Banda Escudero

Banda de música liderada pelo compositor Henrique Escudero e que teve intensa atuação no Rio de Janeiro no início década de 1910. Os primeiros discos da banda foram gravados em 1912 na Odeon. Na época, as gravações eram mecânicas e os discos possuíam apenas uma música. Na ocasião, a banda gravou os xotes “Risoleta”, “Seja fiel” e “Edite” e o tango “Jogo dos bichos”, todas de autores desconhecidos e a polca “Os teus olhos cativam”, de Ernesto Nazareth. Nesse mesmo ano, fez uma nova série de gravações que incluíram entre outras composições o dobrado “Paris e Londres”; as valsas “Recordando a mocidade” e “Coração magoado”; o xote “Marinheiro” e a marcha “O dia do povo”, de autores deconhecidos, os xotes “Princesa de cristal”, de Irineu de Almeida e “Fado liró”, de Nicolino Milano e o dobrado “Ídolo”, de Henrique Escudero, além da cena “Camilo e Valentina” da opereta “A viúva alegre”, de Franz Lehar. Ainda em 1912, a banda gravou uma série de quadrilhas de autores desconhecidos com os títulos de “Guanabara”, “Miguelina”; “Tenentes do diabo” e “O Soares na ponta”, todas indo de I a V, possivelmente cinco variações diferentes para o mesmo tema.

Em 1913, a banda gravou o tango “Caboclo”; o dobrado “A revolta dos marinheiros” e a valsa “Chiquinha”, de autores desconhecidos, o xote “Violeta do Méier”, de O . Ferreira e o dobrado “Segredo”, de Henrique Escudero. Ainda nesse ano, a banda lançou discos na primeira série fabricada no Brasil pela Fábrica de Discos Odeon instalada na Avenida 28 de Setembro. Dessa série fazem parte, entre outras, os dobrados “Minas Gerais”, de Antônio Lima; “General Taumaturgo”, de Joaquim Fonseca e “Dominó verde”, de Gustavo da Rocha; os tangos “Casa Edson”, de J. Holzmann e “Clouw Freitas”, de Justino de Castro; o xote “Mimosa”, de Oscar Reis; o choro “Choro do Arnaldo Escudero” e a valsa “Jandira”, de Benedito Pereira. Também nessa época, a banda gravou os tangos “A vingança do Operário”, de Paulino Sacramento e “João Cândido”, homenagem de Lima Cortez ao marinheiro que liderou a Revolta da Chibata três anos antes e que ficou conhecido como o “Almirante Negro”. Nesse ano, o líder da banda foi homenageado por Benedito Mota com o dobrado “Henrique Escudero” gravado pela própria banda. Também em 1913, a banda gravou a primeira e a segunda partes da ópera “O Guarany”, de Carlos Gomes e os “Hino à República”, de Leopoldo Miguez e o “Hino Nacional”, de Francisco Manoel da Silva. Ainda no mesmo ano, gravou o two-step “Caraboo”, de Sam Marschall que fez sucesso nos carnavais daquele período. A Banda Escudero ainda gravou 8 músicas pela Favorite Record incluindo os dobrados “Maria Espanhola”, de autor desconhecido; “Grevista”, de Oscar Louzada; “Tiro brasileiro nº 11”, de G. Ferreira; “Paris e Londres”, de autor desconhecido; “Dobrado”, de Antônio Pedro; “O ídolo”, de Henrique Escudero; o tango “Adélia”, de João Inácio e a polca “Saudades de Juiz de Fora”, de Henrique Escudero.

Em dois anos, a banda gravou 161 músicas pela Odeon e oito pela Favorite Record.