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Nome do Grupo
Batacotô
Componentes

Téo Lima
Diana Cataldo
Maurício Miranda
Nema Antunes
Leandro
Pirulito
Fabinho

Dados Históricos e Artísticos

Grupo criado no Rio de Janeiro tendo como líder e fundador o baterista Téo Lima (Teófilo Pereira Lima – bateria, percussão e voz). Em suas várias formações fizeram parte Giovana Moretti (oboé e líder voz), Amaury Machado (violão e líder voz), Dudu Carybé (guitarra e cavaquinho), Nema Antunes (contrabaixo), Marco Brito (teclados), Pirulito (percussão) e Jaguara (percussão).
No CD de estreia, “Batacotô”, lançado pela gravadora Velas, em 1993, contou com as participações especiais de Dionne Warwick e Ivan Lins na faixa “Camaleão” (Ivan Lins, Vitor Martins e Aldir Blanc), com versão em inglês de Jack Cousineau e Giba Ferreira. Outra participação importante foi a de Gilberto Gil na faixa “Quilombos”, de Lenine. Na faixa “Virou areia”, de Lenine e Bráulio Tavares, a participação especial foi do próprio Lenine, sendo esta música incluída no “Jazz Book”, livro oficial das universidades e escolas de música da  América. Por fim, a participação de Ivan Lins na música “Confins” (Ivan Lins, Vitor Martins e Aldir Blanc), música tema da novela “Renascer”, da Rede Globo, neste mesmo ano. O disco contou ainda com os músicos Ernie Watts, Jerry Goodman, Bororó e Maurício Maestro. Destaque  para as faixas “Nkosi SikelelAfrika”, de Enoch Sontonga, hino do Congresso Nacional Africano, e a faixa “So Bashiya Hlala Ba Ekhaya” (de Amandla), hino da Juventude Negra da África do Sul, no qual participou o sanfoneiro Sivuca. O disco foi relançado pelo selo americano Triloka e ocupou, segundo uma publicação americana especializada em world music, o 23ª lugar nas paradas de sucesso nos Estados Unidos.
Em 1994, o grupo lançou o  segundo disco, “Semba dos ancestrais”, título retirado de música homônima de autoria de Martinho da Vila e Rosinha de Valença. Também lançado pela gravadora Velas, o disco trouxe  no fundo de caixa um texto de Martinho da Vila, que definia muito bem a estética e o diferencial do grupo: “Pra democratizar e não discriminar, berimbau misturado ao som do teclado, guitarra e ganzá, vamos batacotar!”. Neste trabalho, o samba brasileiro e a música africana, mais precisamente a  angolana, foram mescladas, reforçando ainda mais a característica musical do grupo em unir a diáspora sonora da música negra. O disco registrou temas como “Angola Medley”, que unia as faixas “Semba dos ancestrais” à “Muadiaki”, de autoria de dois compositores angolanos (Bonga e Landa), e fechando a faixa com “Som africano”, tema de domínio popular africano. Foram incluídas ainda, neste mesmo CD, algumas regravações de clássicos do samba: “Nas águas de Amaralina”, de Martinho da Vila e Nélson Rufino; “Um velho malandro de corpo fechado”, de  Arlindo Cruz e Franco, e ainda “Coité e cuia”, de Wilson Moreira e Nei Lopes. No repertório ainda constaram “Candeeiro encantado” (Lenine e Paulo César Pinheiro), “Ysiela Keere” (Elton Meirelles e Téo Lima), “Esse negro não se enxerga” (Claudio Jorge e Nei Lopes), “Bem-querer” (Ivan Lins e Vitor Martins) e “Coisa de comer”, de autoria de Dunga, muito executada na emissoras de rádio. Por esta época o  grupo ficou como sendo a banda que acompanhava Ivan Lins, contudo sempre manteve um trabalho próprio em discos e em shows. O grupo apresentou durante um ano o programa “Batacotô e amigos” na TVE Canal 2, do Rio de Janeiro. Com direção de Maurício Sherman e apresentado uma vez por semana, o programa recebeu diversos convidados, entre eles, Selma Reis, Edu Lobo, Ciça Guimarães, Gilberto Gil, Martinho da Vila, Fátima Guedes, Lenine, Ledo Ivo, Flávio Venturini, Délia Ficher, Gilson Peranzzetta, Carlos Malta, Artur Xexéo, Jerzy Millewisky e Dionne Warwick. Outra característica do grupo foi a projeção internacional, principalmente para o mercado latino, com música vertida para o espanhol, no caso, “Confins”, incluída na trilha sonora da novela “Renascer” em outros países.
Entre os anos de 1993 e 1995 o  grupo fez shows nos Estados Unidos, Argentina, Venezuela e em outros países. Entre os vários músicos que fizeram parte do grupo, destacam-se o violonista e compositor Claudio Jorge, o baixista Sizão Machado, o tecladista Itamar Assiere, o tecladista e cantor Jorjão Barreto, o percussionista Café, a cantora Suzana Bello, o percussionista Ovídio Brito, a cantora e percussionista Martnália e o contrabaixista Décio Crispim. Outras pessoas foram importantes no processo de formação e consolidação da estética do grupo, entre elas, Nei Lopes, que ajudou na escolha do nome Batacotô; Paulinho Albuquerque, que co-produziu os dois primeiros CDs; o letrista Vitor Martins; o desenhista e caricaturista Mello Menezes, Ivan Lins e o letrista Aldir Blanc. Seu fundador e produtor, Téo Lima, nasceu em 28/12/1948, em Maceió, Alagoas. Baterista, produtor e compositor. Como produtor, dentre os muitos discos que produziu, destacam-se os dois do próprio grupo; o disco “Aquarela do Brasil”, de Dionne Warwick, para a BMG, no qual contou com as participações especiais de Chico Buarque, Dori Caymmi, Eliana Estevão, Batacotô, Bateria da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense e Oscar Castro Neves em alguns arranjos de cordas. Como músico, Téo Lima atuou com diversos artistas da MPB e artistas internacionais, em shows ou estúdio, entre eles Gal Costa, Elis Regina, Djavan, Dionne Warwick, Leny Andrade, Agepê, Stevie Wonder, Gilberto Gil, Edu Lobo e Xuxa.
No ano de 2002 o grupo lançou pela gravadora Obi Music o CD “Batacotô 3”, também produzido por Téo Lima. O disco contou com diversas participações especiais: Djavan, na faixa “Que Deus ajude” (Djavan), em homenagem à Banda Sururu de Capote, que o acompanhava na década de 1970 e da qual faziam parte Téo Lima, Sizão Machado e Luiz Avellar. Na faixa “Lua candeia”, de Lenine e Paulo César Pinheiro, as participações foram de Lenine e Dionne Warwick. Outra participação importante neste mesmo disco foi a do guitarrista do grupo Barão Vermelho, Roberto Frejat, na música “Nereci”, de Djavan. Em 2003 o disco foi relançado pelo selo Ouver Records e em 2004 o CD foi indicado para o “Prêmio Tim” na categoria “Melhor Grupo de MPB”. Neste mesmo ano o grupo fez shows de lançamento do disco “Batacotô 3” em vários espaços no Rio de Janeiro, entre eles, Centro Cultural da Justiça e Bar do Tom, além de fazer um especial no “Programa Conversa Afiada”, apresentado por Cuca Lazzaroto, na TVE.
Em 2006 o grupo montou o show “Batacotô e Amigos”, apresentado em várias datas no Teatro Rival Br, tendo como convidados Ana Costa e Jorge Vercillo, entre outros.
No ano de 2008 o grupo manteve o projeto “Batacotô & Amigos” no Bar do Tom, na Zona Sul do Rio de Janeiro, projeto no qual a banda recebeu diversos convidados (músicos, intérpretes, poetas e escritores), entre os quais o cantor Pery Ribeiro, o poeta e letrista Euclides Amaral e a cantora Rita Ribeiro.
Em 2011 o grupo, com nova formação integrada por Téo Lima (bateria e voz), Diana Cataldo (voz), Maurício Miranda (voz e guitarra), Fabinho (guitarra), Nema Antunes (baixo), Leandro (teclados) e Pirulito (percussão), o grupo particpou do programa de auditório “Agora no Ar!”, apresentado por Ricardo Cravo Albin na rádio Roquette Pinto FM 94.1, do Rio de Janeiro, no qual a banda executou diversos sucessos de carreira.

Discografias
2003 Ouver Records CD Batacotô 3
2002 Selo Obi Music CD Batacotô 3
1994 BMG CD Aquarela brasileira - Dionne Warwick

(Participação)

1994 Velas CD Semba dos ancestrais
1993 Gravadora Velas CD Batacotô
Obras
Congada de São Benedito (Claudio Jorge e Nei Lopes)
Esse nego não se enxerga (Claudio Jorge e Nei Lopes)
Ysiela Keeerê (Elton Meirelles e Téo Lima)
Shows
Batacotô e Amigos (Ana Costa e Jorge Vercillo). Teatro Rival Br, RJ.
Batacotô e amigos. (convidados) Bar do Tom, RJ,
Batacotô e convidados. Canecão, RJ,
Festival de Jazz de Santa Mônica, Califórnia, EUA,
Festival de Música Afro-internacional, Argentina,
Semba dos Ancestrais. Teatro Tereza Carrera, Venezuela,
Show Batacotô 3. Centro Cultural da Justiça, RJ,
Teatro Tereza Carrera, Venezuela,
(2008) Batacotô & Amigos (Euclides Amaral, Pery Ribeiro e Rita Ribeiro). Bar do Tom, RJ.
Bibliografia crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2003.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.