pernambuco. Ainda em 2007, após o lançamento do disco, a POR participou de apresentações do projeto de divulgação do Carnaval Multicultural do Recife, que aconteceu nas ruas de Brasília, no trecho entre a Torre de TV e o Complexo Cultural da Funarte, na já tradicional Frevioca; e também participou da antiga roda de choro que acontece aos sábados na Escola Rafael Rabello, no Distrito Federal.
Em mais de trinta anos de carreira, a Orquestra Popular do Recife já se apresentou, não só em vários estados e capitais brasileiras, mas também na Europa, em países como Alemanha e Itália.