Dinho
Júlio César Barbosa
Sérgio Reis de Oliveira
Samuel Reis de Oliveira
Alberto Hinoto
Banda de rock formada em Guarulhos, São Paulo, em 1990.
Inicialmente o grupo utilizou o nome de Utopia. Integrada por Alecsander Alves, O Dinho, nos vocais e violão, Alberto Hinoto, o Bento Hinoto, na guitarra e violão, Samuel Reis de Oliveira, o Samuel Reoli, no baixo, Sérgio Reis de Oliveira, o Sérgio Reoli, na bateria, e Júlio César Barbosa, o Júlio Rasec, nos teclados, backing vocals e vocais. Todos faleceram no mesmo dia, 2 de março de 1996, em um acidente aéreo quando o avião em que voltavam de um show chocou-se contra a Serra da Cantareira.
O grupo surgiu em 1989 quando Sérgio Reoli, que trabalhava na empresa Olivetti, conheceu Maurício Hinoto que, ao saber que ele tocava bateria, apresenta-o ao irmão Bento Hinoto, um guitarrista. Decidem então criar uma banda. Ao assistir os ensaios, Samuel, irmão de Sérgio, e que até então não se interessava por música, acaba por interessar-se e passa a tocar baixo. Formada a base do conjunto, com guitarra, baixo e bateria, optaram por chamar-se Utopia. Passaram a realizar covers de grupos como Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Rush.
A formação definitiva do grupo ocorreu em 1990. Em julho daquele ano, durante um show do trio Utopia, a plateia pediu que tocassem uma música do conjunto norte americano Guns NRoses e como não conheciam a composição requisitada, pediram ajuda a uma pessoa da plateia. O espectador que os ajudou chamava-se Alecsander Alves, que voluntariamente cantou a música realizando uma apresentação insólita e debochada que agradou em cheio o público. Dinho, como era conhecido, foi convidado a integrar o grupo como vocalista. Ele então apresentou aos demais o quinto e último integrante da banda, o tecladista Júlio Raec. Fazendo constantes apresentações na periferia de São Paulo, o grupo Utopia lançou, de maneira independente, o disco “A Fórmula do Fenômeno”, que vendeu menos de cem cópias. No entando, foram percebendo que certas paródias que faziam, especialmente nos ensaios, e que aos poucos foram sendo apresentadas ao público, recebiam melhor aceitação do que os covers que até então faziam parte de seu repertório. Começaram então a apostar mais e mais em paródias.
Em 1992, ainda chamados de Utopia, tentaram realizar um show no Estádio Paschoal Thomeo, em Guarulhos, mas foram praticamente expulsos pelo diretor que disse que com o nome da banda que tinham, Utopia, nunca fariam sucesso. Continuaram no entanto fazendo apresentações na periferia. Em um show realizado em um bar na cidade de Guarulhos, conheceram o produtor Rick Bonadio que os levou a gravar as músicas “Pelados em Santos” e “Robocop Gay”, mudando então o perfil da banda e alterando o nome para Mamonas Assassinas do Espaço, nome criado por Samuel Reoli, e reduzido depois para Mamonas Assassinas. Enviaram então uma fita demo para as gravadoras Sony Music e EMI, com as gravações de “Pelados em Santos”, “Robocop Gay” e “Jumento Celestino”. Receberam a ajuda de Rafael Ramos, baterista da banda Baba Cósmica e filho do diretor artístico da EMI João Augusto Soares, que insistiu na contratação da banda.
Em 28 de abril de 1995, após assistir a um show do grupo, João Augusto assinou contrato com eles. Ainda em 1995, com produção de Rick Bonadio, gravaram o primeiro e único LP do conjunto: “Mamonas Assasinas”. Fizeram parte desse disco as músicas “1406”, “Vira Vira”, “Chopis Centis”, “Lá Vem o Alemão” e “Robocop Gay”, de Dinho e Júliuo Rasec, “Pelados em Santos”, “Mundo animal”, e “Bois Dont Cry”, de Dinho, “Jumento Celestino” e “Uma Arlinda Mulher”, de Bento Hinoto e Dinho, “Cabeça de Bagre”, e “Débil Metal”, de Dinho, Bento Hinoto, Sérgio Reoli, Samuel Reoli e Júlio Rasec, “Sábado de Sol”, de Pedro, Felipe e Rafael, e “Sabão Crá Crá”, de autoria desconhecida. O disco contou com as participações especiais, como músicos convidados, de Paquito, no trompete, César do Acordeom, no acordeom, Fabinho, do grupo Negritude Jr., na percussão, Leandro Lehart, do Art Popular, no cavaquinho, e Rick Bonadio, nos teclados adicionais e triângulo. Em seguida, o grupo passou a viver uma verdadeira maratona de apresentações em programas de televisão e shows, numa trajetória de sucesso memorável. Apresentaram-se nos programas “Jô Soares Onze e Meia”, “Domingão do Faustão”, “Programa Livre”, “Domingo Legal” e “Xuxa Park”, entre outros. Chegaram a tocar oito dias por semana, às vezes fazendo dois shows por dia e tocando em 25 dos 27 estados do Brasil. Os cachês do grupo tornaram-se um dos mais caros do país, variando entre 50 e 70 mil reais. Em dado momento, a cada dois dias eram vendidos cem mil discos do conjunto. Ainda em 1995, receberam o Troféu Xuxa Hits, e o Prêmio SBT de Música na categoria Revelação.
Em 1996, receberam o Troféu Imprensa 1996, na categoria “Revelação do Ano 11”, o “Troféu Imprensa 1996” de “Melhor Música”, por “Pelados em Santos”, e o “Troféu 1996”, como a Melhor Banda do Ano. Em sua curta carreira a banda estabeleceu diversos records. No que diz respeito ao cachê cobrado por shows, passaram de 8 mil para 70 mil, o mais alto para bandas na época. Realizaram 190 shows em 180 dias. Estabeleceram o record brasileiro de vendas de discos num só dia com 25 mil exemplares vendidos em apenas 12 horas. Esse mesmo disco foi o mais vendido disco de estreia da música popular brasileira. Estabeleceu ainda o record mundial como o disco que mais vendeu em menos tempo: 1,8 milhões de cópias em menos de um ano. Mesmo com pouco tempo de carreira, seu disco de estreia ocupava, até 2014, o nono lugar dos discos mais vendidos na História do Brasil. Em janeiro de 1996, fizeram histórico show no Estádio Paschoal Thomeo (conhecido como Thomeozão), em Guarulhos, totalmente lotado. Esse show foi filmado por vários vídeo-amadores que registraram o momento em que o vocalista Dinho, sentado no palco, fez um desabafo dizendo que sempre fora um sonho deles tocar naquele ginásio de onde tinham sido praticamente expulsos apenas quatro anos antes. Estavam com viagem marcada para Portugal em 3 de março de 1996, quando dariam início a carreira internacional. No entanto, a 2 de março daquele ano, ao retornaram de um show em Brasília, o jatinho Learjet em que viajavam chocou-se contra a Serra da Cantareira matando todos os ocupantes. Chegava ao fim uma das mais bem sucedidas bandas brasileiras de rock. O enterro dos componentes do grupo, realizado no cemitério Parque das Primaveras, em Guarulhos, foi acompanhado por cerca de 65 mil fãs.
Em dezembro de 2015 foi criada a Mamonas Assassinas Produções, para administrar a marca. A direção da empresa ficou a cargo de Jorge Santana, primo do vocalista Dinho.
Em 2019, o grupo foi homenageado com a apresentação do espetáculo infantil “Mamoninhas”, no Teatro Clara Nunes, no bairro carioca da Gávea, com versões das músicas do conjunto para o público infantil com direção do humorista Lucas Veloso e direção musical de Gugu Peixoto.
Em outubro de 2023 começou a turnê do grupo Mamonas Assassinas, o legado, com o repertório do grupo mais uma continuação de “Robocop gay” e letras inéditas de Dinho. No mesmo ano, em 3 de dezembro, foi apresentado, pela primeira vez na íntegra, o filme “Mamonas assassinas – O filme”. A apresentação aconteceu durante a Comic Com Experience(CCXP), em São Paulo. O fime foi dirigido por Edson Spinello na cidade de Guarulhos (SP), onde a banda surgiu. A estrei oficial nas salas de cinema aconteceu no dia 28 de dezembro. A produção do filme foi de Walkiria Barbosa e o roteiro de Carlos Lombardi. Os atores principais foram Ruy Brissac(Dinho), Rhener Freitas (Sérgio), Robson Lima (Junior) e Adriano Tunes (Samuel).
EP com a participação de Ivo Meirelles, Anderson Leonardo, Buchecha, MC Koringa
Single remix com Vivi Seixas e Nytron
Single Ruy Brissac
Single remix Alok e Sevenn
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
SCHOTT, Ricardo e MAIOR, Leandro Souto. Heróis da Guitarra Brasileira – A história do instrumento por seus principais nomes. São Paulo: Irmãos Vitale Editores, 2014.