Renato Russo
Dado Villa-Lobos
Renato Rocha
Marcelo Bonfá
Conjunto de rock.
Formado inicialmente por Renato Russo – Rio de Janeiro, 1960 – Rio de Janeiro, RJ – 11/10/1996 : vocal e violão
Eduardo Dutra Villa-Lobos, o Dado Villa-Lobos – Bruxelas, Bélgica – 1965: guitarra
Renato Rocha, o Negreti – Rio de Janeiro, 1961: baixo
Marcelo Augusto Bonfá, o Marcelo Bonfá – Itapira, SP – 1965: bateria
Em 1978, Renato Russo, líder do grupo criou o grupo punk Aborto Elétrico, do qual faziam parte ainda Fê Lemos e Flávio Lemos, que posteriormente integrariam o grupo Capital Inicial,e também, André Pretórius e Ico Ouro Preto. O conjunto se formou em 1983 em Brasília, tendo como integrantes, Renato Russo nos vocais e baixo, Marcelo Bonfá na bateria, Eduardo Paraná na guitarra e Paulo Paulista nos teclados. Logo depois, Eduardo Paraná e Paulo Paulista deixaram o grupo. Ico Ouro Preto assumiu a guitarra por um curto período, sendo logo substituído por Dado Villa-Lobos. Ainda em 1983 começaram a se apresentar em festivais fora de Brasília. No Rio de Janeiro alcançaram projeção com suas apresentações no Circo Voador, apresentando inúmeras músicas do tempo do Aborto Elétrico e que se tornariam posteriromente hits do Legião Urbana, como “Que país é este”, “Geração Coca-Cola” e “Química”. No mesmo ano de 1983, o grupo Paralamas do Sucesso gravou a música “Química”, de Renato Russo, o que despertou o interesse do diretor artístico da gravadora EMI, que o chamou para um conversa. Em 1984 foi lançado pela EMI-Odeon o primeiro LP da Legião Urbana, que trazia entre outras composições, “Será”, de Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Russso, “Ainda é cedo”, de Ico Ouro Preto, Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá e “Geração Coca-Cola”, de Renato Russo, que logo se tornaram sucesso. Em 1986 lançaram o segundo LP, “Dois”, o de maior vendagem da banda, apresentando diversas composições de sucesso como “Fábrica”, “Índios”, “Metrópole”, “Tempo perdido” e “Eduardo e Mônica”, todas de Renato Russo. O disco foi lançado no palco do “Noites cariocas”, no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. Nesse período, a banda quase acabou devido aos problemas enfrentados nos shows, com as platéias atirando objetos no palco. Em 1987 lançaram o LP “Que país é este”, trazia composições antigas, do tempo do Aborto Elétrico, com destaque para a música título e “Eu sei”, ambas de Renato Russo. Um dos maiores sucessos do disco foi o épico “Faroeste caboclo”, com mais de 9 minutos de duração e que juntamente com “Conexão amazônica”, de Renato Russo e Fê Lemos, foi proibida pela censura de execução pública e radiodifusão. Este foi o último disco com a presença do baixista Renato Rocha, que deixou a banda logo em seguida. Com este disco consolidaram de vez o nome da banda no cenário do rock nacional. Em 1988 o grupo enfrentou problemas com a platéia em um show em Brasília, no qual ocorreu um grande tumulto. No mesmo ano realizaram memorável show no Maracanãzinho no Rio de Janeiro, com os ingressos esgotados dois dias antes do show. Em 1989 foi lançado o LP “As quatro estações”, em cuja gravação, os três componentes remanescentes da banda se revezaram no contra baixo. O disco trazia letras com temas sociais e temas polêmicos como AIDS e homossexualismo. Fizeram sucesso as composições “Há tempos”, “Pais e filhos” e “Quando o Sol bater na janela do seu quarto”, todas de Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Em 1990 o grupo teve que interromper uma turnê quando o vocalista Renato Russo, que já sofria problemas com dependência alcoólica, descobriu que era soropositivo. O grupo faz então uma pausa em suas atividades. Em 1991 foi lançado o LP “Cinco”, que trazia letras mais pessimistas, além de abordar questões como as drogas e a crise do país. Em 1992 a banda gravou um disco acústico na MTV. No mesmo ano a turnê foi interrompida devido a complicações na saúde de Renato Russo. No mesmo ano foi lançado o disco “Música para acampamento”, coletânea com parte do material gravado ao vivo pela banda. Em 1993 foi lançado o disco “O descobrimento do Brasil”, que teve como destaque “Giz” e “Perfeição”, ambas de autoria do trio remanescente na banda. O agravamento do estado de saúde de Renato Russo reduziu a atuação da banda e retarda o lançamento de um novo disco. Em 1996 foi lançado o último disco da Legião, o CD “A tempestade”, que apresenta um clima depressivo ecujo destaque foi “Dezesseis”, de Dado Villa-Lobos, Renato Russo e Marcelo Bonfá. No mesmo ano, o cantor Renato Russo faleceu devido a complicações decorrente da AIDS. Em seguida, os remanescente da banda, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá anunciam a dissolução do conjunto que marcou a história do rock no Brasil. Em 1997 foi lançado o primeiro CD após a morte de Renato Russo, “Uma outra estação”, com sobras de material de estúdio. No ano seguinte foi lançada a coletânea “Mais do mesmo”, com os grandes sucessos da banda. Em 1999 foi lançado “Legião Urbana acústico”. Em 2001 a EMI lançou o duplo ao vivo “Como é que se diz eu te amo”, seguido do lançamento em DVD, com o resgistro dos últimos três shows da banda, realizados no então Metropolitan no Rio de Janeiro e que tiveram lotação esgotada nos três dias de apresentações.
Em 2004, foi lançado o CD “As quatro estações ao vivo” com as gravações dos shows realizados no estádio Palestra Itália, em São Paulo em 1990. Em 2012, os remanescentes da banda Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos se uniram ao ator Wagner Moura para a realização de dois shows em São Paulo para a série “MTV ao Vivo”. Os shows, ocorridos no Espaço das Américas foram uma celebração dos 30 anos de surgimento da banda, e uma homenagem ao falecido cantor e compositor Renato Russo. Em 2016, os dois remanescentes da banda, o baterista Marcelo Bonfá e o guitarrista Dado Villa-Lobos, juntamente com os músicos convidados André Frareschi, cantor; Lucas Vasconcellos, guitarrista do grupo Letuce; Mauro Berman, baixista do grupo Cabeza de Panda, e Roberto Pollo, tecladista do Cirque du Soleil, realizaram a excursão “Legião Urbana XXX anos”, comemorativa ao lançamento do primeiro LP da banda Legião Urbana em 1985. Foram realizados mais de 18 show em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Santos, Franca, Campinas, Porto Alegre e Florianópolis. O show contou ainda em algumas cidades com participações especiais: Paulo Miklos, da banda Titãs, em Santos; Rodrigo Amarante, em São Paulo; Fernando Catatau, em Franca e Campinas, e Paulo Toler, em Porto Alegre e Florianópolis, cada um interpretando músicas do conjunto segundo escolhas próprias. Também em 2016, foi lançada a edição comemorativa dos 30 anos de lançamento do primeiro LP da banda, “Legião Urbana”, de 1985, que chegou ao mercado com um ano de atraso devido a conflitos entre o herdeio de Renato Russo e os componentes remanescentes. Em luxuoso encarte duplo o CD trás ainda faixas-bonus e takes alternativos como “Geração Coca-cola”, “Ainda é cedo” e “A dança”. Também em 2016, foi lançado o livro “Discografia legionária”, da jornalista Chris Fuscaldo desvendando as gravações do grupo disco a disco.
Em fevereiro de 2021, a companhia de teatro Complexo Duplo encenou peça a partir de “Dois”, da Legião Urbana. O álbum “Dois”, da banda Legião Urbana, foi a base do espetáculo “Dois (mundos)” A peça, encenada via Zoom durante a pandemia do Coronavírus, foi dividida em dois atos: o primeiro, com as músicas do lado A do LP, ficou em cartaz durante o segundo semestre de 2020. O segundo ato, encenado a partir de 2021, teve as músicas do lado B de “Dois”. Em cada dia, a partir do lançamento, uma das músicas era encenada em transmissão ao vivo com duração de 30 minutos nos quais as histórias encenadas tinham algum tipo de relação estabelecida com as músicas da banda. Em parte gravada antes da live, o elenco se reunia e tocava a música homenageada durante o episódio do dia. O elenco teve o diretor Felipe Vida, Guilherme, Felipe Antello, Gui Stutz, Leonardo Corajo, Lucas Gouvêa, Luciano Moreira, Sergio Medeiros, Tainá Nogueira e a participação especial de Carol Fazu em “Eduardo e Mônica”, quarto episódio da série.
Em junho de 2021, chegou ao fim a disputa entre Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos, integrantes do Legião Urbana, contra Giuliano Manfredini, filho de Renato Russo. Por decisão da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, os dois músicos ganharam o direito de usar o nome da banda em apresentações. Os dois músicos eram proibidos pela Justiça de se apresentar usando o nome Legião Urbana por conta de processo movido pelo filho de Renato Russo, Giuliano, dono da empresa Legião Urbana Produções, que detém os direitos sobre o nome. A empresa continua com os direitos, mas agora os dois integrantes da banda podem se apresentar como Legião Urbana sem pagar ou pedir autorização a Giuliano.
Em junho de 2022, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá tocaram o repertório da Legião Urbana no palco do Qualistage, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, acompanhados de André Frateschi no vocal, Lucas Vasconcellos na guitarra, Mauro Berman no baixo e Pedro Augusto nos teclados.
Edição comemorativa
Ao vivo
Ao vivo/Vol.1
Ao vivo/Vol.2
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, A história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.
ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2003. ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.