0.000
Nome do Grupo
Antônio Carlos e Jocafi
Componentes

Antônio Carlos
Jocafi

Dados Históricos e Artísticos

Dupla formada por Antônio Carlos (Salvador – BA – Antônio Carlos Marques Pinto – ex-guitarrista da orquestra do maestro Carlos Lacerda –  voz, banjo e violão) e Jocafi (João Carlos Figueiredo – Salvador – BA – cursou Direito até o terceiro ano e se tornou Jocafi seguindo a redução onomástica com as três primeiras letras de seu nome e sobrenomes – Multi-instrumentista executa com maestria cavaquinho, banjo, voz e violão).

A dupla apareceu para o grande público no ano de 1969 quando inscreveu no “V Festival de Música Popular Brasileira” a música “Catendê” (Antônio Carlos, Jocafi e Ildázio Tavares), defendida por Maria Creuza. No ano seguinte, em 1970, a dupla participou com a mesma música de um festival no Nordeste.

Em 1971 Maria Creuza gravou “Catendê” obtendo grande sucesso. Neste mesmo ano a dupla participou do “VI Festival Internacional da Canção” com a composição “Desacato”, classificando-se em segundo lugar. Logo depois a dupla assinou contrato com a RCA , lançando com êxito o LP “Mudei de ideia”, no qual foram incluídas as faixas “Desacato” e “Você abusou”, além da faixa-título, composições que fizeram enorme sucesso, recebendo inúmeras regravações, entre elas a de Maysa. Contudo, o maior sucesso do LP foi a faixa “Você abusou”. No disco também foram incluídas as outras composições da dupla:”Se quiser valer”, “Kabaluerê”, “Conceição da praia”, “Hipnose”, “Mudei de ideia”, Quem vem lá”, “Nort wes”, “Morte do amor” (Antonio Carlos, Jocafi e Alberto Santos Pinheiro), “Deus o salve” (Antonio Carlos, Jocafi e Ildázio Tavares), “Dalena” e “Bonita”. Por essa época, a dupla era constantemente contratada para fazer trilhas para cinema e televisão. Entre as novelas da TV Globo destacam-se “O Primeiro Amor”, para a qual compôs o clássico infantil “Shazam e Xerife”. Mais tarde, esta composição deu origem ao seriado homônimo, e ainda “Super-Manuela”.

Em 1972 a composição “Catendê” foi incluída no LP  “Eu sei que vou te amar”, de Maria Creuza, Toquinho e Vinicius de Moraes. A partir daí, a dupla apresentou-se em vários festivais e excursionou pelo Brasil e exterior. Neste mesmo ano lançou o LP “Cada segundo”,no qual a dupla interpretou as faixas, de sua autoria, “Encabulada”, “Bate-barriga”, “Presepada”, “Simbarerê”, “Transas”, “Cada segundo”, “Nego me chamou de imbecil”, “Deboches”, “Queixas” e as três últimas, parceria da dupla com o poeta baiano Ildázio Tavares, “Ossain”, “Edição extra” e “Shazam”. No ano seguinte, em 1973, a dupla lançou o disco “Antônio Carlos e Jocafi” com as parcerias “Teimosa” “Glorioso Santo Antônio” “Dona da casa”, “Gamelera (As moças)”, “Sanfona veia”, “Te quiero”, “Tereza Guerreira”, “Por Nossa Senhora”, “Um abraço no Lucien extensivo ao Edu”, “Xamego de Iná”, “Deixe que é dengo dela” (c/ Ildázio Tavares) e “Fraqueza”, parceria da dupla com Zé do Maranhão.

No ano de 1974, a dupla obteve êxito com a composição das músicas “Toró de lágrimas” (da dupla com Vevé Calazans) e “Dona flor e seus dois maridos”, ambas do disco “Definitivamente”, no qual também figuraram outras parcerias de ambos: “Alarme falso”, “Definitivamente” “Chuculatera”, “Sexto sentido”, “O poeta e o cobertor”, “Diacho de dor”, “Maldita hora”, “Terceiro ato (Romance teatral)”, “Meia noite” e “Uma ordem sim sinhô”, de Nonato Buzar e Antônio Carlos. No mesmo ano conquistou o 2º lugar no primeiro “World Popular Song Festival”, de Tóquio (Japão), com a música “Diacho de dor”. No ano posterior, em 1975, lançou o LP “Ossos do ofício”, no qual interpretaram as faixas “Que me importa”, “Dou a mão à palmatória” “Ossos do ofício”, “Indagorinha”, “Pra uma mulher”, “Trinta por cento”, “É de Nicocó”, “Cada um sabe onde dói”, “Contra-veneno (da dupla com Zé do Maranhão), “Baiada” (adaptação da dupla para temas folclóricos) e “Armadilha”, de Jocafi, Antônio Carlos e Paulo Brito.

Em 1976 gravou e lançou o disco “Antonio Carlos e Jocafi”. No ano seguinte, em 1977, lançou o LP “Louvado seja”, com as seguintes parcerias da dupla: “Homem é homem”, “Picadeiro”, “Oxossi rei”, “Balaio”, “Opus 2”, “Jesuíno Galo” “Doido”, “Cordel”, “Sossega leão”, “Bahia idos 60”, “DAngola ê, camará” (da dupla em parceria com Magela Cantalice), “Distorção” (da dupla com Renato Lobo) e uma adaptação do folclore, “Louvado seja”, feita pela dupla. Neste mesmo ano de 1977 compuseram a trilha sonora do filme “Os Pastores da Noite”, sendo lançada em disco homônimo com a participação da cantora Maria Creuza, no qual os três interpretaram as faixas “Otália da Bahia”, “Marialva”, “Bota a boca”, “Batucada”, “Jesuíno Galo Doido”, todas, pareria de Jocafi e Antônio Carlos, sendo incluídas também, de autoria de Walter Queiróz, as composições “Ô Bahia”, “Maravilhá”, “Canção de adeus, saudade”, “Capoeira pra Cabo Martins” (Walter Queiroz) e ainda a faixa “Bate-bate”, de Djalma Correia e Ildázio Tavares.

A dupla participou, em 1978, do “Projeto Pixinguinha” em turnê pelo Nordeste em show com Paulo Moura, Roberto Silva e Júlio São Paio, no quais a dupla divulgou o LP “Elas por elas”, com as faixas “Festa crioula”, “Conto da carochinha”, “Princesa da noite”, “Pois é, Paulinho”, “Lobisomem”, “Bota a boca”, “João Brasileiro da Silva”, “Por Maria Creuza” e quatro parceias com Paulo Brito: “Muxoxo”, “Engane que eu gosto”, “Santo Antônio meu pai” e “Pé de bode”.

No ano de 1980 lançou o LP “Trabalho de base” com as seguinte composições da dupla: “Água viva”, “Recaída”, “Orô mi mayo”, “Meu endereço é o bar”, “Poucas e boas” “Pimenta malagueta” e “Pé de coelho”, além de “Peso morto” (c/ Paulo Brito), “Batalha de Canudos” (c/ Alex Meireles) e “Ossain” (c/ Ildázio Tavares). Também foram incluídas no disco “Areia movediça” (Daniel Santos e Zé do Maranhão) e “Roça errada”, de Zé do Maranhão e Noca da Portela.

No ano de 1984 a dupla lançou o LP “Pássaro fugido” pela gravadora Polygram (Selo Polydor), disco no qual assinou com o arranjador e guitarrista Júlio São Paio (Júlio César) as composições “Se dê pra mim”, “Recado”, “Esse é você”, “Teorema à nordestina”, “Pássaro fugido”, “Paraíso” e “Estrela amante”. Também foram incluídas as faixas “Reflexão” (Luiz Carlos da Vila e Jorge Aragão) e “Esporas do tempo” e “Fugir”, ambas somente de Antônio Carlos e Jocafi. Deste disco, destacou-se “Estrela amante”, regravada mais tarde pelo cantor Peninha.

No ano de 1986, os dois lançaram o LP “Feitiço moleque”, no qual foram incluídas, entre outras, “Aventureiro” (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio), que se tornou tema da novela da TV Globo “Sinhá-Moça”, exibida no exterior, divulgando a composição em mais de 20 países. No ano seguinte, em 1987, o grupo “Banda do Forró Forrado” gravou “Forrobodó”, composição de autoria de Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio.

Em 1994 a dupla lançou o CD “Samba, prazer e mistério”, pelo Selo RCR, no qual regravaram alguns sucessos de carreira e algumas inéditas, tais como “Você abusou”, “Opus dois”, “Desacato”, “Samba, prazer e mistério”, “Mas que doidice”, “Teimosa”, “Negócio de cumadre”, “Minhas razões”, “Jesuíno galo doido”, “Toró de lágrimas”, “Presepada”, “Vá brincando” “Dona da casa”, “Tamanco malandrinho”, da também dupla de compositores Tom e Dito e ainda o sucesso “Eu quero botar meu bloco na rua”, do compositor capixaba Sérgio Sampaio. No ano seguinte, em 1995, a gravadora BMG lançou o CD “Grandes autores – Antônio Carlos & Jocafi”.

No ano de 1996 a dupla lançou pelo Selo Milan, da BMG Ariola Brasil, o CD “Antônio Carlos e Jocafi cantam Jorge Amado”, no qual foram incluídas as composições “Teresa Batista”, “Dona Flor e seus dois maridos”, “Glorioso Santo Antônio”, “Olho dágua”, “Malvina”, “Gameleira”, “Princesa da noite”, “Otália da Bahia, “Jesuino Galo Doido” e “Mercador de vingança” todas, de Jocafi e Antônio Carlos. Também interpretaram quatro parcerias de ambos com César Machado: “Capitães de areia”, “Oração para fechar corpo”, “Conversa pra boi dormir” e “Ispirito Santo”.

Em 2002 a dupla apresentou-se no Vinicius Piano Bar no Rio de Janeiro.

No ano de 2006 eles se apresentaram no Bar Brahma, em São Paulo e no Vinicius Piano Bar, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Em 2010 a dupla foi homenageada na cidade de Salvador pela Escola Baiana de Canto Popular, no palco do Teatro Solar Boa Vista, com  o show “Kabaluerê”, comemorando os seus 40 anos de atividades artísticas. Em seguida, no ano de 2011, a dupla voltou a fazer temporada no palco do Vinicius Piano Bar, no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro. Um dos seus maiores sucesos foi a composição “Catendê”, em parceria com o poeta baiano Ildázio Tavares, gravada pelo trio Toquinho, Vinicius e Maria Creuza. Seu sucesso maior, contudo, continua sendo a composição “Você abusou”, que, a partir de 1973, virou sucesso internacional, especialmente na França, cuja versão passou a chamar “Fais comme loiseau”, feita por Michel Fugain que virou hino do Partido Socialista francês. O compositor francês assinou como sendo o autor da música e a dupla teve que entrar na justiça, ganhando a causa, mas parte do povo francês acredita que a composição é de autoria de Michel. A mesma música também tem versões em espanhol e japonês, além de gravações de Célia Cruz, Sérgio Mendes e Stevie Wonder. Entre os intérpretes de Antônio Carlos e Jocafi destacam-se também Luiz Gonzaga, Elis Regina e Gilberto Gil.

No ano de 2017, a convite do cantor e compositor baiano Russo Passapusso, líder da banda BaianSystem, a dupla participou, como convidada especial, de vários shows da banda pela cidade de Salvador. Neste mesmo ano, a dupla também foi convidada para o show da banda no Blue Note, casa de espetáculo na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro e no “Festival MIMO”, na mesma cidade.

Discografias
1996 Selo Milan/BMG Ariola Brasil CD Antônio Carlos e Jocafi cantam Jorge Amado
1995 BMG CD Grandes autores. Antônio Carlos e Jocafi
1994 Selo RCR CD Samba, prazer e mistério
1986 Polygram LP Feitiço moleque
1984 Polydor/Polygram LP Pássaro fugido
1980 RCA LP Trabalho de base
1978 RCA LP Elas por elas
1977 RCA LP Louvado seja
1977 RCA LP Pastores da Noite (Antonio Carlos e Jocafi e Maria Creuza)
1976 RCA LP Antonio Carlos e Jocafi
1975 RCA LP Ossos do ofício
1974 RCA LP Definitivamente
1973 RCA LP Antônio Carlos e Jocafi
1972 RCA LP Cada segundo
1971 RCA LP Mudei de ideia
Obras
Aventureiro (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Catendê (Antonio Carlos, Jocafi e Ildásio Tavares)
Dente de alho (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Desacato (Antonio Carlos e Jocafi)
Desmazelo (Antonio Carlos, Jocafi e Ildásio Tavares)
Deus o salve (Antonio Carlos, Jocafi e Ildásio Tavares)
Diacho de dor (Antonio Carlos e Jocafi)
Dona flor e seus maridos (Antonio Carlos e Jocafi)
Escandalosamente louca (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Esse é você (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Estrela amante (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Feitiço moleque (Antonio Carlos,Jocafi e Júlio São Paio)
Figa de guiné (Antonio Carlos e Jocafi e Júlio São Paio)
Mas que doidice (Antonio Carlos e Jocafi)
Mudei de idéia (Antonio Carlos e Jocafi)
Negócio de cumadre (Antonio Carlos e Jocafi)
Paraíso (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Perambulando (Antonio Carlos e Jocafi)
Pássaro fugido (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Se dê pra mim (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Super Manoela (Antonio Carlos, Jocafi e Heitor Valente)
Teorema à nordestina (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Toró de lágrimas (Antonio Carlos, Jocafi e Vevé Calazans)
Verdes óios (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Você abusou (Antonio Carlos e Jocafi)
Vá brincando (Antonio Carlos e Jocafi)
Waikiki (Antonio Carlos, Jocafi e Júlio São Paio)
Shows
Antônio Carlos e Jocafi. Bar Bhrama, São Paulo.
Antônio Carlos e Jocafi. Vinicius Piano Bar, RJ.
Bibliografia crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.

MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.