
Wilson Batista
Erasmo Silva
Duo vocal formado em 1935 pelos compositores Wilson Batista e Erasmo Silva, que se conheceram no Café Nice, na Avenida Rio Branco, e que, segundo o radilaista César Ladeira, tinha “cores diferentes — vozes iguais”. Inicialmente, formaram um conjunto, com Lauro Paiva ao piano e Roberto Moreno na percussão. Com o conjunto, realizaram apresentações em Campos RJ. De volta ao Rio de Janeiro, formou-se a dupla. Em 1936, a dupla participou da vocalização da orquestra argentina Almirante Jonas, que estava de passagem no Rio de Janeiro, seguindo com ela para Buenos Aires, Argentina, onde ficaram por três meses. De volta ao Brasil, trabalharam durante mais de um ano na Rádio Atlântica, de Santos SP, e, depois, na Record, da capital paulista. A dupla estreou em discos em 1936, registrando com as Irmãs Vidal, pela Columbia, a marcha “E ela não voltou”, de Francisco Malfitano, Aloísio Silva Araújo e A. Frazão, e o samba “Adeus…adeus…”, de Francisco Malfitano e A. Frazão. Nesse ano, realizaram excursão ao sul do país, apresentando-se em cidades como Porto Alegre e Pelotas, no Rio Grande do Sul, além de apresentações na Argentina. Em 1937, registraram com o acompanhamento do Conjunto Regional de Benedito Lacerda, os sambas “Receita médica”, e “Se você fosse inteligente”, de Francisco Malfitano e Eratóstenes Frazão, “Já sei”, de Wilson Batista e L. Paiva, e “Não devemos brigar”, de Wilson Batista. Após essas gravações a dupla não teve continuidade e seus integrantes prosseguiram em suas carreiras solo de compositores. Em 1948, a dupla se formou novamente, contratada pela gravadora Continental, e lançou disco interpretando com acompanhamento de conjunto regional os sambas “Casa vazia”, de Wilson Batista e Erasmo Silva, e “Quebrou meu cavaquinho”, de Jorge de Castro e Roberto Martins. O segundo disco foi lançado quase dois anos depois, com acompanhamento de Severino Araújo e sua orquestra Tabajara, com o samba “Escravo do trabalho”, de Antônio Almeida e Oldemar Magalhães, e a marcha “Senhor açougueiro”, de Wilson Batista e Erasmo Silva. No mesmo período, gravaram pela Star o maracatu “Bango-ê bango-á”, de Erasmo Silva e Arnaldo Tavares, e o samba “Samba Brasil”, de Ataulfo Alves e Aldo Cabral. Ainda em 1950, gravaram pela Todamérica, com acompanhamento de orquestra, as marchas “Viver em paz”, de Nássara e Salvador Miceli, e “Mundo cruel”, de Wilson Batista e Paulo Marques. Em 1951, gravaram com acompanhamento de orquestra, os sambas “Não tou charlando”, de Wilson Batista e Jorge de Castro, e “Rir para não chorar”, de Erasmo Silva e Magno de Oliveira. Em seguida, gravaram também com acompanhamento de orquestra os sambas “O mundo vai se admirar”, de Wison Batista e Erasmo Silva, “Maria tá rica”, de Wilson Batista e Oldemar Magalhães, e “Vai passear”, de Luiz Antônio e Oldemar Magalhães, além da marcha “Dona Elvira”, de Wilson Batista e Aldo Cabral. Após essas gravações, a dupla dissolveu-se definitivamente, após lançar dez discos pelas gravadoras Columbia, Star, Sinter, Todamérica e Continental.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.