
Orquestra de música popular formada no Rio de Janeiro no começo da década de 1930 e que atuou na gravadora Odeon gravando discos e participando de acompanhamentos de gravações de diversos artistas. A primeira participação da orquestra em acompanhamento de gravações foi em setembro de 1930 na gravação dos sambas “Pelo amor da mulata”, de João da Bahiana, na voz de Patrício Teixeira, e “Briga de namorados”, de Júlio Casado, nas vozes de Patrício Teixeira e Celeste Leal Borges. Em seguida, acompanhou gravações de Aracy Cortes, Francisco Alves, Vicente Celestino, Alvinho, Edgard Veloso, Ita Ciubi, Ceci Faria, Jorge Fernandes e Luci Pires. Em dezembro do mesmo ano, acompanhou os cantores Francisco Alves e Mário Reis na gravação de dois grandes sucessos de ambos, que lançaram em dueto os sambas “Deixa essa mulher chorar”, de Sílvio Fernandes, o Brancura, e “Quá, quá, quá”, de Lauro dos Santos. Outra gravação de sucesso lançada pela dupla com acompanhamento da orquestra Copacabana foi o samba “Se você jurar”, de Ismael Silva, Nilton Bastos e Francisco Alves. Em 1931, a orquestra lançou o primeiro disco solo com a valsa “Viver, morrer por um amor”, de Eduardo Souto e Osvaldo Santiago. Em seguida gravou os batuques “Lenço vermelho” e “Revolução” de Maria Amélia Macedo Galdo, o samba “Tem moamba”, e a valsa “Tristeza”, as duas de Eduardo Souto, além da valsa “Coração amargurado”, de Zequinha de Abreu. Nesse período a orquetra se tornou acompanhamento constante para gravações dos cantores Francisco Alves, Mário Reis e Patrício Teixeira. Também em 1931, acompanhou o cantor Jaime Vogeler na gravação da marcha “Bonde errado”, de Lamartine Babo, que ficou em segundo lugar no concurso de músicas carnavalescas do Rio de Janeiro. Acompanhou também a dupla Francisco Alves e Mário Reis na gravação dos sambas “Arrependido” e “O que será de mim”, ambos de Ismael Silva e Nilton Bastos, e que foram grandes sucessos. Ainda em 1931, a orquestra fez acompanhamento para o cantor Francisco Alves na gravação de um dos grandes clássicos do cancioneiro popular, o samba “Mulher de malandro”, de Heitor dos Prazeres. Em 1932, a orquestra gravou a rancheira ” Reminiscências”, de A. Pinto Jr., os fox-trotes “Dançando na praia”, de Plínio de Brito, e “Eu sou do amor”, de Jimmy Johnson, e a valsa “Pequena misteriosa”, de Louis Rey. Nesse ano, em diversos acompanhamentos, gravou com Patrício Teixeira dois sambas de sucesso: “Cabide de molambo”, de João da Bahiana, e “Príncipe negro”, de Sílvio Fernandes, o Brancura; Mário Reis no samba “Uma jura que eu fiz”, de Noel Rosa, Ismael Silva e Francisco Alves, e no samba-canção “Mulato bamba”, de Noel Rosa; Francisco Alves, nos sambas “Não faz mal amor”, de Cartole, e “Nuvem que passou”, de Noel Rosa; Jaime Vogeler na rumba “Rumba”, de Djalma Lopes Guimarães e J. Thomaz, e na valsa “Oh! Se eu tivesse um amor”, de Paulo Gustavo; Moreira da Silva nos sambas “A baiana de Nagô”, de Alcebíades Barcelos, e “Martirizado”, de Jerônimo cabral; Noel Rosa nos sambas “Quem dá mais?” e “Coração”, de Noel Rosa; Francisco Alves e Mário Reis no samba “A razão dá-se a quem tem”, de Noel Rosa e Ismael Silva; Leonel Faria nos sambas “Regenerado” e “Segredo” da dupla Roberto Martins e Jardel Marques, e Zaíra Cavalcânti no fox “Quando escuto você cantar”, de Milton Amaral e Jerônimo Cabral, e no samba “Quando tu fores bem velhinho”, de Paulo Orlando e Jerônimo Cabral. Em 1933, a orquestra gravou quatro composições de Mário Duprat Fiúza: o maxixe “Depois da meia-noite”, as valsas “Inspiração” e “Idílio suave” e os sambas “Pensas que vou chorar” e “Quem menos corre vôa”. No mesmo ano, acompanhou gravações de Leonel Faria, Jaime Vogeler, a dupla Jonjoca e Castro Barbosa, João Petra de Barros, Luiz Barbosa, Aracy Cortes, Paulo Neto de Freitas, Augusto Calheiros, Jesy Barbosa, Carolina Cardoso de Menezes, Aurora Miranda, Francisco Alves e Zaíra Cavalcânti. No mesmo ano, acompanhou Mário Reis nos sambas “Quando o samba acabou” e “Capricho de rapaz solteiro”, ambos de Noel Rosa, gravações que se tornaram clássicas. Em 1934, a orquestra seguiu fazendo acompanhamentos de gravações na Odeon: acompanhou Augusto Calheiros na canção “Mocambo da serra”, de J. Aimberê e Jararaca; no samba-canção “Fui à Bahia”, de J. Aimberê e Artur Costa; na valsa “E me deixou saudade…”, de Artur Costa e Milton Amaral, e na canção “Caboclo de raça”, de Jerônimo Cabral e Jararaca; Leonel Faria nos sambas “Sabiá cantador”, de Hernâni Alvarenga, e “Quando o amor morreu”, de Valfrido Silva; Nuno Roland na valsa “Pensemos num lindo futuro” e na canção “Cantigas de quem te vê”, ambas de Sivan Castelo Neto, e Jaime Vogeler no samba “Promessa”, de Max Bulhões e Jaime Vogeler, e na marcha “Olha pro céu”, de Ciro de Souza. Em 1935, acompanhou Augusto Calheiros na toada “Crepúsculo gaúcho”, de Antonio Peixoto Velho; na valsa “Serenata ao luar”, de José Evangelista; na canção “Meu sertão”, de Jararaca e Augusto Calheiros, nas valsas-canção “Falando ao teu retrato”, de Jaime Florence e De Chocolat; e “Coração das plantas”, de Donga e Paulo Menezes, e no samba-canção “O tocador de violão”, de Claudionor Cruz e Pedro Caetano; João Petra de Barros na canção “Beijo mascarada”, de Gadé e Almanir Grego, e na serenata “O teu olhar”, de J. Cascata; Jaime Vogeler na valsa “Lela”, de Benedito Lacerda e Jorge Faraj, e no samba “Cãozinho sem dono”, de Benedito Lacerda. Em 1936, fez acompanhamento para gravações de Floriano Belham, Antenógenes Silva, e Jaime Vogeler. No mesmo ano, acompanhou Sílvio Caldas no samba-canção “Menos eu”, de Roberto Martins e Jorge Faraj, e no samba “Saudade dela”, de Ataulfo Alves; Carlos Galhardo nas valsas “Sonhos azuis”, de João de Barro e Alberto Ribeiro, e “A você”, de Ataulfo Alves e Aldo Cabral, e no samba-canção “Quanta tristeza”, de Ataulfo Alves e André Filho, e Augusto Calheiros na valsa “Quero-te cada vez mais”, de João de Freitas e Zeca Ivo, e no samba-canção “No meu sertão”, de Ataulfo Alves. Em 1937, acompanhou Sílvio Caldas na gravação do tema popular “Meu limão, meu limoeiro”, com arranjos de José Carlos Burle, um dos sucessos do ano, e na canção “Confessando que te adoro”, de José Carlos Burle e J. G. de Araújo Jorge; Jorge Fernandes na valsa “Maria Bonita” e no samba “Triste realidade”, de José Carlos Burle, músicas que fizeram parte da trilha sonora do filme “Maria Bonita”, de José Carlos Burle; Carlos Galhardo na valsa “Amar até morrer” e no samba “Eu sei de alguém”, ambas de João de Barro e Alberto Ribeiro, e que foram temas do filme “O bobo do rei”; na valsa “No apartamento discreto”, de Ataulfo Alves e Arlindo Marques Jr, e no samba “Morena faceira”, de Ataulfo Alves; na valsa “Viena do meu coração” e na canção “Baile das sombras”, ambas de Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago; Francisco Alves nas valsas “Meu sonho de criança”, de Alberto Ribeiro, e “Porque você voltou”, de Nássara e J. Rui; Nuno Roland no samba “Amor por correspondência”, de Benedito Lacerda e Jorge Faraj, e na valsa “Iracema”, de Benedito Lacerda e Aldo Cabral; Augusto Calheiros na valsa “Deus quando viu…”, de Telácio da Silva e A. de Oliveira e Silva, e a canção “Palhoça abandonada”, de Sofonias Dornelas, e Gastão Formenti nas canções “Luar na roça”, de J. C. Rondon e Paulo Serrano, e “Felicidade”, de J. C. Rondon e De Chocolat, entre outros. Fez acompanhamento em 1938, para Francisco Alves na valsa “Quero voltar a ser feliz”, de Saint Clair Sena; na valsa canção “A única esperança”, de Ary Barroso; na valsa “Sevilhana” e na canção “Napolitana”, ambas de José Maria de Abreu e Francisco Matoso, e nas canções “Pra que mentir”, de Milton Amaral, e “Encantamento”, de Francisco Alves e Gilka Machado; Gastão Formenti na valsa-canção “Um minuto de felicidade”, de J. Francisco de Freitas e Valfrido Silva; nas canções “Cabocla”, de Cláudio Luiz, “Minha boneca”, de Paulo Barbosa e Luiz Lamego, “Noite fria de São João”, de Lina Pesce; e “Canção discreta”, de Henrique Vogeler e Martins Fontes; na valsa “Tu és a única”, de Milton Amaral, no samba-canção “Na quebrada do monte”, de Jararaca e Vicente Paiva; e na lenda “Cabeça de Cuia”, de Pedro Silva; Augusto Calheiros nas valsas-canção “Restos de ventura” e “Como és linda sorrindo”, ambas da dupla Gastão Lamounier e Mário Rossi, e Nuno Roland nas valsas “Mil corações”, de Ataulfo Alves e Ernâni Campos, “Súplica de amor”, de Radamés Gnattali e Luiz Peixoto, e “Rosário de lágrimas”, de Benedito Lacerda e Jorge Faraj. Além desses, fez ainda acompahamentos para Nestor Amaral, Antenógenes Silva, Nicodemos Rezende, Manoel Monteiro, e para a dupla caipira Alvarenga e Ranchinho. Em 1939, acompanhou Augusto Calheiros nas valsas “Minha vida em tuas mãos”, de Luiz Bittencourt e Mário Rossi, “Vontade de amar”, de Amado Regis e Avelar de Souza, “Trinta minutos”, de J. Portela e Portelo Juno, e “Visão do passado”, de Ratinho e Aldo Cabral; Francisco Alves nas valsas “Só você me faz viver”, de José Maria de Abreu e Saint Clair Sena, e “Valsa dos namorados”, de Silvino Neto; Cândido Botelho na valsa canção “Fosse eu o dono da tua boca” e na valsa “Canta guitarra”, ambas da dupla Georges Moran e Osvaldo Santiago; Roberto Paiva na valsa “Sim… És… Tu”, de Georges Moran, e no fox blue “Apaixonei-me outra vez”, de Georges Moran e Osvaldo Santiago, e o cantor na valsa “Minha sombra”, de Ataulfo Alves e David Nasser, e no samba “Pra esquecer uma mulher”, de Ataulfo Alves e Claudionor Cruz, entre outros acompanhamentos. Com intensa atuação na década de 1930, a orquestra gravou dezesseis discos com 23 músicas, mas o principal de sua atuação se deu no acompanhamento de gravações na Odeon. Entre os artistas que a orquestra acompanhou estão Francisco Alves, Augusto Calheiros, Carlos Galhardo, Aracy Cortes, Vicente Celestino, Jorge Fernandes, Mário Reis e Roberto Paiva, entre outros. Um dos mais destacados trabalhos da orquestra foi o acompanhamento para 15 das 24 músicas gravadas pela dupla Francisco Alves e Mário Reis entre setembro de 1930 e dezembro de 1932.