
João Mulato
Douradinho
Cantores. Dupla sertaneja. João Mulato, nascido na cidade mineira de Passo, mudou ainda criança para Araçatuba, em São Paulo, indo depois para a capital paulista, é também violeiro e compositor. Douradinho é nome artístico, utilizado por mais de um parceiro de João Mulato. O primeiro a usar o nome de Douradinho foi o violeiro Bambico, com o qual João Mulato iniciou a dupla, ainda em meados dos anos 1970. Bambico faleceu em 1982, depois de gravar com João Mulato os LPs “Saudade de um amor que passa” e “Meu reino encantado”. João Mulato formou com outros parceiros a dupla “João Mulato e Douradinho” que gravando mais seis discos até 1989, quando João Mulato passou a formar dupla com Pardinho, que durou até 1997. Em 1998, João Mulato retomou a dupla com Douradinho, que, provavelmente, já foi o nome artístico utilizado por oito diferentes parceiros de João Mulato dos quais nada se sabe a respeito, com a exceção de Bambico. Começando a dupla a atuar no final da década de 1970, em 1980, gravou o primeiro disco pelo selo Discos Globo, intitulado “Saudade de um amor que passa”, no qual foram incluídas as músicas “Cruel destino”, de Vicente P. Machado e João Mulato; “Amanhã eu vou”, de Compadre Moreira; “Afogando no meu pranto”, de Zezito e Douradinho; “Missão dolorosa”, de Arlindo Rosa e Armando Puzl; “Escola do mundo”, de Arlindo Rosa e Lourival dos Santos; “Encontro fatal”, de Arlindo Rosa e Augusto Alves Pinto; “Saudade de um amor assado”, de João Mulato e Douradinho; “Vou onde tem amor”, de Zezito e Douradinho; “Menina do riacho”, de Moacir dos Santos e Sulino; “Quero você lá em casa”, de Vicente P. Machado e João Mulato; “A palavra de Deus”, de Moacir dos Santos e Belmiro, e “Golpes da vida”, de Luis de Castro. Em 1981, foi lançado pela mesma gravadora o LP “Meu reino encantado”, música título de Valdemar Reis e Vicente P. Machado, que incluiu também as músicas “Nordestino inteligente”, de João Mulato e Arlindo Rosa; “Quem ama não esquece”, de João Mulato e Toninho; “Quem tem boca vai a Roma”, de Tião do Carro e Pardinho; “Calça trocada”, de Geraldinho e Liu; “Advogado honesto”, de Vicente P. Machado e Zé do Cais; “Laço da ilusão”, de João Mulato e Dalva; “Pé do eito”, de Lourival dos Santos e Tião do Carro; “Amor da minha vida”, de João Mulato e Arlindo Rosa; “Coração amoroso”, de Arlindo Rosa e Moacir dos Santos; “A novela”, de Jesus Belmiro e Vicente P. Machado e “Nem marido nem mulher”, de Eurides Lourenço e João Mulato. Nos dois anos seguintes lançaram mais dois LPs, com o nome da dupla como título. No começo de 1984, saiu o LP “João Mulato & Douradinho – Vol. 3”, no qual a dupla interpretou “Roupas do varal”, de José Fortuna e Paraíso; “Amor de pobre”, de Peão Carreiro e Cabo Ramaccini; “Doce pra jacaré”, de Arlindo Rosa e João Mulato; “Fim do mapa”, de Jesus Belmiro e Lourival dos Santo;, “Eu estou num bagaço”, de José Fortuna e Paraíso; “O dono do ferrão”, de Moacir dos Santos e Tião do Carro; “Banho de arruda”, de Vicente P. Machado e Moacir dos Santos”; Império do amor”, de Peão Carreiro e J. dos Santos, “Paixão da minha vida”, de João Mulato e Paraíso; “Maria e José”, de José Caetano Erba e Lourival dos Santos; “Luta de classe”, de Vicente P. Machado e Dino Franco, e “Quatro cantos da casa”, de Moacir dos Santos e Vicente P. Machado. Em 1985, já pela gravadora Lider, a dupla lançou o LP “Moda de viola – Vol. 1”, no qual a dupla interpretou apenas modas-de-viola, gênero clássico da música caipira. Estão presentes nesse LP as modas-de-viola “Peso da idade”, de João Mulato e Zancopé Simões; “Bandeirante Fernão”, de Carreirinho, Ado Benatti e Campos Negreiros; “Preto fugido”, de Carreirinho e Zé Carreiro; “Ingrata”, de Dino Franco e João Caboclo; “Família Tangerino”, de João Mulato; “Tempo de infância”, de João Mulato e Tião do Ouro; “Padecimento”, de Carreirinho; “Companheiro do Ferreirinha”, de Pinheirinho e G. Galdino; “Derrota”, de Décio dos Santos, e “Última viagem”, de Carreirinho e Fernandes. No ano seguinte, a dupla gravou o LP “O imã do amor – Vol. 5”, que incluiu as composições “Imã de amor”, de Alcino Alves e João Mulato; “Canga do tempo”, de José Fortuna e Paraíso; “Por onde anda você”, de João Mulato e Zancopé Simões; “Vida dura”, de Jovelino Souto e Rossi; “Jogo de guerra”, de Joel Marques e Ivone Ribeiro; “Sabor de vitória”, de João Mulato e Sebastião Victor; “Sinal de batão”, de José Fortuna e Paraíso; “Preto doutor”, de João Mulato e Capitão Pereira; “Rei da madrugada”, de Manoelito Nunes e Nina Santos; “Pedido a São Jorge”, de José Piovesan e João Mulato;”Volta pra casa”, de Moniz, e “Fazendeiro galante”, de Jesus Belmiro. Em 1989, a dupla foi contratada pela RGE e lançou o LP “Primeira dama”, música título de João Mulato e Donizete, e que incluíu também as músicas “Nova primavera”, de Donizete e João Mulato; “Amor que não esqueci”, de João Mulato e Boracéia; “Escondendo minha mágoa”, de Dino Franco; “Nove dias de carinho”, de Kátia Mara, João Mulato e Benedito Seviero; “Cerveja quente”, de Jesus Belmiro e João Mulato; “O que vou dizer agora”, de João Mulato, Jesus Belmiro e Cláudio Balestro; “Flor Taiaçuense”, de Jesus Belmiro e João Mulato; “Contrato vencido”, de João Mulato, Sebastião Victor e Chicão Pereira; “Rosa branca perfumada”, de João Mulato e Jesus Belmiro; “Os sinais do fim do mundo”, de Tião Fonseca e João Mulato, e “Meus desenganos”, de Manoelito Nunes e Maracaí. A partir de 1990 e até 1997, a dupla se encerrou temporariamente, pois João Mulato passou a atuar em dupla com Pardinho. Em 1999, João Mulato retomou a dupla com Douradinho, posto, a partir de então, ocupado por Zé Goiano, que já atuara em dupla com Eli Silva. A nova dupla João Mulato e Douradinho lançou, em 1999, o LP “Ao mestre com carinho”, LP homenagem a Tião Carreiro, posteriormente remasterizado em CD. Nesse disco se destacam as composições “Cadeira vazia”, de João Mulato e Chicão Pereira, dedicada especialmente ao mestre Tião Carreiro, além de célebres sucesso do “Rei do pagode”, como “O pulo do gato”, de Lourival dos Santos e Tião Carreiro; “Amargurado”, de Dino Franco e Tião Carreiro; “Preto velho”, de Jesus Belmiro, Tião Carreiro e Lourival dos Santos; “Teu nome tem sete letras”, de Zé Carreiro e José Fortuna, e “Encanto da natureza”, de Luiz de Castro e Tião Carreiro. Em 2001, a dupla lançou, pelo selo Pequizeiro, com produção de Téo Azevedo o CD “Modas de viola clássicas” no qual interpreta 16 modas-de-viola, consideradas clássicos do gênero, a saber: “Herói sem medalha”, de Sulino; “Viola cor de ouro”, de João Mulato e Jesus Belmiro; “O rei do gado”, de Teddy Vieira; “Amanhecer sertanejo”, de Téo Azevedo e Jansen Filho; “Ferreirinha”, de Carreirinho; “Sapato 42”, de Carlos Erba e Paraíso; “Travessia do Araguaia”, de Dino Franco e Dicró dos Santos; “Catimbau”, de Teddy Vieira e Carreirinho; “Caboclo de sorte”, de Dino Franco e Tião Carreiro; “Vida de peão”, de Téo Azevedo e Paraíso; “Boi soberano”, de Carreirinho, Izaltino Gonçalves e Pedro Lopes Oliveira; “Páginas de saudade”, de J. Santos e Mineiro; “Reunião de amigos”, de João Mulato e Gudin; “Boiada cuiabana”, de Raul Torres; “Um pouco do meu passado”, de João Mulato e Poeta, e “As três cuiabanas”, de Zé Carreiro e Carreirinho. Esse disco contou com a participação especial do grupo de catira “Os Independenetes de Barretos” nas faixas “Vida de peão” e “As três cuiabanas”. No encarte do CD, assim escreveu Téo Azevedo: “João Mulato é quem mais se aproxima do estilão de Tião Carreiro, tanto na voz como no ponteio da viola. Moda-de-viola é um estilo na música sertaneja de raiz. Aproveito agora para apresentar a vocês dois dos mais autênticos cantadores de moda-de-viola: João Mulato e Douradinho. Ouçam esse CD e sintam o prazer de ser brasileiro, com S.” Em 2003, fizeram participação especial na música “Moradia”, de Nhô Chico, Tião Carreiro e Craveiro, no álbum “Meu Reino encantado II”, de Daniel, do selo Warner Music Brasil, produzido por Daniel e Manoel Nenzino Pinto.
Em 2004, a dupla lançou, pela Atração Fonográfica, o CD “Fera ferida”, no qual se destacaram as faixas “Só por Deus”, de João Mulato e Vanice Carvalho; “Eu quero ela”, de João Mulato e Roserli Barbosa; “Vivendo no sertão”, de João Mulato e João Miranda; “Paulista de fibra”, de João Mulato e Toninho Bauru; “Prás bandas de Aquidauana”, de João Mulato e Toninho Fernandes; “Viola Dourada”, de Martins Neto e João Mulato, e a faixa-título “Fera Ferida”, de João Mulato. Em 2006, foi lançado o CD “As mais românticas de Tião Carreiro”, nova homenagem da dupla ao violeiro Tião Carreiro, dessa feita com destaque para as composições e interpretações de músicas românticas do “Mestre do pagode” como “Raízes do amor”, de Paraíso e José Fortuna; “A mão do tempo”, de Tião Carreiro e José Fortuna; “Veneno lento”, de Tião Carreiro e Zé Matão; “Velho amor”, de Tião Carreiro e Donizetti; “Nossos devaneios”, de Lourival dos Santos e Tião Carreiro; “Amor e saudade”, de Dino Franco e José Milton Faleiros; “Vim dizer adeus”, de Tião Carreiro e Paraíso; “Estrela de ouro”, de Tião Carreiro e Ronaldo Adriano; “Despedida”, de Tião Carreiro e Waldir Alves; “Estrela da madrudada”, de Tião Carreiro e Paraíso, e “Adeus meu bem adeus”, de Lourival dos Santos e Tião Carreiro. Nesse ano, a dupla apresentou-se no programa “Viola minha viola”, comandado por Inezita Barroso, na TV Cultura de São Paulo. Em 2007, a dupla recebeu, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o Prêmio Tim de Música Popular Brasileira, na categoria regional – Melhor Dupla, pelo disco “Clássicos da Moda-de-Viola”, da gravadora Arlequim Discos. Em 2011, tiveram participação especial no programa “Viola, minha viola”, apresentado por Inezita Barroso, na TV Cultura. Na ocasião, cantaram os seus sucessos “Meu baú da saudade”, de Waldemar Reis e João Mulato; “O vento que venta aqui é o mesmo que venta lá”, de Vanice Carvalho e João Mulato; e “Meu reino encantado”, composição de Waldemar Reis que havia sido gravada por eles em 1981.