Leo Canhoto
Robertinho
Dupla sertaneja. Cantores. Compositores.
Leonildo Sachi, Leo Canhoto – Inhumas, SP – 27/041936
José Simão Alves, Robertinho – Água Limpa, GO – 09/02/1944
Léo Canhoto era empresário da dupla Vieira e Vieirinha quando assistiu a Robertinho cantando no Hotel J. Alves, em Goiânia. Convidou-o então para um ensaio e, daí, formou-se a dupla Léo Canhoto e Robertinho, que mudou o panorama da música sertaneja. Eles introduziram um visual completamente diferente do sertanejo tradicional, já que eram cabeludos, usavam óculos escuros e roupas coloridas, numa clara influência do pop americano encarnado por Elvis Preley na segunda fase de sua carreira. Passaram a usar guitarras elétricas, órgãos e contrabaixos. Apareciam nas fotos não mais em cavalos, mas em motos. Em suas músicas a temática era mais urbana do que rural. Antes de formar a dupla, Léo Canhoto fizera músicas cantadas por outros cantores e duplas, como Vieira e Vieirinha, Zilo e Zalo, Pedro Bento e Zé da Estrada. Em 1963, Zezinha, Limeira e Luizinho gravaram “Só para mim”, de sua autoria. Leo Canhoto e Robertinho gravaram o primeiro disco em 1969, pela RCA Victor, contendo, entre outras, as músicas “Apartamento 37” e “Amarga despedida”. Mesmo sem ter programa de rádio, com pouco dinheiro para divulgação e sem acesso à televisão, conquistaram o país e venderam mais de 500 mil cópias do primeiro disco.Tornaram-se conhecidos fazendo uso de efeitos sonoros e citações de filmes americanos de faroeste. No decorrer dos anos 70, tornaram-se a dupla sertaneja mais popular, batendo recordes de disco e bilheteria. Suas músicas “Jack, o matador”, “O homem mau” e “Buck sarampo” viraram peças de teatro e posteriormente filmes. Em 1972, entraram para a história como primeira dupla sertaneja a ganhar o prêmio “disco de ouro”. A música “Apartamento 37” os levou ao prêmio. Em 1976, também se tornaram a primeira dupla sertaneja a receber, do presidente da república, o prêmio “Brasão da República”, com a música “O presidente e o lavrador”. Em 1978, participaram, fazendo o papel de “Mocinhos”, do filme “Chumbo quente”, dirigido por Clery Cunha. O longametragem, além de ter o roteiro de Léo Canhoto, contou com um LP com as músicas da trilha sonora gravado pela dupla. Em 1979, gravaram, pela RCA, o disco “Léo Canhoto & Robertinho”, cujo maior sucesso foi a música “Motorista de Caminhão”, que foi escolhida como trilha sonora do seriado de grande sucesso “Carga Pesada”, da Rede Globo de Televisão. Em 1981, gravaram o LP “Terezinha”, onde se destacaram, a música-título, de autoria de Léo Canhoto, Landoni e Cungadim, “Calça comprida”, de Léo Canhoto e “Vou tomar um pingão”, de Léo Canhoto. Em 1985, a dupla se desfez, devido à vontade de Léo Canhoto em largar a vida artística, voltando a se reunir em 1989. Em 1996, lançaram CD com destaque para “O Messias”, de Léo Canhoto e para a moda de viola “Na trilha dos animais”, também de Leo Canhoto. No mesmo ano, participaram da gravação do CD “Clássicos sertanejos”, de Chitãozinho e Xororó, interpretando, juntamente com a dupla paranaense, o sucesso “Vou tomar um pingão”, de Léo Canhoto. Em 1997, a BMG lançou, dentro da série “Luar do sertão”, dois CDs com sucessos da dupla. O volume 1trazia sucessos como “Vou tomar um pingão”; “Apartamento 37” e “A gaivota”. O volume 2 trazia diversos bangue-bangues musicais que fizeram a fama da dupla entre 1969 e 1983, dentre os quais, “Amazonas Kid”; “Rock Bravo voltou para matar” e “O homem mau”. Em 2000, a BMG lançou o CD “Grandes sucessos”, com 22 sucessos da dupla. Ao longo dos anos 1990 e 2000, vários Dj ´s cariocas utilizaram largamente trechos de músicas da dupla na montagem de Funks. Em 2009, lançaram o DVD “Léo Canhoto e Robertinho: MPB Especial 1974”, pelo selo Intercd Records. Em 2010, se apresentaram no “24º Festival de Violeiros”, na cidade de Mauá (SP), e no programa “Viola, minha viola”, comandado por Inezita Barroso, na TV Cultura. No mesmo ano, lançaram, pela Unimar Music, o segundo DVD da carreira, “Léo Canhoto & Robertinho – 40 Anos”, que conta a história da dupla através dos seus principais sucessos. Ainda em 2010, tiveram a música “Vou tomar um pingão” regravada pela dupla goiana João Neto & Frederico. Em 2013, lançaram o álbum ao vivo “Léo Canhoto & Robertinho – 40 anos”, pela Radar Records. Lançado em formatos de CD e DVD, o disco foi o 28º da dupla, e comemorou seus 40 anos de carreira. O repertório relembrou sucessos como “O Último Julgamento”, “Chumbo Quente”, e “Colina do Amor”. No ano seguinte, com o projeto, foram indicados ao 25º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Dupla de Canção Popular. Em 2017, tiveram sua composição “Meu carango” incluída no repertório da peça teatral “Bem sertanejo – O Musical”, estrelada por Michel Teló e dirigida por Gustavo Gasparani. O espetáculo esteve em cartaz em diversas cidades brasileiras, entre elas São Paulo, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Ribeirão Preto. Em 2018, prestes a completar 50 anos de trajetória, lançaram o disco “Bang Bang”, mantendo o mesmo estilo de toda a carreira, apresentando músicas inéditas e regravações, entre elas “Chumbo Quente”, “O Valentão”, “O Homem Mau”, “Kid Boca Dura”, “Pedro Querosene”, “Amazonas Kid”, “Buck Sarampo”, “O Valentão da Rua Aurora”, “Jack Matador”, “Delegado Jaracuçu”, “Rock Bravo Chegou para Matar”, “Delegado Lobo Negro”, “História de um Azarado”, “O Ratinho Malandro”, “O Motoqueiro” e “Meu Carango”.
LUNA, Francisco; LUNA, Paulo. Almanaque de duplas caipiras e sertanejas. Rio de Janeiro: Lunamar Edições, 2015