
Nenete
Dorinho
Cantores. Dupla sertaneja. Compositores.
Waldemar Castellar de Franceschi, o Nenete – Santa Adélia, SP -1919 – São Paulo, SP – 28/12/1988
Isidoro Cunha, o Dorinho – Bernardino de Campos, SP-1933 – 08/10/2011
Nenete iniciou a carreira no início dos anos 1940, tendo formado sucessivas duplas com Ninote, Nininha, Ninão, Zé Pinhão e Luizinho. Atuou ainda na Rádio Record com o Trio Saudade, formado por ele, Ninão e Nininha. O trio apresentou-se até 1955 no programa “A hora dos municípios”, comandado por Genésio Arruda. Com o nome artístico de Limeira, adotado durante algum tempo, fazendo dupla com Luizinho, apresentou-se na Rádio Tupi nos programas “Alma da terra” e “Imagens do sertão”. Dorinho, desde criança, começou a cantar e tocar cavaquinho. Estreou, em 1949, em rádio na cidade de Ourinhos, cantando no Trio Bernardinense. Em 1950, mudou-se para São Paulo, formando a dupla Doro e Dorinho, que se apresentou durante algum tempo no programa “Mutirão do Sumaré”, comandado pela dupla Brinquinho e Brioso. Quando participou do Concurso de Violeiros do IV Centenário da Cidade de São Paulo, conheceu Nenete, formando dupla com este um pouco depois. Em 1955, contratados pela RCA Victor lançaram o primeiro disco, cantando a toada “O milagre das rosas”, do Padre Ciro Turino, com declamação de Biguá, e o cururu “Toca sino”, de autoria da dupla. Em seguida, a dupla gravou o rasqueado “Linda matogrossense”, de Palmeira e Teddy Vieira, e a guarânia “Ingrata”, de Nenete. Em 1956, gravaram o valseado “Fez a cabocla chorar”, de Geraldo Queiroz e Piraci; o rasqueado “Beija-flor”, de Palmeira; a toada “Lágrimas de pai”, de José Fortuna; a valsa “Seu aniversário”, de Anacleto Rosas Júnior, e as modas-de-viola “Dia de finados”, de Teddy Vieira e Benedito Seviero, e “Amor repentino”, de Nenete e Dorinho. No ano seguinte, a dupla gravou a polca “Regresso”, de Biá e José Fortuna; o corrido “Vinte anos”, de F. Valdez com versão de Juraci Rago; o rasqueado “Baile em Ponta Porã”, de Raul Torres; a moda-campeira “Sou matogrossense”, de Raul Torres e Tertuliano Amarilha; a racheira “Você”, de Teddy Vieira e Palmeira e o tango “Caminho da amargura”, de Nenete e Orlando Guilherme. Em 1958, gravaram os corridos “Ranchinho alegre”, de F. Bermejo e versão de Ariovaldo Pires; “Mexicanita”, de Anacleto Rosas Júnior, e “Vinte anos depois”, de Nenete, Dorinho e Roque de Almeida, e o rasqueado “Borboleta”, de Nenete, Dorinho e Palmeira; um dos grandes sucessos da dupla, o tango “Meu perdão”, de Braz Hernandez e Zilo, e a rancheira “Teu castigo”, de Ventura Romero e Valdomiro Ortênsio. Em 1959, gravaram a polca “Caprichosa”, de Nenete e Nardeli, as rancheiras “Dois punhais”, de Nízio e Teddy Vieira; “Penas de minhalma”, de F. Valdez e versão de Teddy Vieira e N. Gomes, também sucesso da dupla; o tango “Página esquecida”, de Nenete, Dorinho, e Augusto Faria; a toada “Recordação”, de Nenete e Goiá; as rancheiras “Velhos amigos”, de José Alfredo e Ado Benatti; “Esqueça meu nome”, de Nenete e Dorinho, e a guarânia “Vida de minha vida”, de Nízio e Teddy Vieira. Nesse ano a dupla lançou um LP pela RCA Victor que, além de músicas já lançadas em discos de 78 rpm, incluiu as composições “Rancho alegre”, de Felipe Bermejo e Capitão Furtado, e “Fez a cabocla chorar”, de Geraldo Queiroz e Piraci. Em 1960, a dupla gravou mais quatro discos em78 rpm, interpretando as rancheiras “O amor cabe em todo lugar”, de Nenete e Dorinho; “Saudades de Pirassununga”, de Nenete e Margarida Padilha; e “Alma ferida”, de Nenete e Dorinho; a toada “A seca do nordeste”, de Nenete e João Pacífico; o corrido “Louco de amor”, de Nenete e Dono da Noite; a toada-baião “Encruzilhada”, de Angelino de Oliveira, outro sucesso da dupla, e os tangos “És mulher e nada mais”, de Zarda Lopes e Nenente, e “Tango da saudade”, de Nenete e Nardelli. No mesmo ano, foi lançado um LP que incluiu ainda as músicas “Cego de amor”, de Odilon Faria, Crisostomo e Nenete; “Não quero voltar”, de Alceu Carlos Lour; “Desilusão”, de Benedito Seviero e Nizio; “Canto ao Paraguai (Canto Al Paraguay)”, de H. Altinier, E. Cardoso e S. A. los Rios; “Meu tormento”, de Sebastião Victor e Tuta; “Saudade”, de Nilo Tadeu e Waldir Cardoso; “Canção do meu amor”, de Dono da Noite e Dorinho; “Deusa dos meus sonhos”, de Ariovaldo Pires e Nenete e “Maria”, de Anacleto Rosas Júnior e Luis Rosas. Em 1961, gravaram a rancheira “Alma ferida”, de Nenete e Dorinho; o tango “Tango da saudade”, de Nenetie e Nardelli, o bolero “Luz de minha vida”, de Nenete e Motinha; a clássica valsa “Ave-Maria”, de Erotides de Campos; o tango “Conselho de amigo”, de Nonô Basília e Piraci; o xote “Rio-grandense”, de Anacleto Rosa Júnior; a balada “Alguém é bobo de alguém”, de H. Greenfield e J. Keller, uma musica que, curiosamente, fazia parte do repertório do rock da época e que ganhou uma versão em ritmo de xote, por parte de Fred Jorge; as polcas “Felicidade”, de Nenete e Dorinho; Meu único amor”, de Nenete, e a toada “Minha boiada”, de Nenete e Nardelli. Em 1962, a dupla lançou o tango “Um bom exemplo”, de Nonô Basilio e Tito Neto; o huapango “Flor do campo”, de Nízio e Nenete; o tango “Ouvindo-te”, de Vicente Celestino; a moda-campeira “Goiano valente”, de Nenete e Piraci, grande sucesso da dupla, e as valsas “Santa Teresinha”, de Antenógenes Silva, e “Virgem morena”, de Fernando Láua. Também em 1962, a dupla lançou dois LPs. No primeiro, “Pescadores do sucesso”, incluíram músicas lançadas em 78 rpm e ainda as composições “João Guerreiro (Juan Guerrero)”, de Marcel Rey e versão de Alceu Carlos Lour; “Morena linda”, de Motinha e Piraci; “Espero teu perdão”, de Nenete e Dorinho; “Desprezado eu vou (Despreciado me voy)”, de J. N. Curiel e versão de Nascimento Filho; “Meu único amor”, de Nenete, e “Serenata”, de Vicente Celestino. O outro LP, lançado nesse mesmo ano foi intitulado “Viola morena”, música título de Nenete e Dorinho e que incluiu “A imagem Aparecida”, de Nenete e Geraldo Medeiros; “Flor do campo”, de Nizio e Nenete, outro sucesso da dupla; “Primeiro de abril”, de José Ribeiro e Zezé Ribeiro; “Silêncio”, de Nenete e Dorinho; “Violão amigo”, de Nenete e Nascim Filho; “Procure esquecer”, de Nenete e Ado Benatti; “Um bom exemplo”, de Nonô Basílio e Tito Neto; “Goiano valente”, de Nenete e Piraci; “Errar é humano”, de Jair Gonçalves e Nenete; “Somente você”, de Ubirajara Lemos e Nenete, e “Onde estará meu amor”, de Nenete e Nardelli. No ano seguinte, registraram a moda-campeira “O astronauta”, de Goiá e Nenete; a canção-rancheira “Arrependimento”, de J. A. Jimenez e versão de Ricardo Reis; a guarânia “Terra dos pinheirais”, de Luiz Carlos Paraná, e o huapango “Abandonado”, de Nenete e Luiz de Castro. Durante algum tempo, a dupla foi acompanhada pelo acordeonista Nardelli, formando um trio de bastante sucesso, o “Trio de Ouro, que deu novo ritmo à música sertaneja. Chegaram a receber o Troféu Roquete Pinto por seus sucessos. Passaram a se apresentar na Rádio Tupi. Além das composições de autoria da própria dupla, gravaram também, entre outras, “Belezas do sertão”; de João Pacífico;, “Bom exemplo”, de Nonô Basílio e Piraci; “A encruzilhada”, de Angelino de Oliveira; “Deusa dos meus sonhos”, de Nenete e Capitão Furtado; “Trenzinho malvado”, de Pitangui e Carlos Armando Pascoalim; “No mundo da lua”, de Ângelo Reale e Capitão Furtado; “São Gonçalo”, de Palmeira e Piraci; “Conselho de amigo”, de Nonô Basílio e Tito Neto, e “Maria”, de Anacleto Rosas Jr. e Luís Rosas. Em 8 de outubro de 2011, Dorinho faleceu aos 78 anos de idade, em função de complicações cardíacas, que já o acompanhavam por 12 anos. No mesmo ano, o cantor havia se apresentado na 17ª Semana Nenete de Música Sertaneja, em Pirassununga (SP), juntamente com Iara, sua esposa, e o sanfoneiro Pontelli. Com os dois, formava o Trio de Ouro.