Mundo Livre S/A

Grupo formado por Fred 04 (voz, cavaco e guitarra), Xef Tony (bateria e voz), Bactéria (teclado, guitarra e voz), Fábio Goró (baixo) e Marcelo Pianinho (percussão) na cidade de Recife (PE) em 1984.

Surgiu da união dos grupos punks pernambucanos Trapaça e Serviço Sujo, ambos do bairro de Candeias.

Em 1987, após um show,  tiveram os equipamentos roubados.

No ano de 1990 Fred Zero Quatro conheceu Chico Science e ambos com afinidades passram a atuar junto com as repectivas bandas: Mundo Livre S/A e e Nação Zumbi em shows em Olinda e Recife.

Em 1994 a banda lançou o disco “Samba esquema noise”, pelo selo Banguela Records (o título é uma referência ao disco de Jorge Bem “Samba esquema novo” de 1963). O CD foi produzido por Charles Gavin (do grupo Titãs) e Carlos Eduardo Miranda e ainda contou com as participações especiais de Naná Vasconcelos, Paulo Miklos, Nando Reis, Chico Amaral e João Vianna (Skank), Gilmar Bola 8, Toca, Gira, Canhoto e Alexandre Dengue (Nação Zumbi), James Muller (Heartbreakers), Apolo IX, Syoung, Ligeirinho, Nando Machado, Sérgio Boneka Johnny Monster e Gastão Moreira (R.I.P. Monsters) e da atriz Malu Mader. Bem recebido pela crítica musical do país, ganhou o Prêmio Bizz (promovido pela Revista Showbizz) em três categorias: “Melhor Disco”, “Melhor Letrista” (Fred 04) e “Banda Revelação”. Apesar do sucesso de crítica – foi considerado uma das revelações do ano -, não obteve o reconhecimento do grande público e ficou com a pecha de “cult”. Dois anos depois, lançou seu segundo disco, o CD “Guentando a ôia”, pelo selo Excelente Discos. O título é uma expressão utilizada nas favelas de Recife e significa “levando a vida”. O CD foi produzido por Carlos Eduardo Miranda e contou com a particiapção especial de Chico Sciece Outros destaques foram as faixas “Desafiando Roma”, em homenagem ao guerrilheiro mexicano sub-comandante Marcos, e “Militando na contra-informação”, que contém um sampler da gafe do então Ministro da Fazenda Rubens Ricúpero, flagrado fora do ar por antenas parabólicas de todo o Brasil, quando se preparava para dar uma entrevista à Rede Globo. Porém, assim como o primeiro, o disco foi um sucesso de crítica e um fracasso de vendas. Logo após o seu lançamento, a banda seguiu para sua primeira turnê internacional, com apresentações nos Estados Unidos, México e França.

Em 1998 o percussionista Otto saiu do grupo e, em seu lugar, entrou Marcelo, irmão de Maurício, um dos percussionistas do grupo Mestre Ambrósio. Neste mesmo ano a banda lançou o CD “Carnaval na obra”. Produzido por Bid, Edu K, Apolo IX e Carlos Eduardo Miranda, o disco contou com as participações dos músicos Edu Boréu, Anónimo (Café Tacuba), Guga Stroeter, Alessandra Grani, Antônio Pinto, Buguinha, Jorge du Peixe (Nação Zumbi), Rodrigo Brandão, Rick Fernandes, Avenal, Frederico Freitas e Sapão (Los Sea Dux). O trabalho levou a banda a ser eleita a melhor do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

No ano de 1999, gravou as músicas “Mon amour, meu bem, ma femme” e “Dezessete e setecentos” para as coletâneas “Reginaldo Rei – tributo a Reginaldo Rossi” e “Baião de viramundo” (disco com composições de Luiz Gonzaga), respectivamente.

Em 2000 o grupo foi convidado a interpretar  “Garota de Ipanema” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) no CD “Todas as garotas de Ipanema”, da Abril Music. Neste mesmo ano a banda lançou o CD “Por pouco” (produzido por Bid). Deste CD participaram os grupos Mestre Ambrósio e Comadre Fulozinha, além dos músicos James Muller, Simone Soul, Joey Altruda, Swami Jr., Tiquinho, Bocato, Valmir Gil, Nahor Gomes, Reginaldo Gomes, Jorge du Peixe (Nação Zumbi) e Otto. Foi eleito o melhor disco do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Em 2003 lançou o CD “O outro mundo de Manoela Rosário”, disco no qual incluiu a faixa “O outro mundo de Xicão Xururu”, composição em homenagem ao cacique Xicão (da tribo Xururu) assassinado em 1998, na cidade de Pesqueira, em Pernambuco. O disco foi lançado no Rio de Janeiro e em turnê da banda pelas principais capitais do país no ano de 2003.

No ano de 2006, através do próprio selo Oia Records, lançou o CD “Bebadogroove vol. 1: garagesambatransmachine”, disco no qual aparecem somente sete faixas, todas inéditas e com letra de Fred 04. Inicialmente o disco foi vendido somente pela internet e shows, não sendo colocado em lojas.

Em 2011 a banda lançou o CD “Novas lendas de etnia Toshi Babaa”, no qual foram incluídas as faixas “Soneto do envelhecimento sem pretexto”, “O velho James Browse já dizia”, “Cabôcocopyleft”, “Ela é indie”, “Se eu tivesse fé/fucking shit”, “Estrela – A fumaça do pajé Miti Subitxxiii” e “Tua cara Black Label”, entre outras. O disco contou com a participação do rapper carioca B Negão na faixa “Constelação carinhoca 7324”, da cantora Sílvia Machete na música “O varão e a fadinha” e de Catarina De Jah na composição “Eduarda fissura do átomo”. O disco foi lançado em shows no Vivo Rio, no Rio de Janeiro.

No ano de 2012 ganhou, na categoria “Melhor Grupo Pop”, o “23º Prêmio da Música Brasileira – Homenagem a João Bosco”, em evento realizado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

No ano de 2013, pela gravadora Deckdisc, lançou o CD “Nação Zumbi vs Mundo Livre”, no qual cada banda interpretou o repertório da outra, no caso do Mundo Livre S/A as faixas “Samba makossa”, “Rio, pontes e overdrives”, “Meu maracatu pesa uma tonelada”, “Etnia”, “Manguetown” e “Quando a maré encher”.

No ano de 2016 o grupo lançou, em CD e DVD, o trabalho “Mangue-Bit Ao Vivo”, no qual a banda fez um resumo de suas principais composições e sucessos mais conhecidos. O show foi  gravado no SESC Belenzinho, em São Paulo. No DVD e CD foram incluídas as composições “Abertura”, “Manguebit”, “Melô das musas”, “Loló Luiza”, “Meu esquema”, “Ela é índie”, “Mexe mexe”, “Inocência”, “Pastilhas coloridas”, “Computadores fazem arte”, “A bola do jogo”, “Bolo de ameixa”, “Free World”, “Super Homem plus”, “O mistério do samba”, “A expressão exata”, “O velho James Browse já dizia”, “Seu suor é o melhor de você”, “Livre iniciativa” e “Constelação carioca 7324”.

Em 2018 a banda lançou o CD “A Dança dos Não Famosos” e em 2022, o disco “Walking dead folia”.

No ano de 2024 foi lançada, pela Editora Ilustre, a biografia da banda intitulada “Mundo Livre S/A 4.0” (552 páginas), escrita pelo niteroiense Pedro de Luna. Segundo Fred Zero Quatro:

“O Mangue não era uma batida, nunca foi. Era uma espécie de utopia que a gente queria construir.”