
Bruno Medina
Rodrigo Barba
Marcelo Camelo
Rodrigo Amarante
Banda surgida em 1997, no Rio de Janeiro. Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante formaram o núcleo da banda. Aos poucos, foram sendo incorporados outros componentes, a maioria se conheceu no campus da PUC-Rio, tendo como integrantes Marcelo Camelo (voz e guitarra), Rodrigo Amarante (guitarra, flauta transversa e voz), Bruno Medina (teclados) e Rodrigo Barba (bateria). A oportunidade de gravação surgiu em janeiro do ano seguinte, quando o grupo gravou uma fita “demo” (com as músicas “Amor e folia”, “Bárbara”, “Azedume”, “Pierrot” e “Chora”) e a enviou para a coluna “Rio Fanzine”, do jornal carioca “O Globo”. A partir daí, sua ascensão foi meteórica. Foi convidado para o festival “Superdemo”, de música alternativa do Rio de Janeiro. Em abril de 1998, a convite de Paulo André, participou do festival “Abril Pro Rock”, sendo considerado a revelação do evento. Logo depois, assinou com a gravadora Abril Music, gravando o primeiro disco em São Paulo. O disco, produzido por Rafael Ramos e Rodrigo Casta, mixado em Los Angeles, foi lançado em agosto de 1999 e contou com a participação de Roger (Ultraje a Rigor) na música “Bárbara”. Mas a faixa que alavancou o CD foi “Anna Júlia”, tornando-se um sucesso naciona, fazendo com que o CD chegasse à marca de 300 mil cópias vendidas, ganhando o primeiro disco de ouro da banda. No mês de janeiro de 2000 a música “Ana Júlia” foi executada 4.074 vezes nas rádios do Brasil, fazendo com que o disco vendesse 250.000 cópias. Em declaração feita ao jornalista Tom Leão, Marcelo Camelo afirmou que, nem mesmo ele, que escrevera a música, aguentava mais cantá-la. Outras faixas como “Pierrot” e “Primavera” também foram sucesso de execução.
Em 2000 a banda ganhou o prêmio de grupo revelação e “Melhor Música” (para Anna Júlia) no “7º Prêmio Multishow de Música”, promovido por um canal de TV a cabo, e ainda, com a mesma música, o prêmio “VMB” na categoria “Revelação”. Ainda em novembro de 2000, o baixista Patrick Laplan saiu da banda. No ano seguinte, em janeiro, a banda participou do festival “Rock in Rio III”. No ano de 2001 o grupo lançou pela Abril Music o CD “Bloco do eu sozinho”, no qual incluiu as inéditas “Todo carnaval tem seu fim”, “Retrato pra Iaiá” e “É a flor”, esta última, transformada em clipe de sucesso. A banda fez o show de lançamento do disco no Canecão, no Rio de Janeiro e cantou sucessos como “Sentimental”, “Cher Antoine”, “Cadê teu suin-?”, “Adeus você” e “Mais uma canção”. O disco alcançou a marca de 30 mil cópias vendidas. Ainda em 2001, o sucesso do grupo com “Anna Júlia” chamou a atenção do roqueiro inglês Jim Capaldi, que fez uma versão da música e convidou o ex-Beatle George Harrison para participar da faixa tocando guitarra. Neste mesmo ano, “Anna Júlia” foi regravada por Daniele Groff, fazendo grande sucesso na Itália.
Em 2002 a banda, ao lado de outras bandas, participou do DVD “Luau MTV”, que vendeu cerca de cinco mil cópias. No ano de 2003, participou da trilha sonora do filme “Lisbela e o prisioneiro”, de Guel Arraes, na qual interpretou “Lisbela”, de Caetano Veloso. Neste mesmo ano de 2003, depois da falência da gravadora Abril Music, o grupo lançou pela gravadora BMG o CD “Ventura”, produzido por Kassin. Neste disco, que chegou à marca de 86 mil cópias vendidas, foram incluídas “Samba a dois”, “O vencedor”, “O pouco que sobrou”, “A outra” e “Conversa de botas batidas”, todas de autoria de Marcelo Camelo e ainda “Do sétimo andar” e “Deixa o verão”, de autoria de Rodrigo Amarante. Ainda em 2003, a “Video Music Brasil 2003” (principal premiação de videosclipes no Brasil) da MTV, indicou o grupo para as categorias “Direção”, “Direção de arte”, “Clipe do ano” e “Escolha de Audiência” pelo clipe “Cara estranho”. Neste mesmo ano fez show de lançamento do disco “Ventura” no Canecão, no Rio de Janeiro. Ainda em 2003 a cinesta Maria Ribeiro lançou o documentário “Vinte e Cinco”, contando part da estória da banda. Em junho de 2004 Marcelo Camelo foi agredido por Chorão, vocalista da banda Charlie Brown Jr., em um aeroporto de Fortaleza. A agressão se deu por causa de uma declaração de Marcelo Camelo, na qual opinava sobre a participação da banda Charlie Brown Jr. Em uma campanha publicitária de refrigerante. O caso foi para a justiça e Marcelo Camelo processou Chorão pelos socos e cabeçadas que lhes foram deferidos pelo ex-skatista. Neste mesmo ano a banda ganhou o “11º Prêmio Multishow de Música” na categoria “Melhor Grupo de Rock”.
Em 2005 o grupo lançou o quarto CD de carreira. No disco, produzido por Kassin e com o título “4”, interpretaram 12 composições, entre as quais “Condicional”, “Sapato novo”, “É de lágrima”, “Dois barcos”, “O vento”, “Os pássaros”, “Paquetá” e “Horizonte distante”. O CD vendeu cerca de 67 mil cópias, chegando ao disco de ouro. Neste mesmo ano a banda também lançou o DVD “Ao vivo no Cine Íris”, gravado no Cinema Íris, no Centro do Rio de Janeiro, que chegou à marca de 30 mil cópias vendidas. No ano de 2006 foi lançado o CD “Perfil”, disco que reuniu alguns sucessos da banda, vendendo cerca de 35 mil cópias. Ainda em 2006 a banda ganhou o prêmio “MultiShow” na categoria “Melhor Instrumentista” para Rodrigo Amarante e ainda o prêmio “VMB” na categoria “Melhor Clipe” com a música “Morena”.
No ano de 2007 a banda fez o que considerou o último show da carreira antes do recesso por tempo indeterminado. Apresentou-se em despedida na Fundição Progresso, na Lapa, centro do Rio de Janeiro. Durante a carreira a banda foi várias vezes indicada para o “Grammy Latino” e para o “Prêmio TIM”.
Em 2009 a banda se reuniu para fazer a a abertura do show do grupo americano Radiohead, no Rio de Janeiro.
No ano de 2012 o tecladista Bruno Medina anunciou, em seu blog, a volta da banda em uma turnê nacional. Neste mesmo ano a banda fez a sua primeira apresentação no “Festival Pro Rock”, de Recife, comemorando os 15 anos da banda e a 20ª edição do referido festival. Nesta mesma edição do evento também se apresentaram os grupos Antibalas Afrobeat Orchestra, Nada Surf (ambos dos Estados Unidos); Buraka Som Sistema (de Portugal); Mundo Livre S/A (Pernambuco); Otto (Pernambuco); Ratos do Porão (São Paulo); Brujeria (México), Strobo (Pará), além de bandas novas do cenário recifense, tais como Ska Maria Pastore e Tibério Azul. Dando continuidade à turnê, assistida por mais de 130 mil pessoal por todo o Brasil, a banda, apresentou-se na cidade de Alegre, no estado do Espírito Santo e na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano a cineasta Maria Ribeiro finalizou um documentário sobre a banda.
No ano de 2015 a banda fez show na Fundição Progresso, na Lapa, no Centro do Rio de Janeiro e uma turnê por 11 cidades, lotando estádio no Rio de Janeiro e a Arena Allianz Park, em São Paulo. Neste mesmo ano foi lançado o filme “Los Hermanos: Esse é só o começo do fim da nossa vida”, dirigido por Maria Ribeiro.
Os componentes da banda haviam anunciado uma parada do trabalho coletivo, porém, mantiveram-se em atividades pessoais e artísticas: Marcelo Camelo radicou-se com a esposa, a cantora e compositora Mallu Magalhães, em Lisboa, produzindo da esposa e três CDs próprios; Bruno Medina, publicitário, dedicou-se à carreira, trabalhando como diretor de criação no Rio de Janeiro; Rodrigo Amaranto foi morr em Los Angeles, onde lançou o disco “Cavalo”, no ano de 2013, já o baterista Rodrigo Barba deu continuidade à carreira de músico e particpou de vários disco de artistas diferentes.
Em 2019, a banda entrou em estúdio para a gravação da inédita “Corre corre” e montou a turnê comemorativa dos 20 anos de carreira “Nós somos porque vocês são”, que percorreu seis capitais brasileiras, apresentou-se no Maracanã, no Rio de Janeiro, seguindo logo depois para São Paulo.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.