Elvira Pagã
Rosina Pagã
Duo vocal formado pelas irmãs Rosina Cozzolino e Elvira Cozzolino, nascidas na cidade de Itararé, em São Paulo. Rosina, a mais velha, nasceu em 1919 e Elvira, em 1920.
Em 1923, mudaram-se com a família para o Rio de Janeiro. Estudaram no Colégio Imaculada Conceição, no bairro de Botafogo. Freqüentadoras assíduas de festas das quais participavam artistas da música conheceram os integrantes do grupo vocal Bando da Lua, através dos quais conheceram importantes nomes do cast do Rádio da época.
Em 1935, apresentaram-se com o grupo Anjos do Inferno na inauguração do Cine Ipanema. Nessa apresentação, foram apresentadas pelo locutor Heitor Beltrão (pai do futuro ministro Hélio Beltrão) como sendo as “Irmãs Pagãs”, nome artístico que passaram a adotar. Nesse ano, assinaram contrato com a Odeon e gravaram com o acordeonista Antenógenes Silva as marchas “Não foi assim”, de Antenógenes e Osvaldo Santiago e “O carnaval é rei”, de Antenógenes e Ernâni Campos, primeiro sucesso da dupla de cantoras. Ainda em 1935, atuaram no filme “Alô, alô, carnaval”, de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro interpretando a marcha “Não beba tanto assim”, de Geraldo Décourt.
No ano seguinte, gravaram a marcha “A boemia da lua”, de Antenógenes Silva e Ernâni Campos e o samba “Rogava a Deus”, de Humberto Porto. Nesse ano, gravaram a marcha “Não beba tanto assim”, de Geraldo Decourt e o samba “Sofrimento”, de Ozias Guimarães. Por essa época, foram levadas pelo radialista César Ladeira, para a Rádio Mayrink Veiga. Ainda em 1936, foi lançado o disco que trazia a marcha “Nessa vida acontece” e o samba “Balões do pensamento”, ambas de Antenógenes Silva e Ernâni Campos, gravadas com Antenógenes Silva no ano anterior e somente lançadas um ano depois. Nesse ano, fizeram sucesso com a marcha “Gato escondido”, de Custódio Mesquita e Orestes Barbosa e o samba “Exaltação da favela”, de Custódio Mesquita e Dan Málio. Também em 1936, participaram do filme “Cidade mulher”, de Humberto Porto, onde apresentaram a música título, de Noel Rosa, cantando com Orlando Silva.
Em 1937, gravaram um único disco na Victor com os sambas “O samba começou”, de Assis Valente e “Tristeza”, de Assis Valente e Zequinha Reis. Nesse ano, assinaram contrato com a Columbia e lançaram a marcha “Se você me deixar” e o samba “Oba! Oba!”, ambas de Assis Valente, com acompanhamento do Conjunto Regional Cruzeiro do Sul. Ainda em 1937, foram contratadas pela Rádio Nacional e, neste período, excursionaram por quatro meses pela Argentina, Peru e Chile.
Voltaram a gravar na Odeon em 1938, obtendo sucesso com o samba “Meu amor não me deixou”, de Ary Barroso, que contou com o acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional. Em 1939, fizeram grande sucesso carnavalesco com a marcha “Eu não te dou a chupeta”, de Silvino Netto e Plínio Bretas, com acompanhamento de Napoleão Tavares e seus soldados musicais. Nesse ano, gravaram os choros “Eu não me incomodo mais”, de Jaime Redondo e “Por tua causa”, de Vicente Paiva e Sá Róris e os sambas “Nobreza”, de Assis Valente e “Pra que você me tentou”, de Assis Valente e Nelson Peterson. Gravaram também a marcha “Lua de mel”, de Alberto Ribeiro e Alcyr Pires Vermelho e o samba “Saiu um batefundo no chateau”, de Castro Barbosa e Haníbal Cruz.
Em 1940, fizeram sucesso no carnaval com a marcha “Água mole em pedra dura”, de Sátiro de Melo e Manuel Moreira. Nesse mesmo ano, foi lançado o último disco da dupla, gravado em dezembro do ano anterior, com a marcha “Eu sei…”, de José Maria de Abreu e Osvaldo Santiago e o samba “A neblina vem caindo”, de Kid Pepe e Germano Augusto, com acompanhamento de Fon Fon e sua orquestra.
Com o casamento de Elvira, a dupla chegou ao fim, deixando um total de 14 discos gravados. Rosina seguiu carreiro solo, tendo gravado mais 11 discos até 1946 e participado de vários filmes como atriz. Ainda nesse ano, seguiu turnê em Cuba, EUA e México, cidade onde se casou e passou a residir. Elvira Pagã seguiu rumorosa e bem sucedida carreira como estrela do teatro de revista, tendo gravado mais de dez discos entre os anos de 1944 e 1953. Alcançou grande notoriedade, sobretudo por sua atuação como vedete, sendo considerada uma das mais belas mulheres de sua época. Ao final de sua vida, Elvira virou pintora e mística.
Em 2003, duas gravações das Irmãs Pagãs. No CD “Carnaval, sua história, sua glória – volume 15” consta a marcha “Eu não te dou a chupeta” e no CD “Ary Barroso – O mais brasileiro dos brasileiros” consta o samba “Meu amor não me deixou”. Nesse ano, Elvira Pagã faleceu no Rio de Janeiro.
(Com Antenógenes Silva)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.